Keep calm and have faith

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O amor é sincronia. Como dois relógios em alinhamento cronológico onde os ponteiros batem exatamente no mesmo segundo  marcando a mesma hora e o mesmo minuto. Mas quando se tratava de Cassie e Jack, você pode chamar de alinhamento milenar. Mesmo plano, hora exata. Mesmo não sabendo, já se amam antes de serem um do outro você não acha?
Os mais velhos permaneciam sem um plano antiapocalíptico apesar de passarem dias pesquisando e conversando sobre tentativas de planos mirabolantes, dessa vez nada parecia suficiente para impedir o fim do mundo. Tudo fazia parecer que andavam em círculo. Dean e Bobby começaram a ficar irritados, Sam, Charlie e Castiel tentavam buscar respostas mas não havia nada a ser feito, e ao que parecia, Castiel também havia sido banido do Céu e acreditava no motivo óbvio e embaraçoso demais para um anjo: "Adotar duas crianças malignas e diabólicas". Nenhuma divindade fiel suportaria tal abominação e óbvio que os que restaram não permitiriam a entrada de um que tinha afeição pelo Filho de Lúcifer e uma das Filhas dos que se corromperam e morreram.
Como nada parecia adiantar, Dean e Cassie haviam saído para caçar separados de Sam, Castiel e Jack enquanto Charlie e Bobby permaneciam no bunker procurando respostas. Era o mesmo caso, porém mais de um monstro. Os vampiros atacavam pessoas no interior do  Nebraska e até onde sabiam eram poucos  porém, precisavam encontrar o Alfa já que de nada adiantaria matar apenas os filhos. Depois de matarem 4 vampiros juntos, Dean elogiou Cassie dizendo que não era " nada mal para uma criatura com menos de um ano de vida" depois de beber um gole de Wiskhy em seu cantil.
- Você já sentiu sua barriga "rebuliçar"quando está perto do Castiel? – Cassie perguntou ao mais velho sem pensar duas vezes.
- O que? – Dean franziu o cenho. – Não... – Dean permanecia com um olhar repulsivo como se Cassie houvesse dito a coisa mais absurda possível enquanto dirigia. – Credo garota. De onde você tira essas ideias? É cada uma...
- Não sei... – A ruiva respondeu suspirando.– Você olha pra ele como eu olho pro Jack...
- Espera... – Dean engoliu seco. – Você tá dizendo que... – Dean freou o carro e parou no acostamento para recuperar o fôlego. – Você acha que eu gosto do Castiel?
- E não gosta?
- Não desse jeito que você tá falando... – Dean olhou para os carros que passavam na estrada fazendo o vento bater em seu rosto. – Isso que você tá sentindo tem outro nome.
- Como assim? – Cassie respirou fundo quando sentiu a brisa balançar seus cabelos e bater sob seu rosto.
- Você ... – Dean se negava a dizer aquilo. – Você tá apaixonada pelo Jack.
- Mas eu não posso... – Cassie respondeu com olhar tristonho. – Ele é meu irmão.
- Não, não é! – Dean refutou. – Vocês são parecidos, mas não são iguais... – Dean virou a chave do carro para novamente seguir na estrada. -  A gente nem devia estar tendo essa conversa. Você nem tirou as fraldas e faz xixi na cama.
- Eu não...
- Faz sim. – Dean gargalhou e apontou em direção ao rosto da ruiva.– Eu vi você levando os lençóis para a lavanderia e também vi seu desespero esfregando o colchão. O que é esquisito... Anjos não mijam.
- Talvez eu seja igual o Jack então... -  A ruiva afirmou. - O Jack faz xixi.
- Então essa é um ótimo motivo pra gente acabar com essa conversa. – Dean revirou os olhos. - Chega viu?
Cassie engoliu seco e assentiu, mesmo que  sua mente não parasse de criar cenários onde segurava as mãos de Kline enquanto caminhavam lado à lado em campos verdejantes. Seu coração palpitava intensamente só em imaginar tal possibilidade. Mas talvez Dean estivesse certo quando disse que a garota deveria "controlar" seus sentimentos como fazia com seus poderes. Antes de um silêncio ensurdecedor ocupar o veículo, o mais velho alertou à garota de que "o amor é uma fraqueza e pode ser usada contra você a qualquer momento, então na melhor das hipóteses, deixe isso como está. Vocês não são irmãos mas isso não é bom para nenhum dos dois".
Cassie silenciou-se imediatamente quando imaginou que seus sentimentos por Jack poderia feri-lo e isso era longe de ser bom.

****

Na caminhonete de Castiel que graças à Cassie tinha um tom de azul claro depois de passar uma tarde inteira pintando o veículo, Castiel, Jack e Sam conversavam mais sobre o caso. Os dois haviam matado um grupo de cinco, um deles morto por Jack que deslizou a estaca de madeira para dentro de seu corpo.  Mas ainda faltava o Alfa. Dean estava com o Colt como de costume, mas ainda não havia chegado ao ponto de encontro para encontrar a última linhagem que provavelmente estariam junto ao "pai".
O vento noturno e gelado invadia o veículo pela janela bagunçando o cabelo dos rapazes que seguiam a estrada em uma caminhonete azul claro que estava parada há meses e Cassie decidiu reformá-la de presente comprando todo material de reforma com os cartões clonados que Dean havia lhe dado.
- Você foi muito bem, Jack... – Pelo retrovisor, Castiel sorriu para o garoto que estava no banco de trás.
- E a Cassie mandou bem na reforma dessa coisa... – Sam sorriu para Kline que estava admirado vendo o estofado de cor bege que a amiga havia trocado. – Como ela fez isso?
- Ela aprende vendo vídeos na internet. – Jack sorriu.
- A Cassie gosta de pinturas, música também e a propósito, fica quase impossível ter a mente em silêncio quando ela liga aquela coisa de cordas...- Castiel riu. – Mas gosto de vê-los crescer.
- E você, Jack? – Sam sorriu para o menino em seguida olhou para o retrovisor do lado de carona para checar se havia perigo ou sinal de Dean e Cassie. Finalmente estavam parado em frente à casa do vampiro Alfa.– O que você gosta?
- Eu rego plantas com meu fone de ouvido... – Sorriu animado e esticou a mão mostrando a playlist compartilhada com Cassie em seu celular. – Eu coloco por aqui e fico cuidando das folhas, as vezes corto os galhos feios...– Jack sorriu. – E gosto de estar perto da Cassie...
Castiel sorriu para o menino e respondeu:
- Cassie é uma boa menina...
- Do que mais gosta? – Sam prosseguiu.
- Hm... – Jack pensou silencioso por um tempo.– Eu gosto de livros de romance... Algum de vocês já leu "A culpa é das estrelas"?
- Aquele do garoto sem perna e da garota com câncer? – Castiel respondeu sem filtro algum. – Dizem que ele colocava um cigarro na boca dizendo que é uma metáfora. Ele nunca acende o cigarro.
- Que autocontrole... – Sam deu um riso de lado e desviou-se novamente olhando pelo retrovisor aguardando o irmão.
O silêncio momentâneo foi interrompido por Jack:
- Eu tenho sentido umas coisas estranhas... – Kline respirou fundo. – Vocês já sentiram a barriga de vocês balançar por dentro?
- Tipo um bebê? – Castiel tombou a cabeça.
- Eu não posso ter um bebê, Castiel... – Jack respondeu confuso. – É uma coisa estranha, e eu não sinto isso aqui perto de vocês. Sinto perto da Cassie.
Sam sorriu  gentilmente e passou os dedos entre as sobrancelhas. As crianças estavam crescendo cada vez mais, e seus sentimentos estavam aflorando em perfeita sincronia.
- Você gosta dessa sensação? – Castiel questionou.
- Eu não sei... – Jack respondeu. – Eu não sei dizer. Quando ela não está comigo parece faltar um pedaço de mim... – O garoto pausou a fala. – Que inclusive está voltando a fazer parte... Nesse momento e fica cada vez mais forte.
O farol do impala se aproximava cada vez mais até que os três saíram da caminhonete quando Dean parou o carro. Cassie puxou seu casaco cinza favorito junto de sua mochila que continha instrumentos de caça mas também biscoito e seus favoritos:  os pirulitos em formato de coração e correu em direção à Jack para dar-lhe um abraço.
- Eu matei monstros com o Tio Dean! – Cassie puxou um pirulito para si e um a mais para Kline. – Você quer?
- Oh, isso não é passeio escolar não meus queridos... – Dean revirou os olhos e mudou de ideia quando Cassie estendeu a mão para lhe dar um dos doces. – Pensando bem, nada mal. Faz bem pra adoçar a vida né.
- E aí? – Sam se aproximou do irmão. – Encontraram o Alfa?
- Nenhum sinal, - Dean respondeu. – A essas alturas o drácula do interior já fez mais um monte de filhotinhos.
- Droga... – Sam passa a mão no rosto.

Filhos da luz | Volume um - CONCLUÍDA- Aguardando revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora