capítulo 08

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MAELLE HATHAWAY

As palavras da terapeuta martelaram na minha mente por horas até que eu pudesse dormir. Achei que não lembraria mais desse assunto, mas não foi bem assim.

Lembrei disso pelo resto da semana, tudo repassava em minha mente como um filme.

Peguei o máximo de trabalho que pude para ficar focada em algo útil, mas eu trombava com ele o tempo todo. Ele passou pela minha sala a semana inteira, comecei a ficar irritada e fiquei de porta fechada, mas ainda conseguia ver sua sombra e ouvir o barulho de seus sapatos ecoando pelo lado de fora.

Almoçamos juntos, tive que ir a sua sala mais de oito vezes para resolvermos algumas coisas, tivemos uma reunião juntos.
Parecia que tudo queria me levar para ele em algum momento.

Eu fingi naturalidade ao seu lado, fingi que não houve nada no dia anterior e para a minha sorte ele também.

Na quarta-feira de manhã, meu pai nos chamou para uma pequena reunião, teríamos um baile beneficente em algumas semanas. Todo o dinheiro arrecadado seria doado para abrigos e orfanatos.

Mas todos nós sabíamos que o baile não era para este fim, era só mais um jeito da elite mostrar seu dinheiro sem fim, suas roupas extravagantes e seu falso carisma.

Eles sabiam que sairiam nas primeiras páginas dos jornais e revistas no dia seguinte e seria comentado sobre durante semanas.

Eu já estive em vários bailes como estes e todos são do mesmo jeito. O único diferencial desse ano é a temática, um baile de máscaras.

Era algo novo e interessante.

Seria um bom jeito de encontrar algum cara aleatório e transar, é uma ótima alternativa para dispersar meus pensamentos sobre Declan.
Precisava mantê-lo longe de mim, da minha mente.

Eu precisava procurar algo para me ocupar novamente. Sinto falta das aulas de poledance, de ter tempo livre para ler algum livro, ou de até mesmo ir em festas na qual eu ficava tão bêbada que causava um acidente.

Suspirei me sentindo esgotada, tanto fisicamente quanto psicologicamente.

A empresa estava praticamente vazia, já se passavam das seis e meia da tarde e eu continuava trabalhando, estava terminando de arrumar a agenda do meu pai e a de Declan para o dia de amanhã.

Essa não era a minha parte favorita do trabalho, na verdade nenhuma era e nunca seria.
Ser a secretária desses dois homens era terrível, muita correria, foco e pontualidade. Declan também era um empecilho que eu não conseguia lidar.

Joguei a caneta para longe e levantei da mesa, tudo que eu faço leva meus pensamentos a esse pedaço de merda.

Eu preciso urgentemente de uma garrafa de vodka e uma boa música. Vesti meu blaser e peguei minha bolsa na mesa, levantando logo em seguida.

Desci o prédio e esperei por um táxi enquanto digitava para Thalia.

"Preciso de vodka, uma boa música e dançar até que minhas pernas peçam arrego, ache uma boate que não seja a de Declan."

Um táxi parou na minha frente e eu entrei, era um senhor que escutava AC/DC no rádio. Dei a ele meu endereço que logo deu partida no carro, rumo ao meu apartamento.

Assim que cheguei em casa, liguei as luzes e deixei meus sapatos ao lado da porta. Caminhei até o banheiro do meu quarto e liguei a água da banheira, voltei ao quarto e procurei por uma roupa no closet.

Eu não queria algo exagerado, se fosse curto e confortável estava ótimo.

Encontrei um de meus vestidos favoritos, eu não o usava a muito tempo. Ele era um mini vestido com corset em vermelho, sua saia era de malha tule e ele modelava muito bem em meu corpo. Um pouco transparente, mas ele é perfeito para o que eu quero hoje.

Tons de Frieza | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora