Prólogo

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Jeon observava há uma razoável distância os aspirantes a soldados nos campos de treinamento.

Podia ver a figura corpulenta do capitão, que caminhava de um lado a outro, ora ou outra gritando alguma instrução a eles, a voz firme e potente ressoando alta o suficiente para que até ele mesmo ouvisse e desconfiava que o próprio o fazia, em parte, por nervosismo em ter seu general há poucos metros de distância.

Era melhor que o fizesse mesmo, o temesse.

Jeon não tinha intenção de ser complacente com falhas a esse ponto e precisava de total eficiência, precisava que os novos recrutas estivessem mais do que prontos para a batalha.

O Reino de Byeol estava em uma clara desvantagem na Grande Guerra, pois mesmo que tivesse apoio dos nortistas, as invasões do Reino de Nihon seguiam completamente incisivas e sem um propósito compreensível.

Eles tinham muito interesse no território, mas Jeongguk não sabia ao certo o porquê.

"Pura retaliação" era o que dizia seu superior, o Marechal, mas tinha que ter algo além do histórico de inimizade entre Nihon e Byeol para motivar aquilo...

ㅡ General Jeon! ㅡ Ao olhar por cima de seu ombro direito pôde ver que o subtenente da divisão corria em sua direção, o ar da respiração ofegante condensando ao entrar em contato com a atmosfera fria daquele dia de inverno.

Fez uma reverência exagerada antes de ajeitar a postura e alinhar a farda, em uma falha tentativa de parecer apresentável.

ㅡ A Primeira Ministra está chamando, senhor Jeon. Estão na sala da Cúpula. ㅡ Os olhos negros brilharam em curiosidade ao dizer aquilo em voz alta ao General.

Sabia que, como o acesso a informações sobre os atos da Cúpula era muito restrito isso dava uma margem absurda para a criação das mais loucas teorias conspiratórias.

ㅡ Agradeço, Subtenente Oh.

Teria que deixar a conversa com o capitão para depois. Dispensou o Oh, caminhando até o local indicado.

A porta metálica da sala da Cúpula do Conselho de Byeol tinha um leitor de digital acoplado à parede ao seu lado, Jeongguk era um dos poucos que tinha sua identidade gravada para a entrada e ainda assim precisava de permissão prévia para o acesso.

Todas as reuniões internas importantes ocorriam ali e sua permissão estava restrita a encontros com o tema em que era especialista: batalha.

Adentrou a sala e todos estavam sentados.

Devia ser o último a chegar.

Estranhou a estrutura sem uma forma tão compreensível que jazia pouco atrás da mesa do conselho.

Mas mesmo assim caminhou até a cadeira livre ao lado esquerdo do Marechal Han.

Na ponta da mesa estava a senhora Song, a Primeira Ministra. À sua direita estava o representante do parlamento, senhor Lee.

O que causava estranheza ao General era a dupla que seguia em subsequência a estes.

Reconhecia Kim Namjoon, chefe da Divisão Armamentista, mas não se lembrava de já tê-lo visto dentro daquela sala.

E a moça ao seu lado não só nunca vira dentro da sala como desconhecia por completo.

ㅡ Convoquei o conselho para tratar de uma nova estratégia de combate que está sendo elaborado e, brevemente, será implantada para combater os avanços do Reino de Nihon nos tenazes esforços para tomar de volta para si nossos territórios.

Também tinha isso. Enquanto o Marechal acreditava que Niron buscava retaliação com os ataques, a Primeira Ministra afirmava que seus esforços eram em nome de tirá-la do poder e fazer com que o Reino de Byeol voltasse a ser uma colônia deles. Jeongguk acreditava um pouco mais nessa possibilidade.

Projeto V - TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora