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Senti minha bochecha formigar quando o tapa foi proferido em meu rosto, minha cabeça virou com a força do impacto e passei a língua pelos lábios sentindo o gosto metálico do sangue em minha boca. Filho da puta. Levantei meu rosto encarando o desgraçado do demônio a minha frente e apenas deixei meu ódio exalar em meu olhar e seu sorriso satisfeito me fez perceber que ele chegou em seu objetivo. Mas, não tão satisfeito, mais dois tapas foram deixados em sequência e por fim ele me olhou e sorriu. Quando meu silêncio continuou sendo sua resposta, ele apenas negou e se afastou de mim me encarando com mais intensidade e me senti ansiosa enquanto meus braços já sem força continuavam amarrados acima da minha cabeça e eu não sabia se aguentava a mais uma de suas sessões de tapas ou então observá-lo torturar Castiel de todas as formas possíveis enquanto eu era obrigado a assistir sem poder fazer nada.
── Você é bem durona para uma mulher, sabia? — Ele falou calmamente e logo pegou a barra de ferro e a pôs no fogo e sorriu ao me olhar. — É excitante! Acho que sei porque o Winchester ama tanto você.
── Meio machista, não?
Ele riu e começou a andar de um lado para o outro enquanto tentava explicar algo que eu não dava a mínima ideia e só pensava em como me soltar e encher sua cara de tiro, minha mente se repetia na imagem perfeita da arma em minhas mãos e eu descarregando todo o oensre em seu rosto adoravelmente diabólico. Eu não conseguia tirar esse olhar do meu rosto mesmo estando esgotada e cansada.
Talvez ele tenha notado o desespero em meu olhar quando vi a barra de ferro e fogo se fundirem. Ele iria apelar para outro nível além dos diversos tapas e socos que recebi ao longo desses dois dias, minhas pernas já não aguentavam mais, estavam cansadas e pesadas, além de dolorosas das diversas pancadas que levei com o taco de baseball. Meu rosto tinha cortes que eu não saberia identificar a profundidade mas não era tão raso já que eu conseguia sentir o sangue escorrendo em diversos pontos. Novamente Clint, como o querido se denominava, me olhou e sorriu com o ferro que saía fumaça indicando sua temperatura alta. Devo admitir que isso me deu um medo surreal quando minha mente me levou em lugares e pensamentos que talvez eu não queria ter nesse exato momento.
── Vou perguntar mais uma vez, onde está seu queridinho Dean Winchester?
── Como eu posso saber? — Rosnei com raiva. — Você me tirou de perto dele antes que eu soubesse para onde ele estava indo.
── Você é atrevida, eu admito, entendo porque o Winchester gosta tanto de você, mas vale a pena morrer por alguém tão medíocre como Dean Winchester?
Senti meu sangue bombear e me remei sentindo as correntes apertarem meus pulsos e tornozelos.
── Vamos lá amor, você só precisa me dizer onde está a faca.
