PRESA A VOCÊ ⛓️(REVISANDO)

capítulo 3 - Thomas

Uma das coisas que nunca teve foi vontade ou vocação para ser mãe, nunca teve o amor de uma, nem chegou a conhecer a mulher que lhe pós nesse mundo de merda.

Ela morreu em seu parto.

Disto sabia porque a pessoa na qual lhe deixou no orfanato disse as coordenadoras do local, e como ela era mãe solteira e não tinha parentes nessa cidade... a levaram para o orfanato.

Só lhe sabia o nome... Alice.

Foi quando aos seus 4 anos ele apareceu, falando ser seu pai, e lhe tirou de lá... ela ficou tão alegre, não sabia que tinha um pai... o que mais queria naquele momento era sair daquele orfanato, não queria morrer.

Queria comer... e ser amada, pois as mulheres que cuidavam das crianças no orfanato não eram boas e lá a mesma estava sozinha, não tinha amigas ou amigos.

Se soubesse o que lhe esperava... sinceramente, preferia ter morrido de fome naquele local como várias crianças... sim, muitas morreram. Elas morreram literalmente, e a pequena Rebecca, apenas por dentro. Qual seria o pior?

Rebecca sabia que as freiras daquele local escondia comida... era como se elas quisessem que vários morressem.

Depressão? não, não teve tempo para ter... ou obter, essa maravilha. A vida era uma merda e ela só tinha que aceitar.

No dia que se "corteu", não foi nem por querer, ansiedade ou depressão... o Jones que pegou uma faca e fez riscos em suas pernas, dizia ele que, era tesão e começava a lhe lamber por completa aproveitando seu sangue. Quando Octavio, seu pai, via as marcas ficava furioso e possesso, pensando que fosse ELA que tinha feito aquilo, só para o irritar ou aparecer querendo chamar atenção.

Sim, depois de um tempo, ele começou a odiar que ela se machucasse e aparecesse marcada, não no sentindo bom, como alguns pais que protegem seus filhos, que não os querem ver machucados... não, quem dera... se ficasse com marcas ninguém iria a querer, uma mercadoria estragada.

Lembro perfeitamente do dia que ele descobriu que eu estava grávida, eu já o odiava a muito tempo, mas ali, naquele momento, dia, hora e local, passei a odia-ló ainda mais.

-- Transou com quem sua vadia? É igual sua mãe agora? - a mesma já estava com quatro meses de gestação quando ele descobriu, recebeu um belo soco por isso.
-- Eu sei que isso não é meu, não me satisfaço de você a bastante tempo, e do senhor Jones pior porque ele não pode ter filhos! - deu-lhe outro soco -- Andou se oferecendo de graça? sabe que isso, essa coisa, vai estragar meus planos! você vai tirar agora.

Mesmo que ela não quisesse esse filho ou olocar um ser nesse mundo de merda, ela não teria coragem de o tirar... seria incapaz disso, mesmo sabendo que a vida dessa criança seria uma merda só por a ter como mãe.

Nesses quatro meses que se passou Rebecca já estava se acostumando com aquela barriga e ideia de ser mãe, criando vínculo com a criança ainda em seu ventre e também não queria dá esse gostinho ao Octávio e  Jones... eles a deixariam em paz até ter a criança... isso era o que ela pensava.

Por um tempo pensou que aquela criança era seu livramento, eles não iriam a tocar, isso era tudo que ela mais queria... era tudo que ela sempre quis.

Seu pensamento mesmo sendo de uma pré-adolescente era "Basicamente, é uma criança cuidando da outra..." ela só tinha 16 anos, nunca imaginária engravidar numa festa, que obviamente saiu escondida. Não se importava se seu pai a matasse no outro dia ao descobrir que fugiu para ir se divertir, ou melhor, transar e não trazer seu dinheiro.

Há aquele ponto ela já estava querendo MORRER.

Só queria ir para uma festa encher o c* de cana e drogas, e se Deus existisse mesmo e fosse bom faria a mesma ter uma overdose.

Mas não...

-- Pensando bem... - fica pensativo -- Se for uma garota vai me trazer lucro.

Seu nojo aumentou, nunca em toda sua vida ela deixaria sua futura filha passar pelo oque a mesma passou e passa, na verdade, NENHUMA criança deveria passar por nada disso.

Ela o queria matar ali mesmo depois daquela pequena frase que saio de sua boca podre.

Será que o diabo existe ou ele esta no meio de nós?

Pergunta besta.

Rebecca passou a maioria da gravidez em seu quarto, mas mesmo assim, fazendo as tarefas da casa.

A mesma nem conta as vezes que ele invadiu seu banho.

O Jones tinha saído da cidade e ele queria aproveitar, mas desses os treze anos a mesma anda "protegida", o cortou com seu canivete bem acima do umbigo, o poderia mata-lo naquela noite, ele estava tão chapado, contudo, não queria ser presa grávida e iriam levar o pequeno Thomas para algum orfanato.

Isso nunca.

Rose foi uma benção naquele momento de sua vida. Não tinha outra solução, ela iria cuidar muito bem do Tom, até melhor que ela em sua cabeça.

Rose? Sua tia. Descobriu que ela existia quando estava próxima de dar a luz, e fugiu para outra cidade que era na qual ela morava.

Mas como sua vida é um cocô perfeitinho com granulado, só bastou um ano para Octávio acha-la e levar de volta.

Lógico que deixou o Tom com ela, nunca que o levaria para aquele ambiente, mesmo a mesma passando a gravidez inteira nela. Os anos se passavam, treinamentos eram executados mas sempre que dava fugia para ficar com seu filho, porém essa pequena alegria não demorava, passava um mês ou menos, Octávio a levava novamente ou até mesmo o Jones e os brutamontes, os capangas a espancava por ter fugido do chefe deles, isso era seu treinamento perfeito.

Naquele momento ela estava adorando ser espancada até o sangue sair de sua boca, preferia isso á abrir as pernas novamente para o Jones, principalmente, depois que o Thomas nasceu.

Seu parto foi em parque de diversões com a visão direcionada para roda gigante, por que sua vida roda em torno de uma roda gigante? teve o Thomas olhando para uma, com a ajuda da Rose, quando matou os dois caras que odiava... se imaginou como se estivesse em uma.

Roda gigante...

Quando o viu... seu pequeno Thomas, era como que seus olhos ofuscassem, um ímã, a coisa mais linda que ela viu no mundo, sua jóia rara, a verdadeira razão de continuar a viver. E lá mesmo, o admiando, fez um juramento ao seu pequeno... jurou que o protegeria com a própria vida, e que ninguém iria a machucar nunca novamente daquela forma.

Era uma promessa, e não a Deus, mas sim a ele.

Octávio não sentiu nada, parecia um verdadeiro robô humatronico, não ligava que era vovô e fez descaso quando soube que era um menino que a mesma teria.

Ela o odiava tanto.

E TODAS as noites na maldita prisão que está, a única coisa que se pergunta, é se...

Será que o Thomas me odeia?