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Abro os olhos assustada, sentindo meu peito queimar com a falta de ar repentina, o desespero tomando meu corpo aos poucos, as gotículas de suor deixavam meu corpo pegajoso e minha cabeça girava com tamanha brutalidade que usei para levantar em meio ao sonho barulhento que estava tendo a alguns segundos atrás. Apenas sentei na cama fui recompondo aos poucos, respiração mais calma e regulada e um banho, talvez um banho seria bom. Meu corpo se arrepiou completamente, enviando ondas calorosas que se espalharam rapidamente.
Joguei meu corpo para trás caindo na grande cama abaixo de mim, respirei algumas vezes e fechei os olhos tentando me recompor e dormir, o que obviamente não aconteceu. Tudo que eu não queria pensar, era exatamente o que estava no centro de meus pensamentos e isso me fazia ferver em tantos sentimentos que eu não conseguia decifrar todos de uma vez. Me amaldiçoei por pensar tão intensamente nas memórias vividas que aquele sonho me causou, era uma ilusão. Mas, não deixavam de ser extremamente verdadeiras para mim.
É, eu preciso de um banho e uma xícara de chá.
Apenas enrolei mais alguns minutos na cama e finalmente levantei e tomei um banho calmo e bem gelado e quase chorei quando vi que nada disso tiraria essa tensão de mim, esse fogo que me consumia de dentro para fora. Aquele desejo que - literalmente - tem me tirado o sono. Nada poderia tirar isso de mim, apagar essa chama que cresce de forma assustadora em meu corpo.
A não ser ele.
O relógio marcava duas horas em ponto da manhã, o bunker estava calmo e silencioso, isso significa que todos estão dormindo e apenas eu e meu desejo estamos acordados a essas horas da madrugada. Andei em passos leves até a cozinha, tentando não chamar ou alarmar os quatro homens que dividiam a casa comigo, liguei a luz e procurei os ingredientes que geralmente Sam usava para fazer o chá. Uma das milhares de coisas que eu amava no mais novo, ele aprendeu a fazer chás calmantes para minhas crises de insônia. Sorri minimamente com esse pensamento.
Enquanto esperava a água ferver me encostei na mesa e fiquei ali parada, no meio da cozinha tentando organizar meus pensamentos com clareza o que estava sendo impossível, todas as direções de pensamentos mínimos me levavam a Dean Winchester e nossos pequenos momentos na última caçada, aquele ardor em meu corpo, a forma atrativa que nós provocamos, passou de uma simples brincadeira para uma verdade na qual se perdermos, eu já não sabia o que era real ou não naquele jogo. Seu sorriso safado e olhares penetrantes, o que eram aquilo? A proximidade que tivemos, era louco.
Tinha alguma coisa rolando ali, eu sentia que sim, mesmo que fosse só da minha parte. Em uma pequena fração de segundos algo pequeno se tornou grande demais para mim conseguir conter, eu não sabia como lidar com isso, resistir a esse desejo que eu tinha por Dean.
