Capítulo 7 - "Nascente"

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" Clareia... manhã
O sol vai esconder
a clara estrela
ardente..
Pérola do céu
Refletindo seus olhos
A luz do dia
a contemplar
teu corpo..
Sedento
Louco de prazer
E desejos.. ardentes.."

"Nascente" era uma das músicas prediletas de Helena.

Lia ao abrir a porta não conseguiu nem pensar em como o rapaz teria encontrado sua casa e apenas ouviu a voz de sua mente "o que ele faz aqui?"

- Maurício! Que bom estar aqui. Filha não me contou que tinha um amigo no qual estuda direito. - Eu não sabia. - balbuciou a jovem.
- Como?
- Nada mãe. Vai entrar Mar.. Ma..
- Vem Maurício querido.

Maurício não era o tipo de cara que ligava para dinheiro, portanto que tivesse. Ele mal notou a casa de Lia, apenas olhara para ela, deixando-a sem graça.

- Ah.. aquele cara.
- 'Aquele cara' Jerry se chama Maurício. - retruca Helena
- Tudo bem senhora Helena mal o conheci hoje. E Mãe o pai ligou e disse que vai se atrasar.
- E por que?
- Sei lá.. não perguntei.
Helena olha pra Jerry como se ele tivesse cometido um crime.
- Vamos jantar, já está servido.
- Como conheceu minha mãe Maurício?
- Fui procurar você no Colégio e Sarah me disse quem era sua mãe. Me surpreendi quando disse que era advogada. E talvez você também queira seguir a carreira.
- Talvez..
- Ela está "confusa" ainda. - diz Helena.
- Se quer saber eu também tive minhas dúvidas.
- E como se livrou delas? - pergunta Jerry.
- Não me livrei, acabaram as primeiras e surgiram outras.
- E quando se formar aonde vai trabalhar? - pergunta Helena.
- Ainda não sei.

O jantar prosseguiu até a hora de ir embora. Lia levou o rapaz até a porta.

- Espero nos ver mais. - ressalta Maurício.
- Quem sabe eu não entre esse ano na faculdade de Miami. Se gosta tanto da minha presença poderíamos nos ver todo dia lá.
- Seria excelente.
- Sim..
- Vamos nos ver amanhã.
- Mas...
- Sem mais nem menos. Nos veremos amanhã.
- A..
- Lia. A dona Helena disse que ta tarde. - interrompe Jerry de dentro da casa.
- Até mais..
- Espere..

Ele tentou arrancar um beijo no rosto dela, mas acabou errando o alvo. Não foi nenhum beijo caloroso. Seus lábios estavam secos e se tornaram molhados pelo prazer que ambos os enamorados tinham um pelo outro. Um beijo quente, ardente.

- O que está fazendo?
- Eu não resist..
- Não importa!
- Me vejo ainda mais perdido em você.
- Que?
- Acho que estou apaixonado por você.
- Só me viu duas vezes, mal me conhece...
- Quando duas almas gêmeas se encontram se tornam eternas.

Jerry sem querer começou a ouvir a conversa dos dois e só conseguia pensar, senão dizer: "que gay".

- Amanhã nos veremos então.

Lia não disse mais nada, apenas pensava incessantemente nele.
E quando entrou em casa...

- "Quando duas almas gêmeas se encontram se tornam eternas" - dizia Jerry em tom de deboche.
- Cala boca!
- Hihi.

No dia seguinte eles se encontrariam e sentia o desejo virando paixão e a razão se perdendo em tanta emoção.

- Família! Cheguei. - anunciava Taylor. - Poxa. Já estão dormindo..

O dia seguinte enfim chega e à tarde Lia e Maurício se encontrariam. Era sábado e a jovem aproveitou para visitar sua amiga do outro lado da rua e contou tudo pra ela.

- WHAT? Que milagre. Finalmente - dizia Ana levando os braços ao alto.
- Para com isso. Ele só quer me ver.
- Começa aí. Depois ele vai querer mais, bem mais.
- Ata..

O papo voou e quando Lia percebeu o carro de Maurício chegou.

- Que merda!
- Que foi?
- Ele chegou! Num estou pronta.
- Calma. Pega qualquer roupa no meu armário que eu ligo pro Jerry pra enrolar ele.
- Valeu.

Ana ligou pro Jerry e o rapaz hesitou um pouco em ajudar a irmã e esperto como era, certamente cobraria o favor mais tarde.

- Ah! Oi Mauro.
- É Maurício.
- Quê? - questionava enquanto andava.
- Meu nome é Maurício.
- A.. sim.
- Onde está Lia?
- Ta vindo aí.
- Acho que vou no quarto dela.
- Se avexe não meu querido que nem eu entro naquele ninho.
- Ta certo. E ela costuma demorar?
- Não sei. Nunca saiu com ninguém.
- Sério?
- É. Não que minha mãe não tenha arranjado.
- Dona Helena casamenteira - dizia rindo.
- É.
- E você namora, fica, pega?
- Namoro meu computador, fico rico e pego resfriado.
- Fica rico?
- Eu trabalho pela net.
- Hum...
- Veja quem chegou..
- Lia, ainda mais linda.

E a moçoila sorria encantada. Se revestia num vestido simples azul e salto agulha. Uma boca carnuda pintada de vermelho e uma pele macia, alva. Linda.



OBS: Te convido também a ler os contos "O Inferno Não Pode Esperar" e "Zumbis, Jovens e Tequila", caso você goste também do gênero de suspense. Valeu por estar acompanhando essa trama. 

Obsessão PerigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora