Tomada #01 (Hiatus)

Au revoir

O porto se tornou uma linha distante, a imensidão do mar se abrindo ao redor para uma viagem só de ida. Foi tudo uma mentira, você se sente enganado, não era nada agradável ou um sonho. O vento no mar agitou seu cabelo o jogando nos olhos e boca, você tem quase certeza de que já engoliu um bocado, além disso, o cheiro de pescado, sal e espuma lhe incomodava, assim como a sensação viscosa que deixava na pele.

Seria uma viagem longa e desagradável, você tenta vê pela lado positivo, foi para um bem maior, o seu.

Tanjiro teria que entender, quando você estivesse confortavelmente instalado do outro lado do globo, talvez você o convidasse para uma visita e esperançosamente Tamayo também viesse, até então você está em greve de fome - você não vai chorar, já superou isso, só que não, você ama comer, muito. É uma pena que seu tratamento tenha que ser adiado, você vai pirar, totalmente, mas gosta d fingir que não, você já é meio pirado de qualquer forma, morrer tende a fazer isso com as pessoas.

Tudo ficaria bem no fim... balela.

Você esqueceu que Nakime era uma traíra. Não se preocupou em estudar a fundo a abrangência da sua arte de sangue. É assim que você acaba caindo por uma porta vinda do nada, é assim que você deixa a segurança de uma viagem duvidosa - as vantagens do dinheiro, bastou alguns subornos e a burocracia já era, sem registros, sem a possibilidade de rastreio, ou assim você pensou-. Então cai e cai em uma dimensão a parte, cercando por onis desconfiados, prontos para fazer picadinho de seu lindo eu.

Corpo perfeito ou não, você ainda consegue cair de bunda, felizmente não doi tanto quanto deveria, ainda, é constrangedor, mortalmente constrangedor. Você tem um público cativo, lhe fazendo sentir mais como um presa que o caçador que deveria ser, eles lhe julgam, e um desses é risonho, sem qualquer preocupação de esconder o quanto se diverte com sua desgraça.

Douma aquele merdinha. Você aperta os olhos em sua direção, tentando se apegar a raiva ao invés do medo nervoso.

Seria melhor erguer-se e fingir guardar alguma dignidade? Ou se prostar em súplica? Dilemas.

- Que fofo Muzan-sama, você pensou que poderia viajar para longe de nós.- Douma gorjeia, se curvando sobre sua figura, seus olhos brilhando mais que nunca.- Menino mal, mal.- Ele fala como se reeprendesse um cachorrinho.

Que se foda essa merda! Você deveria ser o tirano progenitor, não aquele a ser feito de bobo, mas o temido. Com coragem tirado do cu, o que não é nada, você erguer as mãos e empurrar Douma, o fazendo recuar alguns passos para que possa se levantar. Seus olhos correm pelos demais, a mente de Kokushibo é uma incógnita, Akaza está descrente, incerto se o massacra ou massacra, o cabeçudo é um medroso, independente do seu comportamento estranho. A aberração está sorrindo, Daki e Gyutaro são os mais de boas, Daki ainda quer acreditar que é mentira, enquanto seu irmão não está nem aí e preferia muito mais está em qualquer outro lugar.

- Para onde vou ou não, não é da conta de vocês.- Que falsa bravata suas palavras passam, soa quase infantil, mas é como é, você está entrando no personagem, pronto para ser o pior ator da história.

Se algo, você é pragmático, seu circo não vai enganar ninguém, mas vale a tentativa, enquanto isso você trabalha seus super cérebros para ativar aquela paradinha que faz seu sangue - o sangue de Muzan - infligir dor e morte agonizante. Desculpe terapeuta-raio-de-sol, você se tornará um menino mal, é pelo bem maior, a continuidade de seu ser perfeito, como já foi dito e merece ser ressaltado.

- Mas Muzan-sama guarda um segredinho tão apetitoso. - Douma lamenta com um beicinho petulante.- Todos estão tão ansiosos para uma boa explicação, não é mesmo Akaza-kun?!- O merdinha insiste, se apaixonando do oni menor, esse que lhe lança um olhar odioso, veias saltando em sua tempora.

- Cale-se.- Akaza rosna, seus olhos desviando do loiro irritante, para seu ser que exala fraca bravata.- Seu espírito de luta é diferente.

Por um momento você teve esperanças, pensou que o fiel Akaza estivesse lhe protegendo da perseguição de Douma, que ingênuo, Akaza é fiel a Muzan, não a você... Mas bem, você é Muzan, seria apenas uma questão de aparências, o corpo é o mesmo, consequentemente a força deveria permanecer, e se algo, você supõem que força é o que esse Akaza sem memórias mais valoriza.

Quer saber, talvez você até pudesse guardar segredos de terceiros, mas os seus próprios era outra história, você era um péssimo mentiroso ou apenas preguiçoso demais para forjar todo uma teia de mentiras e meias verdades, o mais provável era que você se enrole nessa teia e seja devorado, o triste é que nessa situação poderia significar literalmente.

Vamos com verdades então, a merda já foi jogada no ventilador de qualquer forma.

- Nada surpreendendo, não sou o mesmo Muzan que vocês conheceram.- Vê, você pode ir ao ponto, sem muitas gracinhas.

Sua resposta pareceu seca, mas gera uma séria de reações. Daki explode em lágrimas e se agarra ao irmão. O cabeçudo solta um daqueles ginchos tipicos dele, enquanto o bicho estranho tem pensamentos ousados - você está seriamente cogitando a ideia de explodi-lo como exemplo de que você é fodão e deve ser temido, que lhe julguem, mas você não vai com a cara dessezinho, o cara é chato e fere seus olhos.

Seu querido Akaza esta a um passo de lhe desafiar para uma luta. Kokushibo ainda está processando, deve ser a velhice, você não o está julgando. Douma engasga e ri, seus olhos brilhando, parecendo estar muito entretido.

- Eu estava certo, você é divertido Muzan-chan.- O loiro gorjeia, novamente se aproximando.

Antes que ele se grude a você como um parasita difícil de arrancar, você puxa o sangue que compartilha com o loiro. É instantâneo, até demais, você se emocionou muito aí, Douma cai de joelhos e cospe sangue, os olhos quase explodindo das órbitas. Dando um salto para trás, não desejando sujar os sapatos, você afrouxa seu aperto, deixando que seu controle se dissipe aos poucos.

Seu jeito com as habilidade de Muzan é desleixado, mas serve ao propósito. Todos veem seu pequeno show com reverência, parecendo entender o que pode significar para eles.

- Não sou Muzan, mas esse ainda é seu corpo, meu corpo agora e suas habilidades são as minhas.- Você diz empinando o nariz e cruzando os braços, totalmente arrogante.

Vejam! Quem duvidou pode chupar, você pode ser fodão quando quer.

Hora de tomar as rédeas desse show de merda, é chegada uma nova era... é, então, você talvez tenha se empolgado um pouco demais e se perdido em sua mente imperativa, o que lhe faz esquecer de: a) Douma tem aquele lance sadomasoquista? b) Luas superiores e suas incríveis habilidades regenerativas.

Em resumo, agora você tem um gigante grudado como um carrapato ao seu redor. De alguma forma, Douma ergueu-se e aproximou-se em sua distração, lhe capturando e o segurando como se você fosse um pirralho de três anos, seus pés até deixam de tocar o chão, o que é simplesmente, mortificante! Seu rosto queima de indignação e constrangimento, tanto para uma imagem imponente, e agora, qualquer esperança de mante-la, foi-se, au revoir.

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Nada a ver com a história: Só queria dizer o quão hilário acho ter essa história marcada como #lixo, ela até subiu bem alto nesse ranking, acho que combinou bastante. Sim, tenho um humor questionável, mals 🙈