doze

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Havia se passado duas semanas depois do campeonato, a sua perna estava melhorando bastante, já não sentia mais dores, apenas um feio hematoma. O seu troféu foi decidido por ele mesmo ficar no dojô do Myagi-Do, já havia passado dias daquela sensação maravilhosa de vencer algo que almejava tanto. E algo que notara foi que aqueles pesadelos já não o atormentava mais. Encarara muito bem, Dutch na escola.

Na escola tinha sido estranho para Daniel, as pessoas principalmente meninas o chamavam para conversar, ou até fazer dupla, quando Ali Mills não estava. Freddy recuperara ás suas notas em artes e andava de muito bom humor, até Daniel andava de bom humor.

Era uma manhã de terça-feira. Ali Mills e Daniel estavam no intervalo na sala de aula quase vazia, estudando. Daniel desejou ter o cérebro da amiga, ele observava ela fazer os cálculos rapidamente sem pausa, e a invejava por isso. O sinal tocou e Daniel se levantou.

— Preciso ir para o campo — disse ele.

— Achei que você não podia, sua mãe não disse para esperar se recuperar totalmente?

— É mas o namoradinho dela vai me dedurar. Ele tá de olho em mim faz tempo, mas tenho que marcar presença pelo menos.

Daniel saiu e caminhou em rumo ao campo. Ele cantarolava enquanto ia, alguns alunos acenavam e riam para ele quando passava. Chegando no campo, o sol estava forte. Daniel revirou os olhos suavemente quando viu Johnny e Tommy rindo da cena do Jimmy que parecia estar morto no chão.

"Tomara que o sol tenha desidratado ele"
Desejou Daniel.

Os alunos ali corriam, faziam alongamentos. Daniel caminhava até o banco que ficava na margem do campo até que alguém lhe deu um susto.

— Daniel! — uma voz afinada e cheio de energia gritou seu nome. Uma garota muito baixa, com as bochechas gorduchas se aproximava desviando dos alunos atletas. Ela correu em sua direção.

— Ah oi, Ema — cumprimentou Daniel parando de caminhar para observar a garoto pequena. Se ele não estudasse na mesma sala que ela, diria que ela tinha dez anos de idade.

— Você esqueceu isso ontem na minha mesa — disse ela mostrando um chaveiro.

— Ah, obrigada.

— Você está melhor da perna?

— Estou sim.

— Eu fiquei tão angustiada quando você foi machucado Danny — disse ela com meiguice forçada colocando suas mãos nos ombros do garoto.

— Não se preocup-

Uma bola passou voando no meio dos dois Daniel levou um espanto e a garota soltou um gritinho agudo, se afastando de Daniel.

— Melhor a gente sair do meio — disse a garota puxando a mão do moreno que teve que se curvar para acompanha-la.

Johnny olhava de longe a cena, passando a língua na bochecha. A anã que segurava na mão de Daniel era irritante e ele sabia disso sem nem mesmo conhecê-la. Johnny vendo que a primeira tentativa não funcionou, pegou a bola que estava nas mãos de Tommy, e jogou longe acertando a cabeça do garoto italiano.

— Ai! — gemeu baixo ao sentir que algo acertou sua nuca com força. Daniel esfregou o local e olhou para trás. Johnny vinha correndo em sua direção. Quando ele chegou perto, parou e apanhou a bola.

— Que coisa né? Escorregou da minha mão — disse ele cinicamente com um sorriso sacana. — Ei, anã. Me disseram para avisar que sua avó teve uma convulsão.

A garota arregalou os olhos e saiu correndo. Johnny seguiu os passos ligeiros da garota enquanto brincava com a bola de futebol nas mãos. Logo depois ele olhou Daniel por um segundo e virou as costas.

The Karatê Kid - Lawrusso Onde histórias criam vida. Descubra agora