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"Acabei comigo da maneira mais bonita: Me apaixonei por alguém que eu não posso ter".

É a frase que estava destacada com marca-texto neon em um dos textos que meu pai costumava ler e amontoar em cima da mesa. Quando li essa frase pela primeira vez, não pude deixar de me de indentificar e, olhando para Keisuke agora, não tem frase que represente mais a sensação que sinto nesse momento.

É o Keisuke. É o Keisuke e ele está do meu lado. Quando raciocino tudo em 2 ou 3 segundos, percebo a gravidade da situação. Izumi está do outro lado da rua nos brinquedos. Keisuke está aqui. Isso é o que? Alguns pequenos metros de distância?

Oque me faz pensar...E se ele me viu chegando com o Izumi? Calma, Sn. Pensa. Eu só preciso me certificar de uma coisa pra saber se ele me viu chegar ou não.

Sn- ...A quanto tempo você está aqui?

Sinto que minha voz quase não saiu. Perguntei tão diretamente que fico preocupada se isso soou grosseiro. Ele inclinou a cabeça casualmente em uma de suas mãos com o cotovelo no balcão e, por um mero instante, me distraio com o movimento das suas mechas de cabelo escuro escorregando pelo seu ombro e caindo sob seu peitoral.

Baji- Acabei de chegar aqui, por quê?

Então não deve ter me visto chegar...Eu espero. Sem perceber, fico alguns segundos reparando nele. Keisuke sempre passou essa primeira impressão pras pessoas, meio intimidador. É impressionante esse ar que ele transmite só de chegar em um local, sua presença chama atenção, da pra ver que algumas pessoas viram um pouco a cabeça só para olhar na sua direção.

Eu pisco algumas vezes desviando de seu olhar e tento desfazer a minha expressão de choque ao vê-lo.

Sn- Ah...Nada, só pra saber

Eu respondo, engolindo seco. Em seguida, soltando um suspiro para controlar o nervosismo que eu torço para que ele não perceba.

Baji- Hm...E você?

Como estou tensa, assim que ele pergunta isso, eu viro o rosto rapidamente para ele, como se ele estivesse me acusando de algo, oque com certeza me faz parecer extremamente suspeita e assustada.

Sn- Eu?!

Baji- A quanto tempo você está aqui?

Com alívio, soltei o fôlego preso em minha garganta.

Sn- Ah...Faz uns 5 minutos, no máximo...

Respondo, comprimindo os lábios em um quase sorrisinho, fingindo descontração. A situação já está meio tensa para mim e ele ainda torna tudo mais difícil quando nem sequer quebra o contato visual comigo.

Baji- Em Tokyo...

Ele diz, piscando lentamente, dando ênfase ao falar "Tokyo". Estava perguntando quanto tempo estou em Tokyo em si, não na sorveteria. Desvio de seu olhar novamente.

Sn- Ah- faz...Uma semana

Eu digo, fingindo tranquilidade. Ele franze um pouco as sobrancelhas. As grossas, escuras e lindas sobrancelhas.

Baji- Uma semana?

Sn- É...

E, pela primeira vez nesta conversa, ele desvia o seu olhar de mim, encarando o chão.

Baji- Saquei...

Ele está visivelmente pensativo com o fato de eu estar aqui à uma semana. Não sei no que está pensando, mas também não vou perguntar.

Aproveito esse breve momento para puxar o celular "distraídamente" pra mandar uma rápida mensagem ao Kokonoi:

"Baji está aqui". Mando e guardo o celular logo em seguida, sem esperar qualquer resposta, apenas fico na esperança de que Kokonoi vai pensar em alguma desculpa para levar Izumi pro carro ou outro lugar.

o filho de baji keisuke - tokyo revengers Onde histórias criam vida. Descubra agora