Cap 12- Os irmãos de chapéu de palha. Part 4.

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Enquanto isso, Nami ainda tentava abrir o cadeado da gaiola e Zoro ainda tentava se soltar.

Haru desistiu de tentar se livrar do kairoseki, ela estava fraca demais para isso, se concentrou em tentar ouvir o que acontecia lá fora.

— Tenho quase certeza que aquele maldito palhaço pegou o chapéu do Luffy — comenta Haru e abaixa a cabeça.
— Hun... minha cabeça dói.

Haru, de vez em quando, soltava uns gemidinhos de dor e cansaço, e, em quase todos, recebia um olhar de Zoro e alguns de Nami. Nami olha pra Zoro que murmurava alguns xingamentos enquanto tentava se soltar.

— O que foi? — pergunta Zoro após um longo suspiro.

— Essa é minha vida agora — responde Nami, também suspirando.

— Quer trocar de lugar? — retruca Zoro.

— Vocês podem parar de brigar? — diz Haru com a voz cansada. Eles escutam um barulho.

— Tem alguém vindo — diz Zoro e Nami olha pra ele e depois pra Haru.

— Preciso de mais tempo. Distrai eles falando — ordena Nami.

— Eu não falo, só bato neles — responde Zoro.

Haru até abriu a boca para dizer que poderia distraí-los, mas desistiu logo em seguida pela onda de cansaço que a invadira seu corpo do nada. Levantou lentamente a cabeça para olhar quem vinha.

Um homem entra na sala pedalando um monociclo, ele para de costas para Haru olhando para Zoro. Ele se aproxima do mesmo e diz:
— Você lembra de mim?

— Não — responde vago. — Deve ser algum outro palhaço homicida andando de monociclo.

Cabaji fez uma careta. Ele se aproximou e deu um soco no estômago de Zoro que fechou os olhos com força mas continuou com sua postura e expressão séria.

— É, eu tenho pensado em você há muitos anos — diz Cabaji encarando Zoro. — Em como matou o meu irmão — Zoro o encara de volta.

— Eu matei vários piratas — sussurra intimidante.

— Meu nome é Cabaji, e alguns anos atrás você nos caçou pelo Reino de Goa — ele diz e puxa adagas da cintura. — Você nos seguiu durante semanas por terras pantanosas, dia e noite, sem cansar.

Zoro olha pra Haru de relance e Cabaji se vira indo até ela. Zoro sem pensar duas vezes fala algo pra que Cabaji não se aproximasse dela:
— Ainda não me lembro de nada.

Cabaji se vira rapidamente e joga uma das adagas em direção ao mesmo. Ele move a cabeça um pouco pro lado e a adaga acerta a roda que ele estava preso.

— Você cortou a cabeça dele e enfiou em um saco, tudo por alguns berries — diz Cabaji com raiva na voz.

Haru tinha a respiração ainda mais pesada, e agradecia mentalmente por Cabaji estar na sua frente e ela não ter visto a adaga indo em direção a Zoro.

Ela olhou de canto pra Nami que ainda tentava abrir o cadeado, agora com um pouco mais de dificuldade por estar de costas tentando abrir disfarçadamente ele atrás de seu corpo.

Ela volta o olhar pra Zoro quando ele começa a falar:
— Hun... — suspira. — Tá bom, isso parece uma coisa que eu faria — Cabaji se aproximou novamente.

— Vamos ver se salva a sua cabeça — ele diz e vai para a lateral da roda.

Cabaji começa a girar a roda que Zoro estava preso e Haru engoliu em seco assim que Zoro deu a primeira volta de cabeça pra baixo. Ela tinha as sobrancelhas juntas vendo Zoro girar em sua frente. E assim que Cabaji se afastou e começou a lançar várias adagas na direção do mesmo, ela, mesmo com muita dor, voltou tentar se soltar das algemas o mais rápido possível.

Shells Town, 153rd Marine Branch
 

Koby acabara de entrar na sala de Morgan onde estava Garp e Bogard.

— Entre, cadete. Tome assento — diz Bogard formalmente.

— Sim, senhor — ele se aproxima e se senta, abaixando o olhar e mexendo em seu uniforme envergonhado.

— Tem algo errado com o uniforme, filho? — pergunta Garp.

— Não. Não, senhor — responde rapidamente. — É só um pouco grande.

— Tem certeza que é só isso, cadete? — questiona Garp. — O símbolo da Marinha... não é pra qualquer um.

— É só o meu primeiro dia, senhor — responde Koby com a voz meio baixa.

— Não é disso que estou falando — diz Garp após dar uma risadinha. — Sabemos que não pertence a esse lugar.

— Mas ser da Marinha é o que eu sempre quis... — murmura Koby.

— Eu quero acreditar em você, mas sua história não bate.

— Senhor... — Koby tinha as sobrancelhas juntas e uma cara de choro.

Garp se levantou e parou na ponta da mesa de frente pra Koby.

— Há quanto tempo trabalha com os piratas que atacaram esta base?

— O que?! Não, senhor, nunca trabalhei! — ele balançava a cabeça rapidamente em negação enquanto falava.

— Você foi visto com alguns deles em uma taverna local — foi a vez de Bogard falar.

— Diga a verdade, cadete. Ou vamos pendurá-lo numa daquelas cruzes que ficam lá no pátio.

Koby engoliu em seco algumas vezes antes de responder:
— Eu fui mantido em cativeiro por uma pirata chamada Alvida. Eu era prisioneiro dela. Foi horrível — Koby abaixa o olhar e sente uma lágrima escorrer por sua bochecha. — Então eles me salvaram.

— Eles quem?

— Luffy — ele funga, se segurando pra não chorar mais — e Haru. 

— Os piratas de chapéu de palha? Você disse que os nomes deles são... Luffy e Haru?

— Sim, senhor — a voz de Koby era falha naquele momento, e saíra mais como um sussurro.

— Qual é a sua participação nisso? — Garp perguntou enquanto rodeava o garoto.
— Por que finge ser um marinheiro?

— Eu não tô fingindo. Ser marinheiro é meu sonho, senhor. A Marinha torna o mundo um lugar melhor. Protege as pessoas — Koby apertou suas mãos contra seu colo e suspirou. — Foi o que eu disse pra Haru e pro Luffy. Então, eles me libertaram.

— Eles sabem? E por que não contou a ninguém sobre isso? — questiona.

— Fiquei com medo de não me deixarem me alistar. Aí o meu sonho teria acabado — ele abaixa o olhar novamente.

Garp empurra uma cadeira pra perto de Koby e se senta:
— Dizer a verdade é um valor fundamental dos marinheiros. Não é, Bogard?

— Sim, senhor. Algo que parece estar faltando nesta base em particular.

— Uma última pergunta. Esses... piratas de chapéus de palha. Você deve lealdade a eles?

Koby pensou por alguns segundos se deveria responder, sua respiração era tensa e falha, seu coração nunca batera tão rápido como agora. Ele ficou alguns segundos em silêncio e depois respondeu:
— Eles são piratas, senhor. E piratas devem enfrentar a justiça.

— Ótimo — Garp da um tiquinho no ombro dele. — Vamos encontrá-los juntos.




E aí, piratas? O que acharam?
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Muito obrigada por ler.
Tchau, piratas. ✨💕
1112 palavras.

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