penúltimo capítulo

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Um cap especial pra esse pessoal que adora o Seng

guaxinimladraoo PinkTulipsF_ ETATTHENNaFF

"Havia uma garota com um céu estrelado nos olhos, ela estava perseguindo um mundo que era tão rápido que a deixou para trás.

Ela correu por dias, mas os dias se tornaram anos, e a esperança foi-se embora quando o sorriso se transformou em lágrimas "

City of Angels, Arrows to Athens.

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Duas semanas.

Já faz duas semanas que eu não vejo Rebecca.

Duas semanas que eu tenho dormido na casa da minha mãe apenas para ficar observando pela janela do meu quarto a movimentação na casa da Becky, preenchida pela esperança ofuscada de que ela estará junto com deles.

Mas não, Rebecca nunca está com Seng. E eu apenas gostaria de entender o porquê dela simplesmente não aparecer por aqui.

Eu não sei se isso faz parte do seu plano, mas aparentemente todos os seus "Eu voltarei" são, na verdade, nada mais que despedidas disfarçadas de palavras. Agora, o meu medo é o de que ela realmente se vá, de que ela não consiga o que quer e sofra pela eternidade por isso.

No total, já se passaram quatro semanas desde a sua morte. Um mês completo, e ela tem apenas mais uma para poder resolver tudo, mas Rebecca simplesmente não está aqui para que eu possa ajudá-la.

Estou de mãos atadas e nada posso fazer em relação a isso, pelo menos até que ela resolva aparecer.

E aqui estou mais um dia, apoiada na minha janela e com a cabeça deitada no muro, enquanto vejo Heidi tirar do carro algumas compras do supermercado, ao passo que seu marido entra na casa e sequer volta para ajudá-la.

Nada duvido de que, mais tarde, será ela quem irá arrumar as compras no armário e cozinhar para que o filho da puta possa comer.

Não que eu esteja a defendendo.

Para mim, Heidi e Seng são farinha do mesmo saco e da pior marca existente na face da Terra. Se eu pudesse, eu desceria agora mesmo com um facão, iria até eles e não esperaria um segundo até passar o...

- Filha?

Os meus pensamentos intrusivos, que seriam fatalmente censurados pelo meu eu exterior, são atrapalhados quando o meu pai entra no quarto com as mãos no bolso da calça, arrastando seu chinelo pelo chão amadeirado como se ele não pudesse andar sem fazer barulho e chamar atenção da casa inteira.

Me viro para ele com a expressão mais sã que consigo lhe oferecer.

- Sim? - Pergunto-lhe, ajeitando a touca na minha cabeça.

Já faz algumas semanas que um clima frio vem se instalando na cidade, apesar de não estarmos no inverno. Não sei se eu amo ou odeio, mas confesso que não acho ruim estar com três camadas de roupa para me esquentar.

- Eu e a sua mãe vamos sair, tá bom?

Lhe dou de ombros, indiferente quanto a isso. No entanto, eu aviso-o previamente:

- Por favor, não quero festa surpresa. Nem bolo. - Digo, já sabendo o que provavelmente eles irão fazer com essa tal saida. - Vocês sabem que eu não gosto...

O céu ainda está azul // freenbecky Onde histórias criam vida. Descubra agora