Filhos da luz | Volume um - CONCLUÍDA- Aguardando revisão

O encontro

Alguns dias depois dos incidentes relatados por Cassie e Jack, os mais velhos decidiram que deveriam ter o máximo de apoio possível dos caçadores, por isso naquela tarde quase ao anoitecer, Charlie e Bobby estavam no Bunker juntamente de Castiel, Dean , Sam e os dois Nephilins. Armas carregadas, o Colt sob o porte de Dean como de costume, incendiadores, água benta e qualquer coisa que achavam que pudesse ajudar a enfretar qualquer imprevisto. A realidade era que ninguém estava disposto a sair do bunker, nem mesmo Kline e a pequena Winchester. Saber que além da legião dos "Outros" também haviam mais Nephilins como Cassie que estavam em busca da luz e em busca do "mestre", os amedontrava intensamente.

- Vocês acham que isso vai ser suficiente pra acabar com uma legião de Nephilins? – Bobby resmungou enquanto carregava sua arma com símbolos que segundo Castiel, seriam capazes de derrotá-los ou atrasá-los.

- Não custa tentar... – Charlie o encarou. – Melhor do que resmungar. É o que a gente tem. Você tem outra idéia?

Bobby deu de ombros e abriu seu cantil enquanto respondia:

- Não... Não tenho.

-Pois bem... – Charlie sorriu e lhe entregou um soco inglês. – Isso pode ajudar também.

Castiel apoiava os dedos em suas sobrancelhas de cabeça baixa. O anjo estava preocupado pois sabia que aquilo não era suficiente. Bobby estava certo, mas mesmo assim Castiel mantinha a fé na pureza das crianças que estavam ao seu lado tentando decifrar o que o anjo sentia.

- O que foi, Cass? – Cassie forçou seu braço para que olhasse para ela.

-Preciso protegê-los... – Respondeu.

-E você vai! – Jack sorriu.

- Mas se eu o fizer, terei que deixar vocês dois enfrentarem seja lá o que for. – Respondeu cabisbaixo.

- Talvez só a gente possa resolver isso tudo... – Cassie disse com um sorriso gentil.

- Já que fomos nós quem começamos...

Dean e Sam Winchester também mantinham olhares preocupados. Sabiam que já haviam enfrentado coisas malignas, mas dessa vez, não deveriam enfrentar e sim se protegerem e para o Winchester mais velho, ver sua filha correndo perigo sem poder fazer absolutamente nada, estava fora de cogitação.

-O que tá pensando? – Sam encarou o irmão.

-Em não pirar. – Respondeu respirando fundo. Seu coração estava acelerado e suas mãos geladas.

-Ela vai ficar bem. – Sam tentou animá-lo e tocou seu ombro. – Ela é mais forte do que a gente acha.

-Mas eu não sou... – Dean se encostou na parede. – Eu não sei se vou ser capaz de suportar se alguma coisa acontecer com a Cassie... Ela foi minha luz no fim do túnel. No primeiro instante, eu odiei a ideia do Castiel ter trago essa garota pra dentro de casa. Mas... A música, o jeito como ela me fez sentir, como ela me tornou algo que não imaginei ser, como em pouco tempo me vi sendo pai. Eu... Eu... Nem achava que seria capaz de ser um pai decente. Não lembro do meu pai se orgulhar de mim.

-Dean... – Sam olhou fixamente em seus olhos. – Você foi meu pai e meu irmão ao mesmo tempo. Claro que seria um bom pai, não poderia ser diferente. Sempre pensa em todos e por último em você. Eu tenho orgulho disso, e tenho orgulho em ver a pessoa que a Cassie te transformou... – Sorriu – desde que ela chegou, você tem sido menos idiota.

-Engraçadinho... – Dean deu uma risada genuína.

- Vou distrair eles dois... – Sam olhou para as crianças que pareciam tensas com a situação.

****

Charlie e Sam estavam sentados no chão do quarto de Cassie junto com os Nephilins. O local não era tão vivo e colorido como no chalé, mas algumas fotos traziam vida ao local, ou pelo menos ao coração de Kline e da pequena Winchester. Sam tentava ensiná-los matemática. Cassie facilmente conseguiu aprender as quatro operações, enquanto Jack havia travado na divisão.

- Droga isso é horrível! - Mordeu o lápis e encarou Charlie que gentilmente sorriu.

- Não é difícil. Você só precisa praticar... – Balançou os cabelos do garoto.

-Eu nem sei se vai sobrar mundo pra eu ter que aprender a fazer conta... – Kline revirou os olhos. – Você disse que ia nos distrair Sam, e não nos torturar.

-Fale por você. – Cassie entregou duas folhas repletas de contas e entregou para Sam com o sorriso debochado. – Não me senti torturada. Me senti inteligente.

Sam analisou cada cálculo que havia escrito para a ruiva resolver e a cada vez que via o resultado correto, sorria satisfeito.

-Você não errou nenhuma. – Sam arregalou os olhos. - Incrível já que você é filha do Dean...

- O que você quis dizer? - Cassie cruzou os braços. - Tá chamando meu pai de burro tio?

Um barulho vindo da porta distraiu os quatro que se viraram imediatamente.

-O que estão fazendo? – Dean perguntou após dar um gole em sua cerveja.

-Matemática mínima. – Jack disse.

- É matemática básica, sua besta quadrada. – Cassie revirou os olhos.

-Ela tá se achando porque acertou tudo... – Kline disse olhando para Dean que arregalou os olhos.

-E você? – Dean sorriu ao se aproximar do garoto.

-Eu não sei divisão... – Respondeu cabisbaixo.

Dean puxou o papel da mão de Kline e rasgou-o em inúmeros pedaços enquanto Sam, Charlie e Cassie olhavam incrédulos.

- Acho que você não precisa saber dividir números... – Dean sorriu. – Se dividir a legião de nephilins em pedacinhos, já está de bom tamanho.

Cassie sorriu ao ver seu pai sendo cada vez mais gentil com Kline e Sam sentiu-se orgulhoso por seu irmão.

-No mais, - O Winchester mais velho prosseguiu. – Não vamos precisar da fórmula de báskara para salvar o mundo!

-Isso é a desculpa que você usou para não estudar matemática? – Charlie riu.

-Eu sei a droga da fórmula... – Dean encarou a ruiva mais velha.

- Qual é então? – Sam o desafiou.

- (-b±√(b²-4ac))/(2a) – Dean afirmou com toda certeza.

- Achei que você era mais burro... – Charlie riu e as risadas de todos preencheu o cômodo até que um som estrondoso ecoasse pelo Bunker fazendo todos se levantarem em estado de alerta.

Castiel correu em direção ao quarto, juntamente de Bobby e com os olhos arregalados, não sabiam o que dizer.

- Que droga é essa? – Dean pergunta ao senti o bunker tremer.

-Eu não quero morrer soterrada! – Charlie demonstrou nervosismo em sua palidez.

As luzes vermelhas do Bunker começaram a piscar descontroladamente enquanto corriam para a sala em direção a entrada. Os sigilos se desfaziam aos poucos enquanto o local se tornava cada vez mais sufocante.

- Cassie, espera! – Dean gritou mas a garota já subia as escadas juntamente de Kline em sinal de desespero para abrirem a porta.

Quando finalmente o local estava arejado, a visão turva dos dois se desfez e à frente, podiam ver incontáveis nephilins de olhos escuros. Encaravam Cassie e Jack com desprezo quando finalmente um deles disse:

-Finalmente encontramos vocês!