Capítulo 7 - Dançando com um demônio

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Horas depois...

Shownu que havia conseguido se aproximar da cabana sem ser percebido, observa JungKook saindo com uma mochila nas costas. Enquanto o mesmo colocava o capacete e montava em sua moto, o policial ligava para Jackson.
- Jack, JungKook acabou de sair da cabana.
- Sozinho?
- Sim, o que eu faço agora? Sigo ele ou prefere que eu faça escolta para Nicole? Ela vai se encontrar com o tal padre daqui a pouco.
- Vai sim, ela me enviou uma mensagem mais cedo confirmando que o outro rapaz vai aconpanhá-la.

Shownu vê Nicole e Taehyung saindo da cabana.
- Eles estão saindo agora, e aí? O que faço então? JungKook ainda não saiu, parece esperar por eles.
- Você conseguiu pôr o localizador na moto dele?
- Sim.
- Então escolte a Nicole, a segurança dela é prioridade. Estou aguardando receber as fichas sobre eles, preciso saber se esses caras têm antecedentes que possam comprometer a integridade dela, Nick está confiando muito neles.
- Entendido. Pelo que sei, até agora os dois tem sido merecedores da confiança dela.

Jackson suspira e concorda.
- Sim, mesmo assim quero ter certeza que são ficha limpa.
- Jack, vou desligar agora. Acho que eles vão sair, qualquer coisa que descobrir de suspeito deles, me avisa.
- Ok, digo o mesmo.

Shownu encerra a ligação e de forma sorrateira, desce o pequeno morro, passando entre a vegetação sem chamar a atenção deles. Como o seu carro poderia denunciar sua presença, ele havia o deixado alguns metros à frente do desvio que leva até a cabana.

Ao correr por um atalho, consegue chegar no carro antes deles passarem por ele. Como Nicole não o conhece, um homem com o seu carro parado num encostamento, trocando um dos pneus, foi o melhor disfarce que Shownu conseguiu pensar.

JungKook segue para fora da cidade e Taehyung em outra moto, leva Nicole em sua garupa. Shownu já sabendo o endereço do Padre Jimin, espera alguns minutos antes de segui-los com uma distância segura para não ser notado por eles.

"Agora que eles me viram, terei que ter mais cuidado. Vão me reconhecer e perceber que estou seguindo os passos deles." Ele pensa consigo ao ligar o motor do veículo.

Uns 30 minutos depois...

Nicole que havia se despedindo de Taehyung ao entrar na rua, sobe as escadas da entrada da grande casa do Padre Jimin.

Depois de tocar a campainha, ela olha na direção de onde Taehyung estava escondido. Ele a observa de longe, e depois de acenar pra Nicole, logo se abaixa entre uns arbustos. O som da porta ao abrir, a faz olhar pra ela.
- Padre Jimin, boa tarde! - Diz ao cumprimentá-lo com um sorriso simpático. Padre Jimin retribui a simpatia ao sorrir de volta.
- Boa tarde Nicole! Vem, entre... Fique à vontade!

Ela entra, o Padre fecha a porta e ao ser conduzida até a sua sala, Nicole o segue, enquanto de forma sútil, observa a decoração acolhedora da casa. Eles se aproximam do sofá, e ele a convida a se sentar movendo um dos seus braços na direção do mesmo.
- Obrigada. - Nicole agradece e se senta no grande sofá, que é muito confortável.
- Quer água ou um suco?
- Não, obrigada.
- Tem certeza?
- Sim, estou bem, Padre.

Ele assente com a cabeça, se aproxima e senta ao seu lado, deixando uma distância de quase um metro entre eles.
- Aqui em casa podemos conversar melhor sobre a sua irmã, as alunas ainda estão abaladas com o que aconteceu com a Candence.
- Imagino que sim, e se nenhuma delas quiserem conversar comigo, será compreensível.
- Conversei com as mais próximas de sua irmã, acredito que vão aceitar conversar com você.
- Mesmo? Que bom... É muito importante pra mim.
- Eu disse isso à elas, e entenderam. Só tenha paciência e sensibilidade para conduzir a conversa que tiverem. Elas têm tudo muitos problemas emocionais para lidar com tudo. Infelizmente, suicídios no colégio estão se tornando comuns.
- Comuns?
- Sei que pode não ser a melhor forma para descrever tantas tragédias, mas é a que as definem bem. Não sei se você tem conhecimento de que nos últimos dois anos já perdemos treze alunas desta forma.
- Não, eu não sabia. - Nicole finge espanto.
- Todas estas perdas têm afetado todos nós. Alunos, professores ou até mesmo os habitantes deste lugar.
- Eu imagino, chega ser no mínimo muito estranho, bizarro até!
- Concordo, e tenho me questionado todos os dias, ao ponto de quase duvidar da minha vocação. - Ele diz em lamento e continua. - Não sei se estou mesmo ajudando estes jovens, mesmo com a minha posição diante de Deus e da igreja. E nem através da psicologia parece que eu estou cooperando para a cura desses corações doentes! Nas minhas orações, continuamente tenho perguntado a Deus se estou fazendo algo de errado ou apenas o colégio tem atraído estes jovens depressivos como um ímã por algum propósito. - Padre Jimin respira fundo e encara Nicole. - Mas se há propósito, só pode ser para salvar estas vidas, certo?
- Creio que sim.
- Eu também, mas por que estamos perdendo tantas vidas?

Vocação ao Pecado (Lótus) - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora