2. Cintura Ignorante

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Notas:

Turubom?

A música da qual eu falo no capítulo:

Sim, eu fiz isso...

Nesse capítulo tem uma referência a um momento Dimaury que vou linkar no final. Mas quem pegar antes de ver a cola ganha um bolinho.

Beijos e aproveitem.

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Mas vinha por aí coisa melhor. O dia anterior era uma quinta-feira, e tinham recebido os roteiros das cenas dos próximos 7 dias. Diana agora tomava o café da manhã, revirando os olhos: mais um sonho de Raíssa, personagem de Anaí da novela. A vontade era de esbravejar no fake com muitos gifs da Andressa Urach mas a única alternativa era entregar atuação, coesão e tesão. Deu um gole no café pra ver se essa trama lhe descia e se pôs a estudar o texto. Isso seria gravado hoje.

Raíssa, interpretada pela Anaí, era lavadeira e cozinheira na casa dos La Selva, filha do matador e braço direito de ALS, Ramiro. Ao contrário do pai, de quem havia boatos que mantinha um namorado em outra cidade, Raíssa lembrava a Juma de olhar amadeirado (para fins ilustrativos, o fandom também a chamava de Gabriela Couro & Canela) e morria de tesão e amores por Kelly, personagem de Diana, uma das garçonetes no Naitandei, e o que faltava pra aceitar isso era só os autores pararem de palhaçada, ou a censura acabar.

Diana não podia reclamar de ter tido cenas levemente quentes e sugestivas com Irene, personagem de Glória, no início da novela — uma das clientes de Kelly, antes da rapariga gay se tornar fiel à apertante. Mas a trama estava indo ladeira abaixo enquanto a popularidade do casal decolava, e precisava de muito amor e profissionalismo pra continuar dando vida á Kelly, que nem um beijo decente na boca de Anaí tinha lhe rendido. Ainda. As namoradinhas do Brasil já tinham se declarado de várias formas, dormido juntas e praticamente transado de roupa, mas o beijo ainda era uma expectativa.

Nas cenas da semana anterior, um show no Naitandei tinha trazido os cantores de um hit que seria o gancho para o plot desse sonho, na verdade uma parceria pra impulsionar essa música. O sonho era o seguinte:

Raíssa novamente se imaginava como um dos peões dos La Selva, porque só assim aceitava sua sexualidade nesse caralho dessa novela, ganhava uma vaquejada e recebia seus dois prêmios: primeiro, um cinto com uma fivela de ouro imensa e caricata. Segundo, uma caminhonete igual a de seu patrão. O terceiro prêmio, entregue por Antônio La Selva em pessoa, era uma namorada, Kelly, colocada diretamente em seu colo, que lhe elogiava, acariciava. E roçava na fivela — Diana engasgou com o café ao passar os olhos nessa parte do roteiro. Em parte imaginando como a bispa deixaria passar aquela cena, em parte porque ela mesma tinha sonhado de novo com algo bem semelhante na noite anterior.

E foi mais ou menos assim que ela acabou com um coletinho curto de abotoadura e uma minissaia 5 dedos mais curta que a do dia anterior, dessa vez branca, brilhosa e praticamente transparente, batendo texto sentada no colo de Anaí. As duas pensavam: castigo, e concordavam silenciosamente que a castigada era Anaí.

Que ontem mesmo tinha desviado dos muitos convites não verbais de Diana com simpatia, amizade, admiração e profissionalismo. Voltando pra casa na noite anterior, Diana só ria da sua situação e pensava: "Realmente, é muito humilhação". Agora, meu amor, era trabalho. Era o karma sendo sua namorada! E se Anaí tinha conseguido deixar Diana no 0x0 ontem outra vez, teria que contracenar com Diaba hoje.

De Repente Fico - GIRL ! DIMAURYOnde histórias criam vida. Descubra agora