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A adrenalina ainda pulsava em minhas veias quando percebi a confusão que eu mesmo tinha criado. Selene, com lágrimas nos olhos, gritava para Gael intervir enquanto eu desferia socos impulsivos em Marco. O caos se instalava ao meu redor, a música de fundo misturando-se aos murmúrios e exclamações da multidão.

— Gael, pelo amor de Deus, faz alguma coisa! — ela implorava, sua voz misturando-se ao tumulto.

Gael tentava se aproximar para conter a briga, mas a segurança agiu rapidamente, afastando-nos. O último soco foi um estampido na minha consciência, um aviso tardio de que eu tinha ido longe demais.

Selene se lançou entre nós, gritando para que parássemos. Seu rosto refletia choque, tristeza e desaprovação. Marco, segurando o rosto machucado, afastou-se, lançando-me um olhar desafiador.

— Parem! Parem agora! — gritava Selene, desesperada.

Empurrei o último golpe para longe, mas a tensão ainda estava no ar. Olhei ao redor, vendo os olhares de desaprovação e choque. Selene se afastou para verificar o estado de Marco, e a solidão se instalou à minha volta.

A vergonha e o remorso começavam a tomar conta de mim. Eu, que deveria ser o apoio dela, acabei sendo o motivo da vergonha. O que era para ser uma noite de celebração tinha se transformado em um campo de batalha emocional. O peso do que eu tinha feito começava a se tornar insuportável.

— Gregory, o que você fez? — ela murmurou, sua voz carregada de decepção.

— Eu... Eu perdi o controle. Não era para ter chegado a isso. — Minha voz soou fraca, incapaz de transmitir toda a vergonha e arrependimento que sentia.

Selene não respondeu de imediato. Sua expressão endureceu, e, de repente, ela se afastou, seguindo em direção a Marco, que ainda estava lá, sangrando e com uma expressão de choque.

— Gregory, você ultrapassou todos os limites! — ela brigou comigo, lançando as palavras como flechas afiadas. — Você não pode simplesmente bater nas pessoas, qual é a porra do seu problema?

— ELE ESTAVA TE BEIJANDO PORRA! — Gritei perdendo o controle.

— E QUE MERDA VOCÊ TEM COM ISSO? EU NÃO SOU SUA MULHER.

As palavras de Selene atingiram-me como um soco, mas era um soco merecido. Minhas ações impulsivas tinham me colocado em uma posição impossível de defender. O olhar de desaprovação dela, misturado com a raiva, cortava mais profundamente do que qualquer soco que eu tivesse desferido.

Tentei segui-la, mas seus olhos faiscavam de raiva, e ela se voltou para Marco, preocupada com seu estado. O ambiente da festa agora estava impregnado com a tensão do que acabara de acontecer. O arrependimento e a vergonha se misturavam, formando uma tempestade emocional dentro de mim.

Tentei segui-la, mas seus olhos faiscavam de raiva, e ela se voltou para Marco, preocupada com seu estado. O ambiente da festa agora estava impregnado com a tensão do que acabara de acontecer. O arrependimento e a vergonha se misturavam, formando uma tempestade emocional dentro de mim.

Então, Gael se aproximou, seus olhos expressando uma mistura de preocupação e reprovação.

— Cara, o que diabos você fez? — ele perguntou, claramente irritado.

— Eu perdi a cabeça, Gael. Eu vi... Eu vi aquele porra beijando a Selene, e simplesmente não consegui me controlar.

Gael balançou a cabeça, frustrado.

— Você acha que essa é uma desculpa? Você arruinou a noite dela. Aliás, arruinou a noite de todo mundo aqui. Por que não pensou nas consequências antes de agir?

Ebony se juntou a nós, lançando-me um olhar de desaprovação.

— Gregory, isso foi inaceitável. Vamos embora, antes que isso piore ainda mais.

O peso da vergonha e do arrependimento aumentou à medida que Gael e Ebony me conduziram para fora do local. A festa continuava ao nosso redor, mas eu me sentia derrotado e envergonhado. Selene estava fora do meu alcance, e a noite que deveria ser de celebração transformou-se em um desastre devido às minhas ações impulsivas e possessivas.

Dentro do carro, o silêncio pesado era palpável. Ebony, porém, não estava disposta a deixar minha atitude passar sem uma boa dose de repreensão. Seus olhos faiscavam de indignação enquanto eu encarava o vazio.

— Gregory, você está absolutamente louco? O que deu em você para sair socando as pessoas dessa maneira? — Ebony soltou um suspiro frustrado e, em seguida, lançou um olhar afiado na minha direção. — Eu sabia que você tinha ciúmes da Selene, mas agir como um gorila possessivo? Sério?

Tentei articular uma resposta, mas ela não me deu espaço.

— E que porra de desculpa é essa de que ele estava beijando ela? Você perdeu o senso de realidade? Selene não é sua propriedade, Gregory! Pare de agir como se tivesse algum direito sobre ela.

Ebony cruzou os braços, claramente irritada, mas uma risada sarcástica escapou de seus lábios.

— E o que você acha que vai acontecer agora? A Selene está lá, cuidando do Marco, enquanto você está aqui sendo escoltado por mim e Gael. Parabéns, você realmente conseguiu estragar tudo.

Enquanto ela continuava sua reprimenda, não pude evitar sentir um misto de vergonha e arrependimento. Ebony não tinha filtro em suas palavras, mas havia uma verdade indiscutível em suas críticas.

— Gregory, você precisa repensar seriamente suas atitudes. E pode ter certeza de que a Selene não vai deixar isso passar barato. Prepare-se para enfrentar as consequências do seu próprio desastre.

Ebony e Gael permaneceram em um silêncio pesado durante o resto do trajeto até minha casa. O clima no carro era denso, e eu me sentia afundar cada vez mais em um abismo de arrependimento. Ao chegarmos, Ebony parou o carro bruscamente, lançando-me um último olhar de desaprovação.

— Pode ir entrando, Gregory. Acho que já disse o suficiente por hoje. — Ela soltou um suspiro, visivelmente exausta.

Ao entrar em casa, o vazio parecia ainda mais opressor. A atmosfera de celebração que deveria ter preenchido o local agora dava lugar a um amargo gosto de fracasso. Sentei-me no sofá, perdido em meus próprios pensamentos sombrios.

Puxei o celular do bolso, encontrando várias mensagens não lidas da minha mãe. Ao abrir, percebi que ela já tinha conhecimento do incidente, e suas palavras eram uma mistura de preocupação e decepção.

As notícias da briga já estavam se espalhando como fogo em palha seca. Redes sociais fervilhavam com comentários sobre o ocorrido na festa de premiação. O constrangimento aumentava à medida que eu percebia a magnitude do estrago que tinha feito na minha própria reputação.

Com um suspiro pesado, senti-me afundar ainda mais na escuridão da vergonha e da solidão. A noite que deveria ser de celebração havia se transformado em um pesadelo, e eu estava sozinho com as consequências do meu próprio desastre.

Desesperado por uma chance de explicar, peguei o telefone e disquei o número de Selene. O aperto no peito só aumentava à medida que o telefone chamava e, para minha agonia, ela não atendia. A sensação de solidão e arrependimento crescia com cada toque não respondido.

Finalmente, a chamada foi encaminhada para a caixa postal, e eu respirei fundo antes de deixar uma mensagem de voz.

— Selene, por favor, me escuta. Eu sei que errei de uma maneira inaceitável. Não há desculpas para o que aconteceu. Eu perdi o controle, e agora estou enfrentando as consequências desse terrível erro. Sinto muito por ter estragado uma noite que deveria ter sido de celebração para você. Eu só queria... queria pedir desculpas. Se houver alguma chance de consertar isso, por favor, me dê a oportunidade de explicar. — A voz embargada transmitia a sinceridade do meu remorso.

Desliguei o telefone, sentindo-me impotente diante da incerteza do que o futuro reservava. O silêncio da casa ecoava minha solidão, enquanto eu aguardava, temendo que cada segundo que passava pudesse ser a confirmação de que eu havia perdido não apenas uma noite, mas algo muito mais precioso.

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Minha Rainha (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora