Filhos da luz | Volume um - CONCLUÍDA- Aguardando revisão

Laços

Castiel já havia conquistado o consentimento dos irmãos Winchester, mesmo sabendo  que as consequências estariam sob sua responsabilidade. O anjo não temia pois sabia que estava fazendo o certo, por isso planejou mentalmente por alguns dias, algo que pudesse fazer antes de chamar os rapazes de volta até sua casa. Castiel precisava mostrar para Dean o quanto Cassie era confiável e por conhece-lo tão bem sabia que precisava passar mais tempo com a garota. Quando finalmente Castiel se encorajou,  Jack se  animou imediatamente ao ouvir o pai falando ao telefone. Sorriu e bateu palmas ligeiramente quando soube que o "Tio Sammy" logo viria. Cassie não ficou tão animada com a notícia, não por não gostar dos dois. A garota amava a presença do mais novo, Sam havia arrancado risadas genuínas da pequena,  mas Cassie  temia o olhar desconfiado cor de esmeraldas que havia encarado-a por tanto tempo da primeira vez que o viu. Mesmo assim, Jack insistiu para que sua quase-irmã não tivesse medo. 

- Cassie, - Jack segurou a mão da garota encolhida no canto da sala. Algumas horas antes, havia dito a Castiel que não saíria dali até que ele cancelasse a visita do “Winchester mau humorado” . Como de esperado, o anjo não fez o que a garota pediu. Cassie em protesto permaneceu no canto escuro da sala. – Por favor...

A garota fez beiço e com os olhos assustados respondeu:

- Eu escutei ele dizendo que iria tacar fogo em mim...

- Ele não vai fazer isso... – Jack abaixou-se perto da menina e acolheu suas mãos entre as dele. – E se ele fizer... – Jack mostrou seus olhos iluminados por segundos e continuou. – Eu resolvo isso. Mas ele não vai fazer...

- Você promete? – A garota olhou nos olhos de Kline e aproximou as testas um do outro.

- Prometo que ninguém vai se machucar. – O garoto sorriu.

Depois das palavras de entusiasmo do quase-irmão, Cassie finalmente se levantou mesmo que em relutância. Como toda criança normal, esqueceu que estava apavorada em questão de tempo. Cassie se distraía observando o pai conversando em chamada de vídeo com Dean, que já se preparava para encontrá-los. A garota notava a animação nos olhos de Castiel com cada palavra dita para o Winchester. Cassie sentia tédio facilmente e por isso quando a conversa dos adultos a deixou cansada,  cochilou com a cabeça encostada no sofá. Castiel não achou justo acordar a pequena, e com todo cuidado ajeitou a cabeça da menina em uma pequena almofada, buscou seu cobertor juntamente com seu ursinho para cobri-la. Cassie respirou fundo, se ajustando no conforto. Castiel passou a mão pelos cabelos ruivos da menina e deu um sorriso gentil antes de apagar a luz.

Quando os irmãos chegaram, o silêncio pairava pelo ambiente deixando Castiel angustiado, mas foi questão de tempo para que se adaptassem e começassem a interagir de alguma forma. Cassie continuava dormindo e não viu os Winchesters cheragem, ao contrário de Jack que contou os segundos para vê-los. Na cozinha enquanto bebiam, Castiel e os rapazes conversavam sobre as crianças, e de canto, Jack observava tudo. Sendo assim escutou quando o pai disse ao Dean que ele e Cassie iriam ao mercado pela manhã. A desculpa do anjo foi que faltavam algumas coisas, mas a realidade é que Castiel queria que Dean passasse um tempo com a garota para ter certeza de que ela não iria fazer mal à ninguém.

Sam estava sentado na pequena mesa no canto da cozinha enquanto mexia no notebook, procurando as informações de sempre necessárias para qualquer caçador quando Jack se aproximou sutilmente e sorriu. Seus olhos pidões eram nítidos, e Sam sabia o que estava por vir. Crianças sempre fazem a mesma expressão quando querem alguma coisa.

- O que foi? - Sam desviou os olhos da tela para olhar para o garoto.

- O cabelo da Cassie é tão lindo... -Jack sorriu desajeitado. - Pena que sempre tá tão bagunçado...

Sam abaixou a cabeça e sorriu discretamente antes de Kline continuar.

- Acha que pode me ensinar a fazer um penteado pra ela? - O garoto sorria envergonhado.

Sam cerrou os olhos, não esperava essa atitude de Jack. Sam sentiu a leveza e a pureza mais genuína de uma criança. Não havia como negar o pedido de Kline, sabendo como a irmandade era importante e por isso sorriu ao abrir uma nova aba no seu notebook.

-Eu não sei fazer penteado nenhum... - Sam olhou para o garoto e apontou para o vídeo que havia escolhido em sua pesquisa. - Mas podemos aprender.

Os dois passaram um longo tempo até que Jack decorasse a maneira correta de fazer um belo par de tranças. Jack disse ser uma surpresa para irmã. O Winchester mais novo disse ao menino que não tinha nada para prender os fios da menina, mas isso não parou Kline pois sua força de vontade para ver a irmã mais bela foi suficiente para encontrar um pedaço fino de cetim vermelho suficiente para dois laços. Jack dormiu ansioso até o amanhecer para finalmente acordar  a quase-irmã empolgado dizendo que precisava pentear seu cabelo. Cassie não entendeu à princípio e não se aquietava enquanto Jack se dedicava fielmente a cada movimento do penteado, mas quando viu as duas tranças ainda que não muito bem feitas mas feitas com muito amor, Cassie abraçou Jack da maneira mais forte que conseguiu em sinal de gratidão. Jack deu um beijo na testa da garota e permaneceram abraçados até concordarem que deviam mostrar aos outros o belo penteado.

Os dois foram até a cozinha onde os mais velhos tomavam café, Jack puxava a garota pelo braço e andava rapidamente para chegar até os rapazes.

  - Uau! – Sam olhou para  a garota e para Jack em seguida com um sorriso orgulhoso.

  - Gostou, Castiel? – Jack puxou a menina até o pai enquanto mexia no cabelo de Cassie admirado com o que os dois diziam ser sua obra de arte recente. – Tio Sammy que me ensinou.

- E como você aprendeu? – Dean afastou a xícara de café da boca e sorriu sarcástico. – Fazendo trancinhas no cabelo do Sam?

- Você é um idiota! – Sam olhou para o irmão mais velho e revirou os olhos.

Castiel abraçou as duas crianças para desejá-los um bom dia como de costume. Os dois se abraçavam coletivamente. Cassie chamava de “ Abraço coletivo da família superpoderosa” e o dia não podia oficialmente começar sem o cumprimento dos três.