CAPÍTULO OITO
—— PENSAMENTOS ————
ACORDEI NO PULO após outro trovão estrondar. Olhei em volta na barraca, esfregando os olhos ao lembrar que Bruce insistiu em dormir lá fora.
E o céu parecia estar caindo.
— Bruce? 'Tá chovendo 'pra caralho! — Gritei de dentro da barraca, acendendo minha lanterna, meus olhos cansados lacrimejaram com a luz forte.
— O que? Que nada! Eu 'tô ótimo aqui fora, não se preocupa! — Ele gritou de volta.
Suspirei antes de descer o zíper da barraca, colocando minha cabeça para fora. Bruce estava deitado em seu saco de dormir, no chão, na chuva.
— Puta merda, Bruce. A gente é muito idiota. Entra logo. — Falei alto o suficiente para que ele escutasse acima do som das gotas pesadas de chuva.
— Não precisa. Eu 'tô bem.
— Bruce, você 'tá ensopado. Se você morrer por uma chuvinha, Berlim me mata.
Bruce suspirou, saindo de seu saco de dormir e rastejando até a barraca. Quando entrou, fechei o zíper novamente.
Quando me virei, ele estava sem camisa, se enxugando com a própria blusa, os músculos das costas tensos.
Me forcei a desviar o olhar.
— Você 'tava chorando? — Ele questionou ao ver meus olhos cheios de lágrimas ácidas pela luz da lanterna. Ele as enxugou com o polegar.
Nos deitamos em silêncio. De costas para o outro. Mas apenas adormeci quando Bruce me apertou como um ursinho de pelúcia.
———
ACORDEI NOVAMENTE, porém agora por questões de bexiga cheia. Vesti meu casaco e peguei minha lanterna, Bruce se moveu quando saí de seus braços.
— Onde é que você vai? — Ele perguntou, a voz rouca de sono.
— Vou fazer xixi. — Eu disse quase em um murmúrio.
— Cuidado. — Foi a última coisa que o ouvi dizer antes de sair da barraca.
Alonguei as pernas e estalei às costas, revigorada ao sentir um estalo alto em minha coluna. Andei até um ponto próximo, saindo do possível visão de Bruce e me agachado entre os arbustos.