Capítulo Sete:
-- SILÊNCIO ----
A ESTRADA ESTAVA ESCURA e silenciosa. Apenas o som do deslizar dos pneus na pista molhada e dos meus próprios pensamentos eram audíveis.
Meu coração acabava de se acalmar. Apos quase matarmos o segurança da loja de aluguel de carros, tive que bancar a assaltante.
Estava apavorada. Roubar 44 milhões de euros e ser presa por "assaltar" uma loja de aluguel de carros esquecida por Deus?
— Pode me explicar por quê rouba 645 euros? — Bruce questionou, contando as notas.
— Para pensarem que era um assalto e irem para o chão. — Sorri torto. — E para apagarmos seu registro, né? Foi 'pra isso que a gente veio.
Bruce suspirou.
— Por um segundo, me vi passando 20 anos na cadeia. E ainda vinha Berlim na visita íntima com uma garrafa de champa. — Bruce contou.
Nos entreolhamos antes de soltar risadas.
— Você foi incrível, ruivinha. Me salvou, viu? - Bruce se inclinou, deixando os lábios encostarem na minha bochecha por um momento.
Minha pele esfriou quando ele se afastou, apertei o volante, tentando conter um sorriso.
— Eu que pensei que você só sabia ter essa carinha de esnobe, mas quando te vi ali em cima... porra, do mesmo jeito que você desativa um alarme você segura uma pistola, é incrível. — Bruce dizia com o maior dos sorrisos. — E ainda leva 600 euros de gorjeta. Você é muito foda.
Senti minhas bochechas esquentarem, minhas sardas vazando vermelhidão.
— Deve ser a segunda vez que fala que eu sou foda, na próxima eu começo a acreditar. — Eu disse, meus olhos saindo da estrada para Bruce antes de voltarem.
— Pode acreditar. 'Tô te conhecendo melhor. E se eu digo é porquê tenho uma opinião mais formada. — Bruce voltou a sorrir, deixando um selinho de leve em minha boca. — E do que eu pensava antes.
Franzi o cenho.
— O que você pensava antes?
— Você sabe. Homens, quando conhecem uma mulher, tendem a imaginar coisas que não devem. - Ele explicou.
Soltei um "hm", recostando no banco.
— A cor da roupa de baixo, se é depilada ou não.