Filhos da luz | Volume um - CONCLUÍDA- Aguardando revisão

O silêncio precede o caos

Antes de voltarem  ao jardim, Castiel e os Nephilins se despediram dos demais caçadores. A ruiva sentia-se mais disposta ao saber que seu pai e seu tio haviam concordado com o Plano de trazer Chiara e Luna novamente para ajudá-los a prender "Os Outos" e Jack sentia-se feliz por saber que restava pouca escuridão em Cassie. Logo a Nephilim seria pura luz.

O teleporte os levou até a pequena praia que havia por fora do Jardim. Ali Castiel, Jack e Cassie observavam a natureza e percebiam que tudo estava estranhamente calmo.

- Está tudo tão... – Jack engoliu seco. – Silencioso.

- Justamente por isso estamos aqui. – Castiel respondeu. – Precisamos nos manter longe do alcance dos "Outros".

- Não conseguiu falar com os anjos ainda? – Cassie questionou.

Castiel pigarreou e disse:

- Ah, sim. Isso... Bom... Os anjos me disseram que os filhos do pecado buscavam por Lúcifer.

- Mas ele tá preso... – Jack continuou. – Não vão conseguir encontrá-lo.

O olhar de Castiel demonstrava receio, sabia que os planos poderiam sair dos trilhos à qualquer momento, ou que talvez já estivesse fora dos trilhos a muito tempo e estavam apenas improvisando.

Cassie sentiu o clima de tensão e afastou-se caminhando em direção à uma macieira. A ruiva olhou as frutas vermelhas espalhadas pela folhagem e sorriu quando disse:

- Ei Cass!

O anjo encarou a ruiva juntamente com Kline que caminhou para se aproximar.

- Qual o lance da maçã? A cobra falante e tudo mais?

- Bom... – O anjo sorriu olhando para as crianças. – Não é uma das melhores histórias tendo em vista que tudo acarretou ao que o mundo é hoje.  Mas vou lhes contar mesmo assim. Um dia quando a terra era perfeita, Eva caminhava pelo jardim...

- Um jardim como esse? – Kline sorriu.

- Mais bonito... Muito mais bonito. – Respondeu. – O jardim mais belo que já vi em toda minha existência.

- Então você viu o Jardim? – Os Nephilins perguntaram uníssono.

- Vi. Vi sim. – Castiel balançou a cabeça negativamente. – Uma pena Lúcifer ter destruído tudo.

- Como? – Cassie perguntou.

- Acho que foi aí que ele se transformou em uma cobra falante... – Jack riu.

Castiel tocou a ponta do nariz de Kline continuando:

- Exatamente. Eva não entendia o motivo de não poder comer a tal fruta proibida.

-Mas mesmo assim ela obedecia... – Cassie completou.

- Sim... Mas Lúcifer se aproveitou de sua dúvida... Ele sempre se aproveita de nossas dúvidas. É uma das armas dele... A indecisão.

****

- Quanta bobagem... – O "Outro" que tinha corpo feminino olhou para seu companheiro masculino e revirou os olhos quando tocou as pequenas fotos em polaroid dos Nephilins. – Isso é tão ridículo para quem eles realmente são.

Os dois nephilins de olhos castanhos  estavam na casa há pouco tempo mas o suficiente para sondar a vida de todos que haviam passado por ali. Sabia os desejos de Dean, os medos de Sam, a confusão de Charlie, a sabedoria de Bobby e por fim os pensamentos de quem mais lhes interessava no momento: Crowley e Donatello. Nos pensamentos dos dois havia o que precisavam saber sobre os dois Nephilins, apesar de não esperarem o  fato de Jack estar transformando a escuridão de Cassie em luz,  na mente do Rei do Inferno havia a informação principal que era a localização de Lúcifer.

- Encontrou alguma coisa? – Um deles disse.

- O suficiente. – Respondeu.

- Isso não quer dizer nada.

- Quer dizer que Jack está indo em um caminho oposto do que lhe é destinado. Precisamos recuperá-lo. Custe o que custar.

-E o nosso mestre?

- Nosso mestre está no inferno. – Respondeu. – Crowley o trancou em uma jaula diferente dessa vez.

-Isso quer dizer que estamos quase lá... Por hora, precisamos ir. Eles estão por perto.

E assim se foram. Deixando algumas fotos soltas, almofadas fora do lugar, gavetas abertas sem nenhuma preocupação de deixar claro que alguém havia passado por lá.

****

Cassie Jack ainda estavam atentos à Castiel que continuava contando a história do nascimento do pecado.

- Então quer dizer que meu... – Jack fez aspas – Pai fez isso?

- É... Mas ele não é seu pai. Você não é como ele.

- Mas você disse que Lúcifer era um ser de luz... – Cassie questionou. – Igual o Jack.

-Bom... – Castiel cruzou os braços e sorriu. – Ele não quis fugir da escuridão.

Cassie sorriu.

- Então quer dizer que todos nós temos escuridão dentro da gente? – Perguntou Cassie ao anjo.

- Sim... Temos escuridão, temos vazio e temos luz...  – Castiel tocou uma das frutas da àrvore.

- E porque as vezes a escuridão é maior? – Jack indagou.

- Porque as vezes ela grita mais alto, está mais perto e mais forte. Mas mesmo que você sinta que a sua volta tudo está sombrio, você precisa fugir. Correr o mais rápido possível em direção àquele pontinho pequeno e iluminado que se torna maior, maior e maior,  por fim te iluminando por completo.

-Então a mãe do Jack estava certa. – Cassie olhou para o garoto que completou fala da ruiva.

- Quem deseja a luz sempre foge da escuridão.

- Exatamente... – Castiel envolveu os dois nephilins em um abraço, dando um beijo na testa de cada um antes de decidirem entrar para casa.

Os dois Nephilins adentraram a casa juntamente com Castiel. Não foi difícil notar que algo havia de errado. Castiel sentia-se angustiado, sentia a densidade do local, sabia que poderia ser perigoso e quando foi ao quarto das crianças e viu as fotos espalhadas pelo chão, soube que as crianças não estavam tão seguras naquele lugar como antes. Novamente lamentou por esquecer de selar a casa quando viu um fio vermelho de tamanho curto em cima da cama de Cassie. Sabia que o cabelo não era da menina e por isso quando voltou a sala e viu os olhares amedontrados das crianças, já sabia o que deveria fazer. Precisavam recolher algumas roupas, organizar materiais de caça, e levar o que era de importante além de suas vidas para o Bunker.

- O que aconteceu? – Jack perguntou.

As mãos suadas de Castiel adentraram o bolso do sobretudo enquanto o anjo engoliu seco.

- O que tá rolando Castiel? – Cassie abriu os braços gesticulando.

- "Os outros"... – respondeu. –Eles... Entraram aqui. Nós não podemos ficar, precisamos pegar o que nos importa e irmos de volta ao Bunker. Não posso deixar ferirem vocês. Não vou deixar machucarem vocês.

As crianças sentiram as pernas bambearem antes de tomarem impulso e se organizarem para partir.