O fim é apenas o começo ( Pausada E Sem Previsão De Retorno)

capitulo 17

Flavio Terror

     Abro os olhos com um pouco de dificuldade, levo as mãos até o rosto esfregando no mesmo, tentando dispensar o sono.     Me ajeito na poltrona e encaro a pista no lado de fora.

     Estou de volta ao Brasil, depois de uma longa estadia fora, cuidando da saúde, já que parte dela me foi tomada quando o filha da puta traíra me deu vários tiros. Espero Patrick se levantar, pra me ajudar a sair de entre as poltronas.

     Saio com cuidado, a operação no joelho ainda está recente, mas só de saber que agora eu vou ter a chance de voltar a correr e andar normalmente, já me deixa feliz pra caralho.

   Passei poucas e boas nesse último ano, parada de morrer e reviver. De saber tudo sobre quem eu amo pelas beira, de ver a vida de gente que eu gostava pra caralho virar de cabeça pra baixo sem eu poder fazer merda nenhuma, porque tava preso a uma cadeira de rodas. Dependendo de outra pessoa até pra ir ao banheiro.

    Sorte a minha foi de ter achado gente de coração bom, que confiou em mim mesmo todo furado de bala. Que quando eu pedi, implorei pra não chamarem a polícia, mesmo com medo eles confiaram e não me entregaram.

  Patrick marido de uma mina firmeza, fazendo curso de medicina, pediu a guria pra cuidar de mim. E ela toda desconfiada fez. Tentou e deu um jeito de me manter vivo.

     Agora virou família, mato e morro por eles, e a minha vingança vem vindo a cavalo. Não me importo com o tempo que demore mas ela vai acontecer. 

   Respiro fundo antes de descer as escadinhas do jatinho, a cada degrau sinto como se meu joelho fosse lascar no meio, no último fico aliviado, Patrick me entrega a muleta, e eu continuo meu percurso com dificuldade até o carro.

    Assim que começamos o percurso até meu apartamento começo a ficar ansioso, a partir de agora meu plano de ação começa, não vejo a hora de rever Stefany, e minha sobrinha. De contar a ela tudo que aconteceu, de fazer com que ela entenda nem que seja um pouco do que aconteceu comigo. Já tenho agilizado algumas coisas mesmo estando de longe, tive a ajuda da advogada facção, a única além de Montanha que sabe que ainda estou vivo.

   Com minha morte confirmada Stefany foi dada como única herdeira de um dinheiro que Durval guardava em uma conta  laranja para os milhares de roubos e sonegação de imposto da loja de automóveis de luxo dele. Por isso queriam a guarda dela, para terem acesso a essa conta. Mas fui mais esperto, assim que descobri as armações deles, comecei a investigar em qual banco esse dinheiro estava e com a ajuda de Taís, agilizem todos os papeis, transferindo esse dinheiro para uma conta com meu novo nome, Vicente.

      Assim que chegamos no prédio, fico ansioso, esfrego as mãos no rosto tentando me acalmar da forma que dá. Esse vai ser meu primeiro encontro com Stefany, e eu não consigo conter o desespero e a ansiedade que se instala em mim.

       Patrick desce primeiro, acompanho ele dar a volta no carro para me ajudar a descer. Agarro as muletas e saio do carro com cuidado. Enquanto ele carrega algumas malas, quando estamos próximos ao elevador vejo um rosto conhecido, é impagável o olhar assustado e chocado que vem de TM. Ele para por um segundo e fica incrédulo enquanto me encara.

ㅡ Que foi mano, parece que viu fantasma! ㅡ Brinco, e recebo uma gargalhada dele.

ㅡ Seu cuzão! ㅡ Ele se apressa em caminhar na minha direção, o recebo com um abraço, não minto que estive apreensivo quanto meu encontro com ele, não deveria confiar em ninguém, mas depois de uma longa conversa com Montanha ele me assegurou que TM era de confiança. ㅡ Cara, eu te enterrei. Como que pode uma merda dessa.

ㅡ As lendas não morrem. ㅡ Brinco. ㅡ Bora porque meu joelho tá me matando já.

  No apartamento assim que a porta é aberta, me deparo com Stefany, está magra, com um olhar abatido, assim que nota minha presença, leva as mãos ao rosto e desaba em um choro intenso. Não controlo meus sentimentos, caminho até ela e a aconchego em meus braços. Ela treme tanto que tenho medo de que ela passe mal. Então peço que tragam um copo de água para ela.

     Sinto seu abraço cada vez mais apertado, é como se ela precisasse me sentir, para ter certeza de que eu realmente estou aqui, em carne e osso. Não sei a quanto tempo estamos aqui abraçados, meu joelho dói, mas nem me importo com o incomodo, posso ficar por horas assim com ela.

ㅡ Já forçou de mais o joelho mano, melhor sentar aí um pouco. ㅡ Patrick interfere e só assim Stefany e eu nos afastamos.

   Me sento no sofá e ela se senta ao meu lado, ainda me olha como quem  não acredita, está em choque, me encarando.

ㅡ Sou eu cara. Não fica com essa cara de susto não. ㅡ Agarro a mão gelada dela.

ㅡ Eu enterrei você, eu... eu... ㅡ chora.

ㅡ Eu tô aqui Tefinha, tô aqui cara. ㅡ brinco a puxando pra mais perto.

ㅡ Porque só apareceu agora? Eu estive desesperada, sem rumo por todo esse tempo, e do nada você me aparece de novo. Você tem noção disso ? Tem noção do quanto eu sofri sem você aqui? ㅡ Abaixo a cabeça, envergonhado, eu realmente queria ter contado a ela, mas as coisas estavam meio difíceis.

ㅡ A gente ainda vai conversar Stefany, tem uma pá de coisas que você precisa saber. Mas no momento. ㅡ Me levanto. ㅡ Eu só quero um banho. E conhecer a minha sobrinha. Somente isso.  Alcanço as muletas e caminho até a saída da sala. ㅡ TM, se me ajuda com as malas? 

ㅡ Agora meu mano.

     Vou andando pelo corredor, até chegar no meu quarto, TM vem logo atrás. Assim que entramos, fecho a porta.

ㅡ Preciso me atualizar! Quero saber todos os passos do G20, e naquele morro eu só posso confiar em você. Eu tenho muita coisa pra te contar, eu tenho planos pra me vingar daquele cuzão, mas primeiro eu preciso saber se você tá disposto a me ajudar? Preciso saber se você tá comigo ou contra mim.

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Boooom dia amadas, sumidinha, mas reaparecendo aos poucos.

  Capítulo do nosso Terror. Não pretendia trazer ele agora, mas...

  Oque vocês acham que ele vai aprontar em? ??

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