18. The arrival

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 ''Bem-vindo à cidade das mentiras
Onde tudo tem um preço
Será o seu novo lugar favorito"
Gossip — Måneskin

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16 de Março de 2025.
Whitville, Quiméria.

Um... Dois... Três...

Contei mentalmente, antes de descer do carro e me deparar com a grande mansão de Carlos. A mansão onde todos diziam milhares de lendas e coisas a respeito, justamente por ser a casa onde abrigou líderes poderosos de Whitville por décadas.

O ar ao redor parecia carregar o peso das histórias sombrias que circulavam sobre aquele lugar. A mansão ergueu-se diante de mim como um gigante adormecido, feita de pedra escura, quase negra, refletindo o céu noturno como um espelho sujo.

As janelas altas, adornadas com molduras de ferro trabalhado, pareciam olhos vigilantes, observando todos os que ousassem se aproximar.

Um silêncio quase sobrenatural pairava no ar, quebrado apenas pelo sussurro do vento que passava pelos galhos das árvores antigas que cercavam a propriedade. O portão de ferro maciço, com detalhes elaborados em formato de serpentes entrelaçadas, rangia levemente ao se mover com o vento, como se resistisse à própria existência.

No centro da fachada, a enorme porta de madeira escura tinha um brilho estranho à luz da lua, seus detalhes esculpidos lembrando figuras mitológicas, e o brasão da família Maddrigal gravado no topo, imponente, como uma promessa de poder e morte.

— Vamos, amor? — Carlos passa a mão no meu ombro, num gesto que deveria me acalmar, como se pudesse sentir a tensão que carrego.

Mesmo assim, meu corpo ainda estava tenso. Não conseguia acreditar que, depois de resistir tanto ao que sinto por ele, aqui estou, atravessando os portões da mansão Maddrigal.

Era insano que eu tivesse deixado Carlos convencer-me de sua ideia maluca de "passar um tempo" em sua casa. A verdade, no entanto, pulsava em minha mente: ele vai me prender aqui. E, apesar da atração avassaladora que sinto, a ideia de ser mantida à mercê de um homem, seja ele quem for, me aflige.

Não fui feita para viver como cativa.

Meus passos hesitantes ecoaram no calçamento frio, o som reverberando no silêncio que envolvia a entrada da mansão. Os portões de ferro, altos e pesados, se abriram lentamente, rangendo como se tivessem sido acordados de um sono profundo. Dois homens altos, de ternos impecáveis, com expressões impassíveis, ficaram à espera. Seriam apenas serviçais, mas seu porte e presença intimidavam.

— Não precisa ter medo, Ísis. São inofensivos. — Carlos disse em tom divertido, seus olhos escuros fixos nos meus, captando o sutil tremor da minha respiração e o leve franzir de minha testa.

Ele podia brincar à vontade, mas algo em mim ainda resistia, como uma corda esticada ao limite, pronta para arrebentar.

Com passos calculados, meus olhos percorrem o local, absorvendo cada detalhe. O jardim, embora parecesse bem cuidado, carregava uma estranha falta de vida.

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