C A P I T U L O _ 3

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Este capítulo tem senas que para alguns leitores pode ser sensível

. . .

– perdão, não ter me apresentado antes, meu nome é Margaret... - a senhora que trouxe a mais nova de companhia tinha cabelos grisalhos e me olhava estranhamente, como se eu fosse a invasora do lugar. Seus olhos eram verdes com leves rugas perto dos olhos, mas ainda sim, uma aparência muito bem concervada, se não fosse pelos seus cabelos grisalhos até pensaria que era mais nova.

– a senhorita quer ajuda com algo?

Sim, em fugir deste lugar... esta era minha resposta... mas se eu sumisse assim, a metade do país iria atrás de mim e minha fulga poderia acabar em uma caçada a recompensa.

– não Margaret, obrigada... - preciso arranjar uma forma de reverter esta situação, mas como?

– a senhora deveria se arrumar - diz Margaret com um tom convencida.

–eu? me preparar para que ?

– para seu marido - aquilo me quebrou como um soco no estômago...

– Margaret...

– sim?

– saia agora - digo sem rodeio.

– o que você pens...

– SAIA!

O grito as assusta dando um passo pra trás, elas saem e Margaret enruga a cara como se eu estivesse fazendo a coisa mais absurda do mundo.

Mas eu não ligo para ela, sinto o meu peito queimar de angústia e nojo.

A lamparina laranja dá um ar de melancolia junto com o ar frio que vinha das janelas abertas no lado da cama.

Me levanto devagar caminhando até a janela, onde as cortinas faziam ondas dançando com o vento. Pego as bordar das janelas para fechá-las quando observo alguém pelo jardim.

Era uma pessoa pequena, corcunda e caminhava bem lentamente com uma rosa azul clara em mãos, a pessoa para e vira para a ganela... para mim.

Seu rosto é indecifrável, escuro como a noite, as luzes das lamparinas eram apagadas demais, mas uma sensação percorre o meu corpo, medo e curiosidade.

Meus pensamentos são interrompidos com alguém abrindo a porta bruscamente, sem ao menos me vira meu corpo gela. Passos pesados caminhan pelo quarto.

– o que tá fazendo na janela... QUER MORRER ?!

Marcos diz com a voz grogue e com alguns soluços.

A pessoa no jardim permanece no mesmo lugar sem se mover, mas féicho a janela.

Com as mãos suando e com a angustia, me viro... vendo-o tirar o casaco e cambaleando até mim.

Sem tempo para reagir ele me agarra pela cintura e me beija do jeito mais nojento e horrendo que já senti, seu odor era misturado, com bebidas e suor, tento tirar de cima de mim pelo seu peso, mas é mais forte que eu, ele me agarra mais forte como se mais me esquivar-se mas ele me sufocava.

Me sentia mais suja a cada toque seu, mas ordena a cada palavra que soltava.

A sua pressa e força era como um animal desesperado por comida, mas sarnento e como se esse banquete fosse o último em sua vida.

Suas mãos rasgaram meu vestido como se rasgasse uma folha de papel, suas mãos forçaram minhas pernas se abrirem, sua introdução foi como faca perfurando meu útero, violento e forte, e repetidas vezes transformando o processo mais torturante, as lágrimas não eram de nada, os gritos não eram de nada... eu não era de nada...

A cada soco era uma diversão para ele, um entreterimento, cada gargalhada era para mais dentro, um processo doloroso e agoniante, a sensação era de estar pagando todos os pecados do mundo, uma espada perfurando o peito de um cavalheiro em uma guerra.

Agarrar e puchar os lençóis em tentativa de escapar, eram como se meu corpo fosse cortado ao meio, em meio á neve, sozinha... se rastejando em tentativa de ajuda. As lágrimas corriam em meu rosto, os soluços persistiam em todo momento, se soluçava alto de mais, para ele, era sinal de colocar mais a dentro e com mais força, ignorando todo o sangue nos lençóis.

. . .

Horas mais tarde

Horas se passaram, a dor era constante, a luz do amanhecer clareava levemente através da pequena brecha da janela, Marcos dormia ao meu lado, o sono não tinha aparecido durante o termino do acontecimento, seus olhos não descansaram para as lágrimas, estava exausta... de tanto chorar... de tanta dor.

Safira tinhas olhos vazios como de um peixe morto, seus olhos castanhos vivos, viraram de um castanho acinzentado. Ela se apoiava para se levanta, os hematomas se alastraram em seu corpo, das suas mãos até as pontas de seus pés.

Seus movimentos eram lentos e dolorosos, ela se sentou e olhou para o homen ao seu lado que dormia tranquilamente a sua vontade era de encendiar-lo com a pequena vela que se mantia acesa.

Ao se levanta sentiu um líquido viscoso e com sangue, em suas pernas. Olhar aquilo foi como se estivesse a olhar para um animal morto, pronto para os corvos atacarem, talvez seja isso que queria naquele momento...

Ela se levantou devagar com leves gemidos de dor, a cada pequeno passo que dava, mais do líquido branco misturado ao sangue escorria acompanhando seus passos, com somente uma parte do vestido em seu corpo, se aquilo que estava pendurado em seu corpo poderia ser considerado um vestido algum dia.

Ela pousa as mãos na maçaneta a abriu com a maior lentidão para que Marcos não acordasse, não queria aquilo novamente, não queria seu toque, sua voz, nem sequer ver seu rosto...

Ao abrir uma pequena brecha da porta, vejo Milena, como um guarda, segurando toalhas com as duas mãos. Milena me olhava com pena e tristeza, mas de cabeça erguida engolindo as lágrimas.

– eu ouvi seus gritos vossa senhorita, não sai de sua porta desde a noite anterior - ela contraiu o rosto como se segurasse as lágrimas e respirou fundo - eu tô aqui... para cuidar da senhorita... ouvir aquilo foi o gatilho para a lágrimas caírem, mas dessa vez escorrerem de alívio.

. . .

Depois de horas de terror, horas de dor, horas de tortura, finalmente Safira pode sentir uma leve chama de paz, uma suave luz no meio do escuso, de calmaria, aquilo soou como uma brisa fria no calor escaldante e cortante. As lágrimas de alívio saíram como uma forma florescente e calma, já que tinha gritado tanto na noite anterior, durante muito, e muito tempo, não tinha voz, mas leves gemidos saíram junto com as lágrimas.

– eu tô aqui senhorita - Milena a enrola em uma toalha cobrindo seu corpo que estava exposto, e com hematomas bem aparentes, Milena a abraçou levemente.

Safira pode finalmente sentir paz, sentir conforto.

Chorou novamente, mas dessa vez não de desespero, não por vontade de escapar, e sim de alívio, finalmente, o conforto que nunca teve, Safira queria que aquele momento nunca acabasse, que o tempo parasse.

. . .

Obg por ler

A Escolhida do Amaldiçoado Onde histórias criam vida. Descubra agora