Capítulo Um:
——— POLIGNAC ————
10 DIAS DEPOIS, todos estavam em Paris.
Foram divididos, quatro quartos para todo o grupo: um para Berlim, um para Damián, outro para as meninas — eu, Keila e Cameron — e por último o quarto dos meninos — Bruce e Roi.
Cameron era uma nova integrante do grupo que nos foi apresentada quando chegamos ao hotel por Berlim. Ela era... a adrenalina do grupo.
— Temos mesmo que nos vestir no como se fossemos à um casamento? — Keila questionou.
— Keila. — Berlim disse, saindo do telescópio apontado para a casa de Polignac. — Ladrões tendem a se vestirem como ladrões, assim como quem veste moletom para viajar. — Ele explicou. — Mas, sim, se vamos abrir uma fechadura no bairro nobre de Paris, temos que ir de gala.
Eu estava no sofá, trajando um vestido longo verde vivo, que contrastava com meus cabelos ruivos. Cameron disse que era lei ruivas usarem verde. Me levantei ao calçar os saltos.
— Tudo bem? — Berlim perguntou, pendurando minha bolsa no dedo indicador.
— Mais que bem. — Eu sorri, pegando a bolsa e jogando-a por cima do ombro.
Meus olhos pararam em Cameron, que calçava os sapatos, mas olhava para um ponto fixo. Seguindo a linha imaginaria, acabava bem no reflexo de Roi no espelho, que também a encarava. Apontei com o queixo para ambos, fazendo Berlim olhá-los também.
Roi saiu do reflexo, sumindo atrás da parede ao mesmo tempo que Damián trazia uma caixa de presente.
— E com esse bolo, quem desconfiaria que são ladrões? — O mais velho sorriu.
Quando olhei novamente, Berlim tinha ido até Roi.
———
EU E KEILA estávamos na entrada do prédio, apenas esperando Roi e Camern fazerem seu showzinho e abrirem a porta do prédio de Polignac.
Tirei uma foto enquanto Cameron apertava a bunda de Roi.
— Hilário. — Eu ri, mostrando a foto para Keila antes de mandar para todos.
Quando Cameron fez o sinal, eu e Keila começamos a andar pela rua. A loira carregava uma caixa rosa com uma fita decorativa, como uma caixa de bolo. Mas ali havia vários equipamentos para aquela parte do plano.
— Ei, espera a gente! — Keila exclamou, atuando como uma amiga enquanto Roi abria a porta.
Todos entramos, cumprimentando uma mulher dentro do prédio antes de subir o elevador.
— Laurie e Roi, subam pelas escadas. O maldito elevador aguenta apenas duas pessoas. — A voz de Berlim soou nos comunicadores.
E então, começamos a subir. Não contei quantos giros de escada passamos. Mas quando chegamos no andar, eu respirava pesadamente. O sedentarismo é uma doença.
— Me ajuda com as fechaduras? São três. — Roi perguntou, dividindo seus pequenos equipamentos de destrancar portas comigo.
E então, fomos a ação. Me ajoelhei, começando com a última fechadura de baixo, Roi com a de cima. Cameron e Keila localizavam o painel do alarme da casa de Polignac, tendo que perfurar uma parede.
— Uma. — Roi avisou, abaixando-se minimamente. — Com licença. — Ele sussurrou, abaixando-se um pouco mais, tive de me encolher para que ele alcançasse a segundo fechadura.
Para uma amadora, consegui destrancar bem rápido, um pouco depois de Roi. Deslizei para sair de debaixo dele antes de me levantar, ajeitando o vestido.
— Tem um vizinho entrando.
A voz de Dámian soou dessa vez, ao mesmo tempo que o elevador começou a descer.
Peguei a caixa de presente que Keila havia deixado no chão, observando-a cortar um fio e em seguida Cameron tampar o buraco. Olhei em volta, nenhum rastro de que passamos ali.
Entramos na casa de Polignac, abri a caixa sobre uma mesa, revelando os equipamentos dentro: luzes com câmeras escondidas, câmeras minúsculas e etc.
Deixei meus saltos na entrada, como as meninas. Keila desligou o alarme e estava tudo pronto. Nos dividimos com as câmeras, instalando-as em locais estratégicos.
Perfurei a base do espelho da penteadeira, inserindo a pequena câmera. Parecia o trabalho de um louco, bem, talvez Berlim fosse.
— Estão me vendo? — Perguntei ao posicionar a câmera.
— Ao vivo e à cores, Greene. — Ouvi Berlim dizer através do comunicador e assenti, seguindo para outra câmera.
— Roi, você pode... — Eu gesticulei para o moreno.
Em segundos ele estava me levantando para que eu alcançasse a lâmpada no meio da sala. Tirei a velha do soquete antes de inserir a nova, que havia uma câmera embutida.
— Pronto, obrigada.
Eu poderia ter pego o banco de descanso na frente do sofá para fazer isso? Poderia. Mas Roi é bom demais para ser desperdiçado.
Enquanto eu pegava mais algumas câmeras na caixa, um latido ecoou atrás de mim. O cachorro de Polignac estava ali, balançando o rabo e ofegante após jogarmos a bolinha para ele tantas vezes.
Peguei a bolinha azul, jogando na direção do quarto, o cachorro saiu em disparada.
Em alguns minutos, as câmeras acabaram.
— Todas as 12 câmeras foram instaladas, todo mundo 'pra fora. — Dámian disse pelo fone.
Antes que pudéssemos cogitar a ideia de sair, chaves tilintaram do lado de fora. A primeira fechadura senso destravada.
— Fodeu, alguém chegou. — Roi sussurrou — Se escondam!
Foi assim que fiquei 3 minutos hiperventilando ao lado de Keila dentro do armário ao lado da porta. O homem que chegou parou em frente ao armário com a porta aberta por tempo demais para ser confortável.
Keila prendia a respiração enquanto ele pegava apenas uma coleira na porta.
Eu voltava a respirar quando ele fechou a porta.
Keila precisava de ar imediatamente quando ouviu a porta de fora se fechar.