Michael Jackson

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Bem... Você tinha esperanças de acordar entre nuvens fofinhas e anjinhos pelados com uma orquestra própria, como naquelas pinturas nada fofas. Mas se fosse ser mais realista, provavelmente acabaria descendo de tobogã numa piscina de larva fervente, pedindo socorro e o bicho te oferecendo uma dose de rum pra você se esquentar.

Como se ver, não é nem um, nem o outro. Uma pena, pois sua garganta está seca e algo para beber teria sido legal. De qualquer forma, você tenta focar no agora, porque nada faz muito sentido.

Você não tem ideia de onde está, o ambiente parece um laboratório rústico, saido diretamente de um filme oriental. E é definitivamente oriental, você nunca viu paredes assim antes, é de madeira e papel? Você toca para sentir a textura, é muito sólido e real, também, definitivamente papel. Há então suas unhas, todas alinhadas e saudáveis, nada do desastre ruído de ansiedade. Bem, você não está reclamando, é legal ter as unhas assim, quase lhe faz parecer digno.

De qualquer forma, você está perdendo o ponto. Sua última lembrança é de morrer, e você tem certeza de que morreu, não tem como ter imaginado aquela dor, nem sua mente traiçoeira podia ser tão criativa... Certo? Certo...

Matutando com seus neurônios, você tenta juntar o que aprendeu, o que, realisticamente, não é muito. Contudo, você é... era... Essa merda pode ficar confusa. Bem, o ponto é, você consumiu uma grande variedade de materiais repetitivos, com seus muitos clichês, onde havia um gato ou qualquer outra coisa, um ônibus e acordar em lugares estranhos, com unhas não massacradas, e você sabe onde isso o leva, é claro, iluminado, escancarado.

Só há um resultado possível e você realmente não sabe se ri ou se chora. Primeiro você conseguiria um espelho, então decidiria sobre isso. Parece a melhor decisão que você tomou nesse meio tempo.

Vagando pela sala, você tateia ao acaso os muitos livros e objetos cilíndricos. Seja quem fosse, havia sido um cientista, que pena pra ele, você mal sabe os componentes químicos da tabela periódica. Com uma exclamação muda, você sorrir ao achar o que procura, não é um espelho em si, mais parece uma bandeja, mas o quanto reflete, vai servir, assim você a pega.

A figura refletida na prata pisca, você abre a boca, um prefeito "O", a figura o imita. Seus olhos são vermelhos e tão fendidos quanto o daquele gato espertinho. Não é realmente difícil associar aquelas características ao seu dono, você é a porra do Michael Jackson. Opa, quer dizer, Muzan Kibutsuji. O boss final, o mesmo que se transforma naquele bebe gigante bizarro e vira poeira ao sol. Que sorte de merda a sua, a poeira nem é brilhante.

Agora seria um bom momento para rir e chorar. Você vai com os dois, porque é tão trágico que chega a ser hilário.

Tomada #01 (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora