Any Carter"Grimes"
Depois de uma confusão generalizada, Hershel tenta expulsar Shane da fazenda, mas Rick coloca panos quentes nas atitudes de seu amigo. Logo nos ocupamos de limpar a bagunça que tinha sido feita na entrada do celeiro, faríamos um funeral para Sophia, Annette e Shawn, os outros seriam queimados.
Fizemos uma pequena cerimônia, mas Carol se recusou a participar.Enquanto estávamos ocupados, Hershel saiu sem que ninguém tenha percebido. Após Beth entrar em choque, nos demos conta, mas era tarde. Rick resolveu ir atrás do idoso que certamente estaria em um bar da cidade, Glenn disse que sabia onde ficava e se ofereceu para ir com ele.
— Pai, eu posso ir também — Falei
— Filha, eu preciso que você fique aqui com sua mãe e seu irmão, o Carl está muito abalado, eu preciso que você tente distraí-lo com alguma coisa. Você pode fazer isso por mim? Por ele também?
— Eu posso sim — assenti e o abracei — Só toma cuidado lá, por favor.
— Será coisa rápida, já já estou de volta — ele deixou um beijo na testa e saiu.
Ficamos revezando em tomar conta de Beth e eu também tomando conta de Carl, estamos todos abalados com o que aconteceu hoje.
Na hora do jantar, Carol começou a chamar Lori pela casa, mas sem resposta. Foi quando nos damos conta de que ela não estava ali.
— Any, Carl, quando foi a última vez que viram a mãe de vocês?
— Esta tarde — respondemos juntos.
— Ela me pediu pra ficar de olho no Carl e na Any, mas não sei onde ela foi — Andrea revelou
Saímos todos pela fazenda procurando, nenhum sinal da mulher. Foi quando Carol voltou do novo acampamento do Dixon, que tinha se afastado um tanto do grupo depois do episódio do celeiro.
— Daryl disse que ela foi mais cedo pedir para ele ir atrás do Rick na cidade — ela disse ofegante — mas ele se recusou.
— E ele não avisou sobre? — falei já desesperada — Ela deve ter ido sozinha. Shane a gente tem que ir atrás dela. Agora — As lágrimas já brotavam nos meus olhos.
— Pode deixar que eu vou — ele disse.
— Eu vou também
Shane que já sabia sobre o bebê, se aproximou de mim, segurou minhas mãos e pediu pra eu ficar.
— É a minha mãe, eu tenho que ir
— Eu sei, por isso mesmo, seu pai e sua mãe já estão lá fora, você precisa ficar com o seu irmão — ele subiu as mãos para o meu rosto me fazendo olhar em seus olhos — Eu prometo que vou trazer ela a salvo, você confia em mim?
Eu apenas balancei a cabeça em confirmação, enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto, não era hora de entrar em debate, eu estava nervosa demais, meu coração batia sem ritmo algum.
O tempo parece que não estava passando, minhas mãos suavam frio, minha cabeça estava a mil por hora. Por mais que não quisesse pensar no pior, tudo o que está acontecendo ou pode acontecer fora da fazenda, só aumentava minha aflição e minha raiva também, de Daryl, por não ter falado nada.
Já bem tarde, vi os faróis do carro chegando pela porteira. Corri em direção ao veículo que se aproximava. Quando Shane desceu e foi ajudar Lori a sair do carro, eu vi o seu estado, havia hematomas no braço, seu rosto estava ferido.
— O que aconteceu? — perguntei
— Ela sofreu um acidente — o homem respondeu.
— Acidente? — aquela palavra pra mim, traz mais gatilhos do que qualquer outra no mundo.
Todo o meu passado, meu sofrimento, a perda da minha primeira família, voltavam a tona. Meu medo e raiva só cresciam dentro do meu ser.
Lori começou a questionar sobre os homens que foram a cidade e concluímos que Shane mentira para conseguir trazê-la de volta. Mas eu não me importei com isso. Lori estava viva e "bem" isso sim importava.
Fomos ajudando a entrar na casa, quando vejo Daryl vindo na nossa direção. Meu sangue subiu, ele não podia ter ocultado de nós a ajuda que Lori pediu a ele mais cedo.
Sem nem pensar direito, larguei o braço de Lori, deixando-a com Shane, em passos que eu nem vi como aconteceu, eu me aproximei de Daryl e dei um soco em seu rosto, que deu um passo para trás e me olhou incrédulo.
— Seu cretino, filho da puta. Você deveria ter falado com a gente. Olha o estado da minha mãe. Se você tivesse aberto essa sua boca, isso não teria acontecido. Mas ela só serve pra fazer grosseria com as pessoas não é mesmo? — gritei furiosa enquanto tentava avançar nele outra vez, mas fui impedida por T-Dog que tentava me segurar e Dale que entrou na frente.
— Eu te responderia à altura garota, se eu tivesse entendi uma palavra do que você falou — ele gritou de volta entre raivoso e confuso.
— O que você falou aí? — T-Dog perguntou — É espanhol?
— É português, no Brasil falamos português — eu disse ainda alterada.
— Se acalma minha filha — Dale tentou argumentar — Vamos cuidar da sua mãe agora, depois resolvemos isso.
— Eu não tenho mais nada pra resolver com esse daí — cuspi em direção ao Dixon que me fuzilava com o olhar, mas não me senti intimidada.
Queria mesmo acabar com a raça dele se possível, mas como ninguém iria deixar, tinha coisas mais importantes pra fazer.
Entramos na casa para cuidar dos ferimentos de Lori e esclarecer com Carl sobre o bebê. O menino descobrira a notícia no meio da confusão, de um jeito totalmente errado, mas ficou feliz de não ser mais o caçula da família.
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O dia já havia amanhecido, estávamos nos preparando para ir à cidade, mas o carro vermelho apontou na estrada, eles voltaram. Mas não sozinhos, tinha um garoto vendado no banco de trás. Tiveram problemas.
Nos reunimos na sala de jantar para discutir o assunto, o menino foi deixado para trás pelo bando que atacou Rick no bar. Estamos conversando sobre quando Daryl aparece na porta e se encosta no batente.Sua boca tem um corte, junto de um hematoma. Ele cumprimenta Carol e me olha sério. Eu olho com raiva e ele desvia o olhar.
Shane dá um showzinho quando meu pai diz que não vão matar o garoto, apenas cuidar dele e deixá-lo na estrada com suprimentos, mas Hershel abaixa sua bola reforçando que ele não é bem-vindo ali e ele sai.
— O que aconteceu com você? — meu pai pergunta a Daryl, sinalizando a sua boca.
— Ninguém te contou ainda? — T-Dog entra na conversa — Sua filha tem uma esquerda bem forte, quase desmaiou o Dixon com um soco.
— Você fez isso? — Rick pergunta se virando pra mim com as mãos na cintura.
— Faria de novo pra ele deixar de ser babaca — respondi neutra como se fosse a coisa mais normal a se fazer — Nem vem com esse papo de anti-violência para o meu lado, pai.
— Ainda teve a melhor parte. Xingou ele de 300 nomes em árabe também — T disse gargalhando.
— É português, eu já disse — ri também e dei um soco em seu ombro.
Daryl não disse nada, apenas saiu pela porta de cara amarrada, que por mim, estaria ainda mais roxa do que está agora.
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Não Apenas Sobreviver
FanfictionUma garota que já renasceu uma vez, agora se encontra em um apocalipse tentado evitar o que ela já viu tão de perto. A morte Um homem, com um passado difícil, sendo obrigado a colocar em prática todas as habilidades de sobrevivência pra manter a si...