Capítulo Três:
--- O COFRE ----
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——— LOOPING DO COFRE ATIVADO. — A voz de Keila zumbiu nos comunicadores.
Após um dia inteiro de escavações até a antessala do cofre da casa de leilões, estávamos lá, observando o grande bloco de aço subir como a porta de uma garagem.
Respirei fundo dentro daquele traje que usávamos para não deixarmos pistas de nossa visita - também usado por outros usuários das catacumbas na sala limpinha.
Cada respiração parecia muito mais alta dentro daquele capacete. Talvez fosse exagero ou nervosismo. Não sentia o ar chegar aos meus pulmões.
— Laurie. — Ouvi Bruce dizer ao meu lado.
Olhei para baixo, observando a abertura que foi feita após o concreto ser levantado. Cameron, Damián e Roi já haviam entrado.
Acho que eu estava em transe.
Olhei para Bruce, que também vestia o traje antes de me abaixar e rolar para dentro do cofre. Uau.
Haviam inúmeros pequenos armários que já guardavam joias de diversas cidades, além de alguns altares com outras joias.
Olhei em volta antes de dois braços me agarrarem. Já sabia quem seria, então...
Ah, é Cameron.
A morena sorria largamente dentro do traje, soltando beijos de dentro do capacete.
Olhei para o outro lado, Bruce acabava de entrar pela abertura da parede.
— A gente 'tá dentro do cofre, caralho. — Roi dizia, sua voz no mínimo entusiasmada.
E então começou, uma onda de abraços. Cameron fingiu chorar com o capacete em meu ombro enquanto proferia todos os palavrões existentes.
Senti meu coração inchar de orgulho. Talvez fosse um sério problema de saúde e eu morreria amanhã. Mas hoje estou interpretando como uma emoção muito grande.
— A gente conseguiu, ruivinha. — Bruce me segurou pelos ombros, sorrindo como uma criança. Retribuí o sorriso.
— E ninguém morreu ainda, uau. - Eu disse, pela primeira vez.
— Quer calar essa boca? - Roi reclamou, soltei uma risada.
Bruce sorriu de lado, um sorriso que não era um sorriso do tipo uau, estou feliz. Era de desentendimento. Quase exasperado. Ele olhou para Roi, depois para mim.