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12:01 PM || 29/06/2023 || Sábado


GABRIELLA MARTÍNEZ


Porra. Milhares de restaurantes em Los Angeles e Mason vem almoçar no mesmo que eu. 

Estou com sorte hoje, pelo visto. 

Fiquei extremamente feliz por meu pai não ter visto Mason ali. Ele iria começar a fazer perguntas idiotas e tentar falar com ele. 

Não, não, não. Melhor não. 

Deixo meu pai me guiar até uma mesa, que... tinha um homem ali. 

O que estava acontecendo? 

Meu pai me convida para sentar no banco da frente que estava aquele homem, enquanto o cumprimenta e se senta ao seu lado. 

- Gente... sem querer ser chata mas... o que tá rolando? - Pergunto, cruzando os braços. 

Meu pai suspira, e agarra a mão daquele moço. 

- Filha... olha... eu quero muito que você tenha calma e me entenda, ok? - Meu pai pergunta, o que me deixa mais confusa ainda. - Você é a pessoa que eu mais amo no mundo e quero que você, mais do que ninguém, esteja feliz por eu estar feliz em falar isso para você. 

O homem ao lado do meu pai tinha uma expressão calma e compreensiva. Por mais que parecia estar nervoso por dentro. 

- Este aqui é Erick, meu namorado. - Meu pai fala, parecendo apreensivo ao me contar. 

Eu ainda olho para os dois, vendo o quanto eles combinavam, antes de abrir um sorriso acolhedor. 

- Vocês são lindos, papito. Fico feliz que você tenha me contado. - Sorrio, pegando a mão dos dois, que ainda estavam entrelaçadas. - Erick, muito prazer. 

A pele escura do homem larga a mão do meu pai, segurando a minha com um sorriso enorme. 

- Muito obrigada por nos compreender, Gabriella. - Ele fala. - Seu pai fala muito de você. 

- Pode me chamar de Gabi. - Sorrio, dando uma apertadinha na mão do meu padrasto. 

Meus pais haviam se separado há alguns anos. 

Eu sempre escolhi morar com o meu pai. Por uma questão de afinidade e contato. 

Na verdade, minha mãe nunca deu muito importância para mim. Eu e ela nunca tivemos aquele apego que, normalmente, mãe e filha tem. Não foi por falta de tentativa. 

Mas, um fatídico dia, meu pai decidiu se mudar para os Estados Unidos por trabalho, e eu, obviamente, escolhi ir com ele. 

Ser filha de um médico cardiologista que trabalha em hospital particular, pode ser um privilégio. 

Ele cortou o contato com a minha mãe, e eu também, por escolha própria. 

Eu, sinceramente, queria sentir como é ter uma mãe presente. 

Mas, nunca fui ingrata por ter o meu pai comigo. Ele é tudo para mim. Ele merece demais ser feliz. 

Meu pai sempre lutou para que eu fosse feliz. Nada mais justo do que deixar ele ser feliz ao lado de uma pessoa que ele combina tanto. 

E, se ele estava feliz, eu estava mais ainda. 

- Mas... me contem. Como vocês se conheceram? - Faço a clássica pergunta, já até melhorando o meu humor. 

- A gente fez um plantão no mesmo dia uma vez... - Meu pai fala. 

- Eu sou enfermeiro faz alguns anos. - O namorado do meu pai fala. - Aí... eu esbarrei com Rafael uma vez, a gente conversou no horário de almoço e trocamos telefones. 

- Que legal! Por curiosidade, quantos anos você tem?  - Pergunto. 

- 39. - O homem ao lado do meu pai fala. 

Meu pai me teve com 21 anos. Sim, jovem. Mas, aquele homem não aparentava ter quase 40 anos. Muito menos meu pai. 

- Interessante... isso pode soar ofensivo mas, não parece. - Afirmo, já "pegando intimidade".

- Ofensivo? É muito legal ouvir isso. - Ele ri. 

- Faz quanto tempo que vocês estão juntos? - Pergunto. 

- Ah... deve fazer uns... 4 meses? - Erick pergunta, e meu pai assente. - Mas, a gente começou a NAMORAR mesmo, semana passada. 

- Que incrível! Fico muito feliz por vocês. - Sorrio, enquanto meu pai continuava com aquele sorriso lindo dele no rosto. - Você é daqui mesmo? 

- Sou do Canadá. Mas, seu pai está tentando me ensinar espanhol. - Logo que ele fala, envergonhado, meu pai solta uma risada sincera. 

- Tenta falar alguma coisa para ela! - Meu pai insiste. 

- Hola, mi nombre es Erick... y amo a mi novio... (Oi, meu nome é Erick... e eu amo meu namorado). - Meu padrasto fala com dificuldade. - Isso significa... Oi, meu nome é Erick e eu amo meu namorado? 

- Certinho! Você vai aprender muito rápido! - Rio, pegando o cardápio. 

(...)

Depois do meu primeiro contato com o meu padrasto, eu entro no carro do meu pai, colocando o cinto. 

- Puta que pariu... nunca fiquei tão nervoso na vida, niña... - Meu pai fala, depois de afivelar o cinto, suspirando. 

- Calma, papito... você sabia que eu ia ser de boa. - Falo, com toda a certeza. 

- Eu sei... mas, mesmo assim, né... - Ele fala. 

- Mas... pai, posso te perguntar uma coisa? - Pergunto. 

- Lógico, mi amor. - Meu pai responde, ligando o carro. 

- Você é gay? É confuso para mim já que você ficou alguns anos com a minha mãe e... - Pergunto nervosa, mas sou interrompida com um sorriso do meu pai.

- Eu sou bissexual, meu amor. - Ele fala, acariciando meu joelho. - Eu gosto de homens e mulheres. Me descobri quando eu tinha a sua idade. 

- Uau... eu não sabia... - Falo, ainda processando. 

- Tá tudo bem, hija. Erro meu, não ter falado antes. - Ele sorri, tirando a mão do meu joelho, acelerando o carro. 

Agora, parece que eu conheço bem melhor o meu pai. O que criou uma quentinho no meu coração. 


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Amor ou Passatempo? || Mason ThamesOnde histórias criam vida. Descubra agora