Ficamos todos por mais meia hora conversando e bebericando ao redor da piscina, eu entro e saio d'água, R também me acompanha, as outras duas, acho que por conta de seus machucados, preferem apenas ficar abrigadas no guarda sol.
Fico na borda da piscina, poiada pelos cotovelos, balanço displicentemente minhas pernas, R chega ao meu lado, começamos a conversar, a primeira impressão que tive sobre ela começa a desaparecer, fico sabendo que ela está usando coleira há apenas cinco meses, já teve uma experiência anterior bem curta, que me pareceu não ter sido agradável. Comento do tempo que estou com meu Dono. Não entramos em mais detalhes e passamos para uma conversa mais trivial, fico feliz que ela tenha se aproximado.
- Eu vou pegar uma cerveja você quer?
Olho para meu Dono que está conversando, mas sei que ele também mantém sua atenção onde estou. Ele sorri percebeu que pergunto a ele, sem nem precisar dizer nada ele entende o meu pedido de autorização e seu sorriso me mostra que posso aceitar.
- Obrigada quero sim.
Ela sai da água conversa com L alguma coisa, mas nem fica muito tempo com ela, serve dois copos de cerveja e volta para dentro da piscina. Brindamos, ela me parabeniza pela vitória e me diz.
- Um jogo que eu não sabia se eu queria vencer ou não.
- Por quê?
- Um jogo que quem ganha pode perder.
- É verdade R, mas se você não ganha, ou pelo menos procura ganhar, se entrega já perdeu, e há sim a chance de você ganhar e ganhar.
- Você acredita mesmo?
Fico olhando para ela meio sem resposta, se fosse em um outro momento eu diria com toda a certeza do mundo que sim, teria a certeza da escolha dele. Mas agora eu não sei, lembro-me só de suas palavras.
- Eu tento acreditar.
As palavras brotam de minha boca por brotarem, mas sem nenhuma convicção, nesse exato momento me sinto derrotada e o pior é que fui derrotada por mim mesma, por minha desconfiança. E ela então se aproxima mais de mim, chega a encostar sua coxa na minha por baixo d'água, olho para ela meio assustada. Ela olha para mim e me diz.
- Preciso te avisar, sei que L e J querem te derrubar, estão com raiva pelos castigos que receberam e culpam você.
- Mas me culpar? O que eu fiz?
- Elas acham que você já sabia de tudo, que foi tudo armação.
- Eu não sabia de nada, tanto é que estou sendo punida por meu Dono.
- Punida? Você? Não entendi.
- Ontem eu achei que ele não sabia jogar, eu me envergonhei dele, eu fiquei com raiva dele ter perdido e eu ter sido humilhada, ele percebeu, e à noite ele me colocou de castigo.
- Mas ele deixou passar para todos que não sabia jogar.
- Eu sei essa foi a intenção dele, mas eu não poderia ter sentido o que senti.
Nossa conversa é interrompida, pois somos, todos, avisados que o almoço já estava sendo servido, então ela saí da piscina na minha frente vejo-a subir a escada, ela é bem mais nova que eu, tem um corpo mais bonito mais firme, penso comigo mesma que meu Dono pode querer escolhe-la, mas sei que ela não ficaria satisfeita, entendi isso por suas palavras.
Pego a tolha na cadeira que eu estava usando, começo a me secar, apesar de todo o piso da sala, onde o almoço está servido, ser de material que pode molhar prefiro estar seca. Enrolo a tolha em minha cintura, meu Dono está de pé, sei que me espera, me aproximo dele, busco ler em seus movimentos o que ele tem em mente. Ele segura meu cotovelo, essa sensação de ser segura pelo cotovelo, por ele, nunca me agradou, pois sei que ele quer me dizer algo que não vou gostar.
- Eu tomei a minha decisão, já sei da minha escolha, vou anunciar no almoço.
Minha vontade é perguntar a ele qual é a decisão, mas não o faço, sei que seria pior.
- Sim meu Dono e respeito sua decisão.
Sentamos à mesa, espero que ele peça a palavra e anuncie sua decisão, mas não é o que acontece me sinto mais ansiosa e angustiada, se ele não ia dizer logo no início porque me avisar? Mas eu sei a resposta, para me deixar exatamente como estou. O almoço transcorre normalmente entre conversas e risos até que R descuidadamente derruba seu copo de cerveja na mesa, faz-se um silêncio, ela se levanta tentado impedir que o líquido molhe tudo, mas sem conseguir, o Senhor Y, que é o dono, a chama de desastrada e a avisa para se preparar, pois será castigada pela vergonha que o está fazendo passar. Ela tenta se desculpar com todos, mas ninguém diz nada, todos sabem que é prerrogativa do dono dela fazer o necessário.
Após esse incidente, os pratos são retirados, R está desolada sentada à minha frente, mantém sua cabeça baixa, ouço então o som de batida de talher contra um copo, é meu Dono que chama a atenção de todos. Sinto-me gelar por dentro, a comida quase voltar, sei que chegou a hora dele fazer seu anúncio, minhas mãos tremem. Ele se levanta.
- Meu caros amigos, há pouco na piscina, quando me perguntaram sobre minha escolha eu disse que preferia fazer o anúncio dela ao final do dia, mas mudei de ideia e se estiverem de acordo gostaria de fazer agora.
Todas as submissas olham para ele, J sorri, R volta a baixar a cabeça e L me parece indiferente, eu tremo como se estivesse nua num freezer. Os três dominadores se mostram de acordo.
- Bom pelo que havíamos acordado antes do jogo da manhã faço uso de meu direito de vencedor e escolho L e J para essa noite.
Meu mundo desaba naquele segundo, apesar de tudo o que ele já havia me dito, de tudo o que eu imaginava, no fundo, bem lá no fundinho do meu âmago eu esperava ser só eu a escolhida, aperto minhas mãos, busco sugar o ar com minhas narinas, me sinto sufocada.
O Dono da casa então diz que estamos todos acertados e que já que a escolha foi feita ele convida todos nós para dirigirmo-nos para a saleta ao lado.
- Senhores, vamos tomar um café e um licor, nossas meninas podem nos servir lá.
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Uma submissa em jogo
Cerita PendekUm encontro de Dominadores com as suas submissas, um final de semana de jogos, desconfianças, embates, punições e desavenças. Uma historia contada por uma das submissas, todas as suas sensações, anseios e medos por ser a mais velha de todas e també...