catorze

1.7K 130 159
                                    

Queria que isso durasse para sempre, mas novamente seus lábios se separaram com um estalo. Johnny conteve o sorriso abobado ao ver o olhar aturdido de Daniel. Era como se seus problemas sumissem, naquele momento Sid parecia tão inferior ao que ele sentia pelo moreno. Daniel não fazia ideia o quanto seus olhos, sua voz, seu sorriso, fazia Johnny esquecer a raiva e seu sangue passava de ferver de fúria para ferver a paixão. Johnny pensou que se um dia Daniel equecesse de si mesmo, ele não ia cansar de lembra-lo. Ele iria dizer; Olhe às estrelas e lembrará do teu olhar. Escute os cantos dos anjos e lembrará da sua voz. Veja como as flores precisam do sol para desabrochar e assim você saberá que preciso do seu sorriso para viver.

— Melhor a gente ir, ou vamos ficar doentes — disse Johnny. O loiro colocou seu braço rodeando a cintura de Daniel colando seus ombros lado a lado — Calor do corpo.

— Pra onde a gente vai? — indagou Daniel.

— Pra minha casa, está mais perto. Não se preocupa meu padrasto já deve ter saído.

Os dois caminharam em silêncio apenas ouvindo o som da chuva cair. Daniel só agora prestava atenção nas mansões daquele lugar. Chegando ao um final de rua, em frente á um portão ladeado de muros altos coberto de folhas verdes. Através das grades do portão, conseguia se ver lá no fundo um casarão que encantou o moreno.

Johnny olhou para cima exatamente onde havia uma câmera e deu um sorrisinho falso. O portão logo se abriu. Antes de entrarem, passaram por um grande caminho serpeante de pedregulhos e um jardim de flores amarelas e brancas. Se via algumas pessoas (Daniel deduziu que fosse empregados) podando os arbustos. Finalmente entraram quanto Johnny abriu as portas altas e brancas revelando um grande hall de entrada. Daniel fechou a boca com tanta força pois achou que se abrisse, iria babar. Estava fascinado.

— O senhor quer algo? — disse uma mulher de uniforme se apressando ao ver os dois ali.

— Não, eu vou subir — respondeu o loiro, e ela assentiu.

Johnny gesticulou com a cabeça para que Daniel o acompanhasse. O garoto que estava absorvendo tudo o que podia daquela mansão demorou um pouco para assimilar. Subiu a escada circular tendo o máximo de cuidado para não sujar o chão limpinho, enquanto Johnny parecia não se importar. Seguiram um corredor e entraram em um quarto que tinha posters de mulheres seminuas e bandas de rock. Uma escrivaninha, um criado-mudo e uma cama de casal muito arrumada.
— Parece que a carmelita entrou aqui de novo para limpar - resmungou Johnny
abrindo a porta do seu closet.

Daniel ficou encolhido no canto para não molhar o tapete de veludo cinza.

— Aqui é seu quarto? - perguntou Daniel.

— É...—respondeu Johnny saindo do closet - Pensa rápido princesa - Ele jogou as roupas secas e limpas na direção do moreno que por pouco apanhou-as. Olhou feio para o loiro.

Daniel ficou parado alguns segundos vendo Johnny se despir sem nenhum pingo de vergonha na sua frente. Mas antes que ele pudesse ver demais:

— Onde é o banheiro? — indagou rapidamente.

— Anh? Tem um aqui — apontou para uma porta fechada ao lado da entrada do closet. Johnny riu divertido ao ver o moreno entrar apressado no banheiro. Amava deixar o garoto perturbado.

Após alguns minutos Daniel apareceu, vestido com uma calça e um moletom do maior. Johnny achou aquilo muito fofo. Ambos estavam com as pontas dos narizes vermelhos. Daniel sentou no sofá que estava ali e se encolheu no cantinho.

— Fique aqui até a chuva passar, pelo menos — Disse Johnny — Volto já. Quer alguma coisa para comer? — Daniel negou com a cabeça frenético mas Johnny na teimosia iria faze-lo pelo menos tomar algo, porém saiu em silêncio.

The Karatê Kid - Lawrusso Onde histórias criam vida. Descubra agora