Tempestade de verão

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  O verão nunca avisa quando vêm a próxima tempestade. Por isso, todas as pessoas se divertem com o calor, se esquecem dos dias frios e dos cobertores, e no ápice de toda euforia, pouco a pouco o céu se cobre de nuvens carregadas de lágrimas dos céus, e quando menos se espera o primeiro relâmpago gera um apagão. Tudo escurece e por fim, o céu chora, afogando todos em suas lágrimas. E naquele dia, com aquele acidente inesperado causado por Jack, na pequena casa onde sempre haviam dias de sol, a primeira tempestade havia chegado.

Depois do Caos, um silêncio pairou pela casa de Cass. Ninguém dizia uma palavra sequer, Jack havia se trancado no quarto e não eceitou nem mesmo a presença de Cassie, que mesmo quando o garoto disse-a que não queria ninguém por perto, continuou presente, encostada na porta ao lado de fora enquanto sentada no chão, mesmo que Jack não soubesse disso.

Castiel e os irmãos Winchesters permaneciam em silêncio na cozinha. O clima de tensão podia ser notado com as expressões dos três. Dean sentia-se decepcionado consigo mesmo, Castiel não conseguia remover de sua mente toda cena caótica e Sam sentia-se triste o suficiente para não conseguir saber o que fazer, mesmo sendo entre todos, o que sempre sabe lidar com situações caóticas.

O clima tenso permanecia no local, e Dean decidiu falar:

- Olha Castiel. A gente tá fazendo isso errado. Sério isso tá errado demais!

Castiel olha para Dean e em seguida apoia seu rosto em suas mãos com os olhos fechados. Sua mente estava confusa, sabia que o Winchester estava certo. Mesmo que doesse admitir devido ao afeto e a proporção da conexão com os dois Nephilins, mesmo amando os dois como se fossem realmente seus filhos.

- Eu vou dar um jeito. – Castiel respondeu com a cabeça baixa.

- Como dar um jeito? Você sequer lembrou de selar a casa. - Dean olha indignado para Castiel. - A gente trata esses dois como se fossem crianças. A gente faz tudo que eles querem. Eu nunca tive filhos e nem queria, olha o que você arrumou pra todo mundo. Merda, Castiel.

- Dean.

- Eles não são crianças Cass. - Dean colocou a mão em seu rosto enquanto respirava fundo ao olhar para o teto. - Hoje vi que não são. O moleque matou uma criança de verdade! Aquela garotinha era uma criança... Esses dois não. Eles são...

Sam podia notar que o olhar de Pânico aliado ao peso de cada palavra que saía da boca do seu irmão revelava a tristeza expressada no rosto de Castiel predominando por todo o ambiente.

-Não ouse chamá-los de monstros! – Cass disse, levantando-se furioso indo em direção a Dean.

-Qual é Castiel, é o Filho do diabo! E ela... - Dean põe a mão no próprio rosto. – Todos iguais à ela são terríveis e cruéis... Por que ela não seria? Nem sei onde eu estava com a cabeça.

- Mas nossa missão... – Sam tentou falar mas Dean não permitia.

- Sammy, o Castiel cagou a missão no momento em que trouxe essa garota pra cá. Não me venha falar de missão não!

Dean pausou sua fala por alguns segundos antes de continuar.

- Olha , eu sei que vocês gostam deles, são divertidos, eles gostam da gente. Eu gosto deles, mas a gente está fazendo isso errado.

- Dean... - O anjo tentou falar mas foi impedido novamente.

- A gente não pode controlá-los. Esses dois juntos pode causar o fim do mundo com um estalar de dedos. Isso é loucura. Que Merda, Castiel. Eu me arrependo a cada segundo de me esquecer o que eles são ... E dado confiança pra aquela bomba relógio disfarçada de inocente!

-Dean. -Sam tentou mais uma vez, e Castiel olhou para Cassie, que esse tempo todo estava atrás do Winchester escutando cada palavra. Quando Dean olhou em sua direção, viu em poucos segundos as bochechas e o nariz vermelho da garota cobertos por suas lágrimas antes da menina desaparecer.

Filhos da luz | Volume um - CONCLUÍDA- Aguardando revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora