C A P I T U L O _ 11

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Milena

O dia amanheceu caloroso, não pelo ambiente ainda um pouco frio, mas pelas últimas horas tumultuadas neste casarão. Antes de Safira ir dormir, pediu que sua filha dormisse ao seu lado. Caminhei até o quarto ao lado, pegando o berço do bebê, bastante pesado por ser de madeira.

Antes de adormecer, Safira pediu para trancar a porta do quarto, caso Marcos voltasse. Somente ela e eu temos as chaves.

Caminhei empolgada pelo corredor até o quarto de Safira, que, assim como o resto da casa, permanecia em silêncio.

Abri a porta e fui diretamente ao berço. Meu coração gelou ao não ver o bebê lá.

- O que...?

Fui até Safira, que estava dormindo ao lado de sua filha, ambas enroladas nas cobertas.

Um ar de alívio saiu de mim, e novamente aquela onda calorosa me envolveu.

- A senhora a colocou para dormir com você - uma risada suave escapou contra minha vontade, saí do quarto, olhando-as pela última vez.

. . .

Rubem

- Nossa, eu não sabia que na Itália fazia tanto frio, ainda bem que o Outono já começou - diz Ramon com o charuto na boca e o chapéu marrom escuro, o mesmo que usávamos em nossa terra Natal.

Ramon é meu melhor amigo, nos conhecemos desde a adolescência, quando fui influenciado pelo seu pai a ser cuidador de fazenda e cuidar de seu gado. Na adolescência, entramos em uma guerra entre nossas familias o que acabou corroendo nossa amizade, e disputávamos a confiança de seu pai.

Passamos anos sem nos ver, sem nos perdoar, até que numa noite de Dia de Los Muertos, Ramon foi atingido por uma bala perdida na perna, alguns vândalos que estavam na festa atiraram em milhares de pessoas incluindo minha noiva que faleceu no mesmo dia, lembro que foi a pior perda da minha vida.

Após isso Ramon se dispôs a ajudar o vilarejo junto comigo, deixamos as rivalidades de lado e nos juntamos para massacrar aqueles que quiseram nos assassinar. Sangue e ruína.. é disso que me lembro após vingar a morte minha noiva...

- Sim, está ficando bem mais confortável - respondo.

Passamos pela praça principal, não havia ninguém na cidade, apenas nós dois e outros da nossa fazenda fazendo uma varredura pela área. Meu olhar vagueia para o cair da colina que dá para o mar e um nascer do sol alaranjado, quando sou interrompido com meu cavalo relinchando alto, pois Ramon esbarrou de propósito.

- O que foi?

- Olha lá - sussurra ele.

Acendo um charuto e vejo uma mulher de capa negra cavalgando em direção a uma rua que leva a outra colina. Os moradores dizem que há muitas piscinas naturais que fazem sucesso no calor, mas no inverno é raro ir para lá.

- Parece que já a vi em algum lugar... - A mulher amarra seu cavalo numa árvore e entra na floresta sem pensar duas vezes.

- Eu vou lá.

- Ui ui ui, vai fazer o que? - diz Ramon com malícia no tom.

- Eu vou só ver se ela está bem, e numa mata fechada, não é qualquer um que consegue entrar com tranquilidade - falo .

- aiaiai !

- Ah! Andale! andale! - Ramon sai cavalgando, dando suas gargalhadas.

Desço do cavalo, indo até o cavalo da senhorita e o amarro numa árvore um pouco distante, caminho depressa para não a perder de vista. Ao entrar, vejo-a se remexendo toda hora, vou atrás de uma árvore com rapidez.

- O não, eu esqueci? - diz a ela - Não, não.

Olho prla lateral da arvore vendo a mulher de frente, a serva pessoal da esposa do Senhor Marcos? O que ela faz em um lugar desses?

Ela solta um ar de desistência e continua seu caminho. Deveria seguir minha vida, agora sem saber quem é, era o certo a se fazer, mais logo ela. O que ela faz aqui? Por um momento penso em desistir, mas o que me aflige agora é a minha curiosidade. Observo novamente, vendo que ela está bem afastada. Espero ela ir mais à frente, me escondo atrás das árvores. Às vezes, uma folha seca ou um galho se quebra, mas a cada pequeno barulho, ela nota. Sua percepção é perfeita como a de um soldado.

Com a caminhada, percebo aos poucos um barulho de água correndo rápido. Um rio? Não, é uma cachoeira.

Ela retira seu capuz que lhe cobria do pe a cabeca, expondo seu vestido azul escuro, simples, é justo até a cintura e se torna reto e sem detalhes para baixo, parecendo apertado para uma mulher de corpo farto como o dela.

Ela coloca o balde ao seu lado, coloca o capuz em outro lugar e coloca as mãos para trás, desprendendo algo no vestido, que cai.

- Mas que... - me encolho por alguns segundos olhando envolta, me viro olhando novamente a mulher que já estava submersa na piscina natural feita pela cachoeira. Seu corpo é deslumbrante, seus cabelos longos e densos, ela nada como uma sereia, serena, calma, mas rápida.

Ela sobe à superfície com algo na mão, parece algum tipo de alga. Caminha para a beira, seu corpo é pecaminoso, não consigo olhar para outra coisa, por alguns segundos tenho a sensacao de estar ipnotzado.

- No, no, no - esfrego minha mão no rosto tentando me recompor - Para con eso - inspiro o ar pesado da leve neblina que se levantava, olho novamente,ela está de costas ressaltando suas curvas que brilham com a luz escassa do sol. Começo a sentir meu rosto arder, nunca me senti assim.

Ela faz um coque bagunçado, tornando-se mais atraente. Parece que seu corpo vive em harmonia a cada movimento que eu olho - Ah, mas que hermosa - sussurro para mim mesmo, dou passos lentos e largos para que ela não me escute. Eu tenho que sair daqui antes que dê mal entender.

. . .

Depois de algumas horas se passar voltei ao meu posto como se nada estivesse acontecido, contei para Rubem, o mesmo já estaca até preparando um casamento, que isagero.

Caminhávamos no jardim quando senti meu peito queimar ao ver a mesma mulher pegando água em um posso mais a frente, Ramon olha para a mesma direção, sem olhar-lo já posso imaginar a sua face de safadeza.

A mulher pega o balde com precisão e força, uma força que mão acho muito normal para uma mulher que só limpa a casa, ela entrega o balde para outra criada que estava a espera do balde. O sol refletiu em sua pele que estava suada realçando seu decore que a deixava ipnotzante.

- feixa a boca aí cowboy ! Hahahah - grita Ramon me fazendo volta ao mundo real. Antes de solta um palavrão a vendo olhando em nossa direção.
Não sei dizer, mais a algo diferente nela, um encantamento talvez ?

. . .

Olá minha gente !
Espero que tenham gostado, me deixe seua estrela e sua opinião também.
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A Escolhida do Amaldiçoado Onde histórias criam vida. Descubra agora