Isis Carson, recém formada em psicologia aceitou um trabalho que mudaria completamente o rumo de sua vida. Dentro de uma prisão, conhece o bad boy que vai assombrar sua vida para sempre. Isis, Isis... Veja só o que você fez.
⚠ Essa obra é um dark r...
"Você tem o diabo em seus olhos Você chegou e me pegou de surpresa" Devil Eyes - Hippie sabotage
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
30 de dezembro de 2023. Whitville, Quiméria.
Faz uma semana que tudo aconteceu, mas parece que foi ontem. A dor no peito, persistente e implacável, é um lembrete constante do que vivi. Fecho os olhos e vejo o rosto dele, sinto a traição como uma ferida aberta que não cicatriza. A simples lembrança faz meu estômago se contorcer e me enche de um desejo desesperado de apagar o passado.
Estou agora em frente ao espelho, revisando meu visual pela última vez. Minha maquiagem está impecável, e a roupa é a combinação perfeita entre profissionalismo e elegância. No entanto, por dentro, sinto uma tempestade de emoções turbulentas. Preciso dessa entrevista, preciso mostrar a mim mesma que posso seguir em frente, conquistar minha independência e finalmente me libertar do peso que carreguei por tanto tempo.
Pego minha bolsa e dou um último olhar ao espelho, tentando espantar o nervosismo. Saio do quarto com um passo decidido, mas a medida que desço as escadas, cada degrau parece ecoar minhas incertezas.
Ao chegar na sala, a visão que encontro é quase surreal. Papai está sentado no sofá com uma expressão tão dura quanto a rocha, enquanto mamãe, em pé, parece uma mistura de preocupação e frustração. Seus olhares se cruzam e depois se voltam para mim.
Papai se levanta, e a rigidez de sua postura é quase física. Suas mãos estão enterradas nos bolsos, e seu olhar é frio e acusador.
— Quer dizer que está solteira? — a pergunta sai de seus lábios com uma gravidade que me faz estremecer.
Eu sabia que o momento de confronto chegaria, mas enfrentá-lo é diferente. Levanto o queixo, o medo se misturando com a determinação. Tenho vinte e cinco anos, e sou eu quem deve decidir sobre minha vida, mesmo que isso signifique enfrentar a desaprovação dos meus pais.
— Estou, e não me arrependo — digo com firmeza, minha voz carregada de uma força que eu mal sabia que possuía.
Mamãe tenta intervir, sua voz é mais calma, mas a tensão é palpável.
— Ísis, o que aconteceu além do que você nos contou?
O tom de papai sobe, e seu rosto fica vermelho de raiva.
— Não importa o que aconteceu, Paula! Nossa filha está se tornando uma vagabunda, olhe para o tipo de roupa que ela veste e para o comportamento dela!
Sua indignação é como um soco no estômago. Sinto a dor e a frustração se acumularem em mim, e a discussão entre eles começa a subir de tom. Papai não parece disposto a ouvir, e a minha cabeça lateja com o peso da situação. Preciso me controlar para não gritar com ele.
— Ele me traiu! — grito, a voz saindo mais alta e mais intensa do que eu esperava, cortando o caos com a força de um trovão.
O silêncio que se segue é ensurdecedor. Mamãe fica paralisada, os olhos arregalados e a boca aberta em um grito silencioso. Sua expressão é de choque, misturada com uma dor que parece refletir a minha própria.
