capítulo 13

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Luana

   Acordei cedo, preparei algumas comidas que minha mãe gosta, separei alguns  produtos e itens  de higiene que ela precisa, além de deixar o dinheiro da mensalidade já arrumado para entregar Gustavo, enquanto eu me arrumava Rodrigo me esperava deitado na minha cama, depois dos acontecidos com Gustavo evito ir visitar minha mãe se Rodrigo, é uma merda me sentir tão vulnerável quando aquele monstro chega perto de mim. E ao menos com Rodrigo estando lá, me sinto um pouco mais segura.

    Arrumo tudo em uma bolsa térmica, deixo em cima da mesinha do quarto e caminho até Rodrigo. Ele larga o celular  grudando minha cintura.

ㅡ Pronta ? ㅡ concordo. ㅡ Então vamos! ㅡ Se levanta ainda segurando minha cintura, dá um breve beijo em meu pescoço.   

   Alcanço a bolsa e antes que eu atravesse a porta ele a toma de mim.

ㅡ Deixa que eu levo até o carro.

ㅡ Um perfeito cavalheiro. ㅡ Brinco, e ele sorri.

    Meu lance com Rodrigo é leve, não tem cobrança e nem rótulos, simplesmente duas pessoas que se curtem e cuidam um do outro. Tranco a porta do quarto e atravesso o corredor da pensão, junto dele, alguns moradores nos encaram, Rodrigo faz questão de cumprimentar todos com um sarcasmo surreal. O que me arranca boas risadas. Ao passar da porta de entrada ele destrava o carro e caminha ao meu lado.

ㅡ Seus vizinhos são super simpáticos. ㅡ Debocha.

ㅡ Nem me fala, se as coisas continuarem como estão, mês que vem alugo um apê pra mim. ㅡ Conto empolgada.

ㅡ Vai dar tudo certo linda. ㅡ Pisca pra mim. Colocando a bolsa térmica no banco traseiro do carro. Assim que termina  faz a volta entrando no banco do motorista e eu me aconchego no banco do carona.

    Conversamos durante todo o percurso, assuntos aleatórios, brincadeiras ridículas e algumas fofocas do serviço dele. Quando chegamos a clínica, respiro fundo antes de entrar, todas as vezes que venho aqui volto com meu emocional totalmente abalado. É muito difícil ver minha mãe na situação em que ela se encontra, e isso me deixa muito frustrada. Apesar de todos os medicamentos e métodos que usam nessa clínica, ela nunca aparenta melhoras, parece estar sempre estancada no mesmo lugar.

    Caminho até a recepção, apresento meu crachá e documentos de visitante, Rodrigo faz o mesmo, pedi a um tempo atrás para que fizessem um cartão de visitante para ele também. Assim que somos liberados atravesso a portaria e caminho junto de Rodrigo, já me preparando psicologicamente. Antes de entrar no quarto dela respiro fundo, Rodrigo acaricia meu rosto me dando força e eu entro.

   A vejo sentada na cama abraçada a uma boneca de pano, e meus olhos já começam a lacrimejar, odeio a ver assim. Ela está com os cabelos grandes dela trançados, e parece bem agitada e inquieta.

ㅡ Mãe! ㅡ me aproximo com calma. ㅡ Ela levanta o olhar, perdido, confuso. Me encara, encara Rodrigo e logo após volta a posição inicial. ㅡ Trouxe algumas coisas que a senhora gosta! ㅡ Tento chamar a atenção dela. ㅡ Tem bolo, a senhora ama bolo. ㅡ Ela levanta o olhar. Dessa vez duro, rígido.

ㅡ Quem você pensa que é? Quer roubar meu bebê? ㅡ se altera. ㅡ Você não vai roubar meu bebê de mim. Não vai. Não vai. ㅡ tento a acalmar e explicar que jamais roubaria seu bebê. Mas isso só a faz ficar mais alterada ainda. A essa altura os gritos dela estão ultrapassando o quarto, ela começa a se debater e a arrancar seu próprio cabelo, a cena me assusta, nunca a vi nessa situação. Então começo a me desesperar junto. Tento ir até ela para a acalmar,mas não funciona. Ela grita se debate, chora.

O fim é apenas o começo ( Pausada E Sem Previsão De Retorno)Onde histórias criam vida. Descubra agora