Daryl DixonA noite estava agradável, parecia um lugar seguro pra nós. Aproveitei o jantar e o vinho. Depois que o idiota do Shane começou a encher o saco do médico ele tratou de nos levar aos quartos. Ouvi a marrentinha dizendo que voltaria pra terminar a bebida. Mais do que depressa dei um jeito de voltar também, cheguei antes deles.
Tivemos a maior conversa até agora, não sei porque mas ela me confidenciou detalhes sobre sua vida antes, logo depois de eu jogar um verde sobre ela e o coreano serem um casal. Deu certo, eles não são. Na verdade eu não acreditava muito que fossem, ou não queria acreditar.
Essa menina tem um efeito sobre mim que não sei se gosto, mas por mais que eu tente, sempre sou atraído pra ela, por ela. Não devia, eu sei que não, não sou ninguém que ela mereça ter, sou apenas um caipira com pouca instrução, a única coisa que faço desde sempre é sobreviver.
Conversar com ela foi agradável, ela estava sorridente, nunca tinha sorrido na minha direção antes, confesso, meu coração acelerou, tive que me esforçar pra não parecer um maricas olhando seu rosto. Com seu sotaque estrangeiro ainda consegue ter um charme a mais. Eu devo estar ficando maluco.
Deixamos Glenn apagado em seu quarto, o garoto definitivamente é fraco pra bebidas. Depois a deixei no quarto com seu irmão, minha vontade era ficar lá com ela, mas segui meu caminho. Agora aqui deitado, pensando nela. Céus, estou louco. Melhor eu aproveitar que estou bêbado e dormir.
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Acordo sem me lembrar direito onde estou, olho em volta puxando as lembranças, até me dar conta do aconteceu antes. Me levando e vou em busca dos outros.
Ao chegar no refeitório, a maioria já está lá. Glenn debruçado na mesa, reclamando de dor de cabeça, T-dog cozinhando pra todos, realmente tem muita comida aqui. Então quem estava faltando chega e se senta entre mim e o coreano, não aparenta ter bebido tanto ontem. Ela é forte mesmo.
— E aí Coréia. A ressaca tá boa? — ela diz se divertindo com a desgraça do amigo.
— Não enche Brasil. Só me lembra de nunca mais beber na minha vida — ele responde desanimado.
— Que isso, ainda tem muito o que aproveitar, vou te ensinar das próximas vezes — ela ri e ele apenas acena com a mão. — Bom dia Daryl, você parece que nem bebeu, mas já imaginava que estaria bem — ela diz se virando pra mim.
— Tenho cara de alcoólatra por acaso? — eu pergunto mais rude do que gostaria, garota abusada.
— Nossa mal humor, não foi isso que eu disse. Logo cedo e você não dá uma trégua. Estava mais legal ontem — ela diz emburrada e sai de perto.
Eu sou um idiota mesmo, no mesmo tempo que quero me aproximar, deixo meu lado difícil tomar a frente da situação, ela nem falou nada demais. Não sei pra que abro minha boca as vezes.
Dale recomeça o interrogatório ao Dr. Jenner, e então ele nos leva a um laboratório, fala um monte de baboseira que não nos leva a lugar algum. Um monte de vídeos sobre a tal doença que nem ele mesmo sabe o que é. No fim descobrimos que estamos isolados do mundo. Não há respostas.
Quando o ar-condicionado do lugar começa a falhar vamos atrás de Jenner novamente, ele explica que o sistema está desativando o prédio pela falta de combustível. Depois de checar o estoque, não há o que ser feito. Temos que sair daqui.
O doutor nos tranca no laboratório e diz como se fosse a coisa mais normal do mundo que explodiremos junto com o lugar. Começo junto com Shane e T-Dog a tentar abrir as portas em vão. Não estão nem amassando.
— Essas portas foram feitas pra aguentar foguetes — ele diz cínico.
— A sua cabeça não foi — eu grito indo em sua direção com um machado em punho. Mas sou impedido por Rick que implora pela diplomacia. Eu não sei que calma esse homem tem.
Depois de muita insistência do grupo e um ataque de Shane que destruiu os computadores, ele libera a saída e nós corremos pra buscar nossas coisas. Só temos quatro minutos. Puxo Any pelo braço sem perceber, só quando ela puxa de volta meio brusca, com a testa franzida me olhando.
Recolhemos tudo e conseguimos chegar à superfície. Droga! A porta está selada, continuamos presos nessa bomba. Carol aparece com uma granada e Rick a aciona conseguindo quebrar uma das vidraças.
Saímos todos e entramos nos carros nos preparando pra explosão, logo depois de ver Dale e Andrea que tinham ficado pra trás sairem também. Em poucos segundos, o CDC era uma grande bola de fogo e destroços pra todos os lados. Estamos novamente sem um lugar, sem esperança também.
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Retomamos a estrada em direção ao Forte Bennin outra vez, agora ficou ainda mais distante, mas é a alternativa viável no momento. Tem que existir um lugar, precisamos que exista.
Em algum lugar paramos para realocar os carros, muitos veículos, muita gasolina desperdiçada, não podemos nos dar esse luxo a essa altura do campeonato. Deixo pra trás minha caminhonete e assumo a moto de Merle, aquele cuzão não está aqui pra encher meus ouvidos. Num ato impensado convido a marrentinha pra se juntar a minha garupa. O que eu tô fazendo?
— O que? Por quê? — ela me pergunta incrédula.
— Sei lá, é só uma ideia, já que a Carol está com a Sophia no carro dos seus pais.
— Agradeço caçador, mas prometi ao Glenn que iria com ele no trailer. Fica pra uma próxima — ela diz e sai.
A culpa é minha mesmo, quem manda ser um grosso sem motivos? Ela vai ficar com quem a faz se sentir bem, eu não sou bom com pessoas.
Tempo depois estamos outra vez em um engarrafamento em alguma rodovia, mas dessa vez são carros abandonados, capotados, incendiados, um verdadeiro cemitério. Não tem passagem e para foder com tudo mais uma vez, o trailer de Dale apresentou defeito novamente. Óbvio.
Resolvemos procurar peças e alguma coisa que faça serventia para o grupo, água, roupas, suprimentos. Tudo é necessário para esse tanto de gente.
Estamos verificando os carros, quando uma horda de zumbis aparece, todos se escondem debaixo dos carros, olho em volta e T-Dog está ferido. Que merda! O ajudo a se camuflar usando o corpo de um zumbi sobre ele e não tenho tempo de me esconder, então, faço o mesmo comigo.
Depois dos zumbis terem passado, escuto gritos e vejo Rick correndo para a floresta. Sophia está sendo perseguida e ele saiu para ajudá-la. Porque raios essa menina saiu do esconderijo?
Depois de ele voltar sozinho, entramos com grupo de buscas pela floresta, no dia seguinte outra vez. Nada. Depois de nos separarmos, já voltando à estrada, escutamos um tiro. Um único tiro. Não podia ser coisa boa.
Entre discussões sobre ir atrás ou não, Andrea é atacada, quase é mordida, mas de repente aparece uma moça montada em um cavalo e salva sua vida. A moça veio buscar Lori, Carl foi baleado e está em uma fazenda recebendo cuidados. A morena nos deixa instruções e parte novamente por onde chegou depois de Lori subir no animal.
Agora temos uma criança desaparecida e uma baleada. Como se não bastasse os mortos, os problemas com as pessoas desse grupo só aumentam. Caramba JC, precisamos de trégua.
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Não Apenas Sobreviver
FanfictionUma garota que já renasceu uma vez, agora se encontra em um apocalipse tentado evitar o que ela já viu tão de perto. A morte Um homem, com um passado difícil, sendo obrigado a colocar em prática todas as habilidades de sobrevivência pra manter a si...