𝙸𝚗 𝙰 𝚆𝚘𝚛𝚕𝚍 𝙻𝚒𝚔𝚎 𝚃𝚑𝚒𝚜

19

- pra onde a gente ta indo? _ Jisung perguntou para Minho, que o puxava pelo braço.

- você vai ver.

- vai me sequestrar não né?

- por que eu faria isso?

- não sei. Vai saber o que passa na sua cabeça.

- não exagera.

Andaram mais um pouco, até chegarem em uma cafeteria pouco conhecida pelos alunos da Universidade.

- okay, por que me trouxe aqui? _ o cacheado perguntou, se sentando em uma das cadeiras.

- eu queria esclarecer o que está acontecendo.

- estou esperando.

Minho respirou, e logo começou a falar.

- eu sei que vai parecer loucura, mas o Yeonjun estava te enganando esse tempo todo. O Lee vulgo meu "pai", mandou ele se matricular na Universidade para amigar com você, e faze-lo parar de falar comigo.

- todas as vezes que eu chegava em você, o Yeonjun aparecia, como se ele soubesse quando eu iria falar com você. Até que hoje mais cedo, eu desconfiei Yeonjun não estar por perto, muito menos a Karina no meu pé, sai do setor e fui procurando, até achar eles conversando no prédio ao lado. Foi ai que eu descobri que tudo que o Yeonjun fazia não passava de uma farça, e Karina estava o ajudando, para eu desistir e casar com ela.

- espera, a Karina te forçou a casar com ela? _ Jisung olhou incrédulo.

- ela não, o Lee e o pai dela. Lembra quando aquele seu amigo apareceu do nada no seu expediente quando eu, Karina e Chan estávamos juntos? Nesse dia, fomos no shopping comprar umas roupas para um jantar de negócios com os nossos pais. Porém os "negócios" era na verdade um planejamento de um casamento arranjado entre eu e Karina.

- depois que eu descobri toda a verdade, fui imediatamente tirar satisfação com ele. Quando cheguei em casa, o Lee estava agredindo minha mãe, de novo. E eu ainda tive coragem de acreditar nas palavras dele, de que nunca mais ia bater nela _ Minho riu sem humor.

- e ela está bem?

- agora ela está sim. Eu e minha mãe já estávamos com alguns planos em mente, só esperando o momento certo para coloca-los em prática, e hoje foi esse dia. Eu ameaçei ele, de denuncia-lo pra polícia, caso ele não assinasse o divórcio. Agora que ele assinou, minha mãe e eu nos mudamos para uma casa confortável que fica perto da Universidade.

- isso é ótimo Minho. Que bom que tudo melhorou. _ Jisung havia percebido o comportamento de Minho desde que chegou, ele parecia mais calmo, e agora sabia o motivo.

- antes de voltarmos, eu queria esclarecer mais uma coisa.

- e o que seria?

- eu sei que já pedi desculpas pelo meu comportamento aquela vez. Eu errei feio, espalhando uma mentira daquela, de que tinha saído com você por dó, sendo que quem te chamou pra sair foi eu. Essas atitudes foram por medo, do meu "pai" fazer alguma coisa comigo, até mesmo fazer algo com você. _ Jisung apenas escutava tudo.

- desde criança eu fui assim, sendo obrigado a esconder minha sexualidade, mesmo odiando isso, eu fazia. Quando eu ficava com um garoto, o Lee me batia, muito, e junto batia na minha mãe, só por ela me apoiar.

- ai meio que eu me acostumei com essa vida de "pegador popular". Pegava uns garotos escondidos sem o Lee saber, e na frente das pessoas eu dava em cima de meninas. Minha vida só passou a ser um inferno pra completo, quando eu fiquei com a Karina em uma festa.

- e por que ficou com ela?

- eu tava doidão nesse dia, já tinha tomado umas garrafas de soju. Eu nem lembro muito do que aconteceu, só sei disso por que tem vídeos e fotos.

- deve ser difícil ter passado por tudo isso _ Jisung sentiu Minho acariciar suas mãos _ eu tenho uma pergunta.

-pergunte o que quiser.

- por que mesmo eu te negando, você ainda veio atrás de mim, mesmo sabendo que poderia ser pego?

- não ficou óbvio ainda?

- ficou o que óbvio?

- que eu gosto de você, porra.

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