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— 05/04/2024 — Gregory

Os dias após o incidente na festa de premiação foram como uma longa e tortuosa jornada pela minha própria consciência. A casa, que costumava ser meu refúgio, agora parecia um labirinto de dúvidas e arrependimentos. Perdi nas noites insones, perdido em pensamentos, cada batida do relógio uma cruel contagem regressiva para o que eu temia ser a inevitável perda de Selene.

Eu estava ciente de que minha impulsividade havia lançado uma sombra sobre a frágil conexão que compartilhávamos. Aquele momento de cegueira e violência ameaçava corroer tudo o que tínhamos construído juntos. Eu precisava agir antes que fosse tarde demais.

Determinado a consertar as coisas, eu sabia que não poderia simplesmente desculpar-me e esperar que as feridas se curassem. Era necessário ir além das desculpas superficiais e confrontar meus próprios demônios, mergulhar na raiz do problema. A possessividade que aflorou naquela noite era um sintoma de algo mais profundo, algo que eu precisava encarar de frente.

Então, sentado na sala vazia, eu traçava planos para reconquistar Selene. Cada palavra que planejava dizer era polida e sincera, cada gesto cuidadosamente escolhido para mostrar o quanto eu valorizava o que tínhamos. Eu precisava revelar minhas vulnerabilidades, abrir meu coração de uma maneira que nunca havia feito antes.

A decisão estava tomada. Eu não iria deixar que um momento de insanidade destruísse o que construímos ao longo dos anos. Não importava quão difícil fosse encarar as consequências do que fiz, a verdadeira batalha estava em confrontar os demônios internos que alimentavam minha possessividade. E eu estava disposto a lutar por Selene, mesmo que isso significasse enfrentar o pior inimigo: eu mesmo.

Peguei meu celular e, com as mãos trêmulas, disquei o número de Ebony. O som da chamada ecoou pela sala vazia, e meu coração pulsava forte, como se cada toque fosse um lembrete implacável do que eu precisava fazer.

Ebony atendeu após alguns toques, e sua voz, sempre cheia de vigor, soou do outro lado da linha.

— Gregory, você finalmente se tocou? Achei que você tinha se mudado para uma caverna ou algo do tipo.

Engoli em seco, preparando-me para as palavras que estavam prestes a escapar dos meus lábios.

— Ebony, preciso conversar com Selene. Não posso continuar escondendo o que realmente sinto. Estou apaixonado por ela, e ela precisa saber.

Um breve silêncio se seguiu, antes de Ebony soltar uma risada sarcástica.

— Ah, então você finalmente decidiu sair da toca e confessar seus sentimentos? Estou ouvindo com atenção, Gregory.

Expliquei meus planos, como pretendia enfrentar Selene com a verdade. Ebony, apesar de seu tom sarcástico, mostrou-se surpreendentemente solidária.

— Bem, Gregory, isso é uma surpresa. Estou ansiosa para ouvir mais sobre como você planeja se declarar para a Selene. — Ebony respondeu, sua voz carregada de curiosidade.

Respirei fundo, tentando organizar meus pensamentos enquanto compartilhava os detalhes do que eu tinha em mente. Expliquei como planejava organizar um encontro romântico, um gesto para mostrar a Selene o quanto ela significava para mim. Ebony, surpreendentemente, demonstrou entusiasmo.

— Olha só, o durão Gregory se tornando um romântico incurável. Estou gostando disso. E o que mais você tem em mente?

Conversei com Ebony sobre os pequenos detalhes, desde a escolha do local até o que eu pretendia dizer a Selene. Ela ofereceu algumas sugestões sarcásticas, mas, no fundo, seu apoio estava lá, mesmo que embrulhado em seu jeito peculiar de demonstrar.

Minha Rainha (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora