C A P I T U L O _ 2

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O dia está lindo, para uma data tão cruel.

Em uma carruagem feita de madeira especialmente para mim.. o vestido branco, com mangas bufantes e cheias de pequenas pedras colocadas uma a uma, sapatos feitos a mão pelas melhores artesãs do estado, mais que são muito desconfortáveis, parece que ando em espinhos, como no meu destino atual.

Olho para as cortinas que cobre as ganelas, que torna o ambiente mais quente e apavorante, abro uma pequena brecha vendo o que eu mais temia, a cidade toda reunida, para ver a filha do barão do sul se casar, com o maior milionário do norte, a maior aliança milionária do país, atualmente..

A cartoagem para, e a única coisa que consigo sentir agora é o desespero a minha maior vontade é de sair correndo quando está porta se abrir.

Sinto meus olhos começarem a arder novamente, dando espaço para uma pequena lágrima escorrer de meus olhos que a logo enxugo.

A porta se abre e um mordomo estende a mão para me ajudar a descer.
A minha vontade era de morrer.. ali mesmo no altar.. por um tiro, qualquer coisa.

Algumas mulheres se aproximam, e me guiam até a grande porta feita de madeira, na parte de fora, havia parentes e devotos de fé e outros fofocas.

As trombetas tocam a clássica melodia da noiva entrando na igreja, levanto o olhar ainda vendo as portas fechadas... Por mim ficariam fechadas para sempre..

- filha, está pronta ?

A voz de meu pai aparece em meu lado, mas sou incapaz de olhas em sua direção, tenho tanto desgosto e nojo, o que aconteceu com aquele homen que disse que cuidaria de mim como uma princesa, que não iria deixar homen nenhum me tocar.. agora olha só, me levando para a ponta do penhasco.

Me levando ao altar com o homem mais sujo e nojento da cidade.

Com a demora da minha resposta ele pega sutilmente a minha mão apoiando em seu braço.

E finalmente..as portas se abrem.

...

A pequena idosa me guia a uma colina escura, com galhos no caminho e que escondem a verdade, o que se tem somente a luz da lamparina que tenho mãos e a luz da lua.

- a senhora tem razão de que é por aqui ?

Sigo a senhora por mais alguns passos a frente e a mesma para, ela pega uma vela cinza que tira debaixo de seu manto.

- leve isto com você.

Ela me entrega a vela, e a pego com receio, sinto que não deveria estar ali, mas também sinto que sim..

- o que eu faço com isso?

- você irá até o topo da colina. Lá encontrará uma estátua, de um homem sério, postulado, com o os braços para trás como de um soldado. Acenda esta vela em sua frente junto com a cesta em suas mãos, faça as suas orações e depois..

- e depois ..? - afoba-se antes do tempo.

- ...volte para casa. agora vá..

Olho para a colina vendo o caminho escuro e com a neblina mais densa que já vi. Caminho receossa, olho para trás para observar a pequena idosa, que não está mais la, um arrepio sobe a minha espinha me sentido sozinha. E como sempre se estivesse alguém as espreitas.. a me observar.

A Escolhida do Amaldiçoado Onde histórias criam vida. Descubra agora