Capítulo 5.

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Durante as aulas, Porchay encontrou refúgio em cochilos passageiros, seu rosto inexpressivo escondendo o cansaço. Os murmúrios dos professores ecoavam como um zumbido distante, enquanto o garoto se desconectava momentaneamente do ambiente.

O celular se tornou silencioso, oferecendo uma fuga para jogos que ocupavam sua mente além dos limites da sala de aula.

Enquanto os colegas se esforçavam para acompanhar o conteúdo, Porchay mergulhava em seu próprio mundo, alheio ao que acontecia ao seu redor.

A sonolência persistente poderia ser interpretada como desinteresse, mas por trás da fachada aparentemente indiferente, quem sabe se escondiam pensamentos profundos e lembranças dolorosas que o impediam de se envolver totalmente nas atividades escolares.

Kim não havia dito nenhum "piu", pela primeira vez, desde que ele senta junto ao garoto, ele presta atenção na aula.

- Você não dormiu bem esta noite? - Kim murmurou a ele.

- Depois você me passa a matéria... - Chay deitou-se sobre a mesa, voltando aos seus cochilos.

- Tudo bem, gatinho!

Os cochilos de Porchay persistiram, como se o peso das noites mal dormidas estivesse mais evidente naquele dia.

Enquanto Porchay se recostava na mesa, as conversas ao redor pareciam abrandar, os olhares curiosos se voltando para a dupla improvável.

O professor, percebendo o desinteresse do aluno, decidiu intervir...

- Porchay, você pode compartilhar suas ideias sobre o tema da aula? - Questionou o professor, buscando envolver o garoto.

Kim, ao lado, sorriu provocativamente, ansioso para ver como o Porchay reagiria à exposição diante da turma.

Ao acordar de seus cochilos, pegou as anotações de Kim e começou a explicar detalhadamente tudo o que o professor havia dito durante a aula.

Surpreendentemente, seu conhecimento sobre o conteúdo era preciso e abrangente, mostrando uma faceta de Porchay que muitos desconheciam.

- A equação química que o professor mencionou tem uma relação direta com as reações ácido-base. Se você observar a estrutura molecular... - Chay começou a explicar, desenhando diagramas no caderno de Kim.

O garoto mais velho assistia surpreso à demonstração de conhecimento de Porchay, algo que ia além das expectativas de todos na sala de aula.

O professor esperava ele não saber de nada sobre o conteúdo. Mas ser chato, arrogante, não quer dizer ser uma pessoa mal informada.

Kim, fascinado com a explicação detalhada de Chay, esqueceu momentaneamente da "rivalidade" entre eles.

- Isso é impressionante. Você realmente entende essa matéria. - O mais velho comentou, deixando escapar um sorriso sincero.

- Sempre gostei de química. Não é tão complicado quanto as pessoas pensam. - Chay respondeu com calma.

- Mas de fato é super difícil de se entender, eu sempre fico de recuperação...

Porchay deu de ombros, voltando a recostar na mesa. Porém o Theerapanyakul se aproximou dele com um pedido inusitado.

- Eu estava pensando... será que você poderia me ajudar com essa matéria de química? Parece que você realmente entende do assunto.

- Aulas particulares? Eu cobro caro, sabia?

Kim riu incrédulo, percebendo a ironia no tom de Chay. Pela primeira vez ele ditou em brincadeira.

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