Capítulo.3

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Katherine Rosye

— Cadê a minha mãe? – Pergunto aos prantos.

Meus olhos estavam vermelhos, meu nariz entupido e meu rosto inchado. Eu estava arrasada.

— Senhorita Rosye, por favor, se acalme. – Dr. Lee diz.

O médico à minha frente tentava me acalmar, mas não adiantava.

— Dr. Lee, eu quero minha mãe. Por favor, me deixe vê-la. – Peço implorando.

— Você sabe o estado dela, não podemos deixar você entrar. – Ele diz negando.

Me ajoelho no chão e uno minhas duas mãos.

Para alguns, isso era humilhação, mas eu não ligava para nada naquele momento. Eu estava completamente desesperada, não podia deixar minha mãe ir sem ao menos vê-la pela última vez.

— Me deixe vê-la, só mais uma vez, por favor. – Peço quase sem voz.

Dr. Lee parece pensar um pouco e logo diz:

— Pode vê-la, mas se lembre que seu estado é crítico. A aparência dela não está como antes, ela está bem diferente. – Ele me avisa.

Me levanto do chão e lhe dou um abraço.

— Obrigada, Dr. Lee. – Me separo do abraço e escuto alguns passos vindo do começo do corredor.

Era a Olivia, ela vinha correndo.

— Recebi suas mensagens. – Ela fala me abraçando. — Eu sinto muito. – Sussurra.

O abraço de Liv era quente e aconchegante. Mas me separo, pois queria entrar no quarto que minha mãe estava.

Minha mãe tinha câncer há mais de quatro anos. Ela nunca tinha ficado nesse estado que está agora.

— Podem entrar. – O médico diz abrindo a porta.

Lá estava ela, minha mãe. Seu semblante era cansado e triste. Nem parecia a pessoa que vivia sorrindo.

Chego perto dela, e ela me olha, seu olhar era pesado.

— Vou deixá-las a sós. – O médico fala, deixando eu, Liv e minha mãe sozinhas no quarto.

— Mamãe. – Falo com a voz embargada.

— Oi, meu anjinho. – Ela fala com dificuldade.

A voz dela estava falha, e sua respiração pesada.

Era impossível conter as lágrimas; eu chorava sem parar.

— Mãe, por favor, aguenta firme. – Falo, acariciando sua mão.

Meu coração doía, eu não aguentava vê-la nesse estado.

— Quero te dar uma coisa. – Ela fala se esforçando para que eu a ouvisse.

— O que? – Pergunto.

— Abra a primeira gaveta daquela cômoda. – Ela olha para a cômoda que estava ao lado de Liv. Olívia abre a gaveta e pega uma coisa prata.

— Isso, senhora Rosye? – Liv pergunta.

— Sim. – Minha mãe fala.

Liv vem até mim e me entrega um colar. Era um colar de prata, com um pingente lindo de concha.

— Obrigada, mãe. – Agradeço, dando um beijo em sua testa.

— De nada, meu amor. Quero que coloque isso quando seu coração mandar, você saberá a hora certa.– Ela fala tossindo.— Liv, venha aqui, por favor.

Storm In The Underworld. - Luke Castellan. Onde histórias criam vida. Descubra agora