- Oh! Muzan-sama, te peguei! Você é muito bom em se esgueirar, como um gatinho ranzinza.- É Douma, claro que é, sua sorte é sempre a melhor.
Seus abraços - que braços em - o prende junto a ele, apertado, sem brechas para escape. Você até tenta, se contorcendo um pouco, mas é mais esforço que vale a pena, seria mais fácil o explodir, mas isso mancharia suas roupas e sinceramente, você não vê o apelo em se banhar com vísceras e sangue, deve feder pra caramba, imagine o como deve ser difícil se livrar daquilo tudo, eca.
Assim, você se contenta em resmungar:
- Merda, me solte, não sou uma maldita bolinha de estresse!
Isso só faz o demônio rir, o levando a esfregar seu rosto em seus cabelos, como se você fosse realmente um animalzinho.
- Você fala as coisas mais engraçadas, Muzan-sama.- Douma bajula ao mesmo tempo que o move, o fazendo virar para ele, os deixando desconcertantemente próximos.
Isso lhe traz uma recordação, é muito semelhante a como ele segurou Shinobu, você apenas aperto os olhos para o merdinha, se ele ousasse tentar o absorver, higiene que se foda, você o fará em pedacinhos.
- Se você tentar qualquer coisa, eu vou lhe explodir, tô sendo sério aqui, fica ligado.- Você pontua, tentando soltar seus braços, o que você consegue, as vezes é fácil esquecer quem é o mais forte, dá licença beleza, você ainda é como um bebê oni, tendo dias de vida, enquanto a aberração ali, já tem pelo menos algumas décadas.
- Que mal!- O merdinha cantarola, nem um pouco intimidado.- Você não pode Muzan-sama, veja, serei bonzinho, ficar ao seu lado é intrigante, você tem uma mente única, tão caótica. Assim, não fuja mais, certo, eu odiaria ter que pedir ajuda aos outros, quero lhe manter só pra mim.
Bandeira vermelha! S.O.S! Você pode sentir o cheiro de longe quando vê um, esse é um dos tóxicos, cruzes, eu me livre, mas quem me dera. Douma preenche os requisitos com glória, aqui tem carinha bonita, corpo tentação e lábia de lunático, não há dúvidas, agora você não sabe se joga ou foge - se é que essa segunda ainda é válida, e não Nakime, a traição será lembrada.
- Sabe, sou mais do tipo que compartilha o pão, esse lance único é meio sem graça, né não?- Você não tem noção do que tá falando, seus muitos cérebros não tão sendo muito úteis agora.
Rindo, Douma volta a se aproximar, mitigando a distância que você tão arduamente conquistou.
- Que coração grande esse Muzan-sama tem. Hm, entretanto, é uma pena, será que todos seriam tão receptivos quanto eu?
Vê, é isso que você está tentando dizer, aquilo é uma ameaça oculta por um tom suave e um sorriso comedor de merda. Mas você não estará tendo nada disso, uma vida de restrições já se foi, ficar preso a algo assim, sempre receoso de que alguém poderia dá no bico, seria um saco. Você já não tem paciência pra isso, que seja, você já tem muitas preocupações pra lidar, você já até esqueceu o que colocou em sua lista de prioridades, mas tem quase certeza de que falta uma coisa ou outra, de qualquer forma, lá vai você novamente, fugindo do ponto.
- Foda-se.- Esse será seu lema pra maioria das coisas agora, é oficial.- Diga, eu ainda posso explodir todos vocês, vai ser nojento, mas sempre há água e sabão mesmo.
O merdinha lhe observa por um instante, antes de cair na gargalhada, quase parece real dessa vez, mas você não vai cair nessa, você leu o manga, já sabe que tudo aquilo é uma máscara bem trabalhada, é como dizem, a globo tá perdendo e seu humor tá meio amargo - você não lida bem com traições, poxa Nakime, você esperava mais, como servidão injustificável e inabalável... Isso soou mal, é melhor dizer, amizade verdadeira, isso, isso.
- Agora, eu realmente não posso deixá-lo ir.- Douma fala, um de seus braços soltando de seu abraço esmagador pra erguer sua mão até seu queixo, o segurando e o guiando para encará-lo, é uma pose tão comprometedora.- Fico imaginando que visão você faria, assim, todo desalinhado.
Que porra é essa?
Isso tá indo pra um lugar estranho, você nunca chegou nesse ponto, é até engraçado, porque você não estava nem tentado em primeiro lugar, mais engraçado ainda é que se você tivesse tentado certamente acabaria tomado um toco sem nem tentar, vê a contrariedade... Se bem que você só deve tá sendo precipitado, é a mente da quinta série vendo coisa onde não há, com uma pitada de seu eu emocionado, talvez... provavelmente... não... É, é isso, você tá em crise.
- Eh, o que está acontecendo? Você está bem?- Aquela voz abençoada, como uma lira dos céus, seu salvador, seu raio de sol.
Pelo canto do olho, você vê Tanjiro, o menino é tenso, seus olhos queimando Douma e não você, e que surpresa magnífica é aquela. Os humilhados estão sendo exaltados, suas tentativas estão dando frutos, Tanjiro ainda está desconfiado, mas aberto a dialogo, melhor, ele está pronto pra intervir por você, não que você queira isso particularmente, seria bem trágico, Douma o transformaria em um picolé.
Você está certo, porque você sempre esta certo. Douma o olho suspeitosamente agradável, o sorriso parece mais artificial, seu toque é mais gélido também. É hora de uma missão de resgate, ninguém tá tocando no seu terapeuta e salvador.
Trabalhem super cérebros, trabalhem seus preguiçosos imundos!
Você foca nas células, no sangue de Muzan, quer dizer, seu sangue. É instantâneo, Douma endurece, as veias salta ameaçando romper a pele, um grunhido de dor rompe o silêncio momentâneo e sem perder o foco, você aproveita aquela brecha para escapar. É ainda mais fácil agora, dessa vez, não há oportunidade para que ele mantenha seu aperto ou volte a segurá-lo, você praticamente voa em direção ao porta, jogando os dois no sol do meio-dia, lamentando por Nezuko que deve ter sido sacudida como um chocalho dentro daquela maldita caixa - e porque diabos ela ainda estava lá? Seu presente tinha funcionado, certo? Bem, isso era algo pra outra hora, quando você furtasse a caixa.
Com pressa, você ajuda o menino a se levantar, o incentivando a correr.
- Vamos, vamos!
Tanjiro está confuso, seu olhar correndo do demônio nas sombras, para você, mas no fim, como um bom garoto, ele vai, seguindo seus passos.
- Até mais tarde Muzan-sama!- Douma cantarola quando você se afasta, parecendo indiferente ao seu corpo ainda espasmodico, suas mãos balançando em um aceno estranho.
Que complicado. Você apenas tem um pressentimento de que ele não estaria sozinho na próxima, bem, que seja, você tem um plano, um plano infalível.
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Tomada #01 (Hiatus)
FanficUm isekai que ninguém pediu. O leitor reencarnou como Muzan!