Longe de olhares comuns, longe da normalidade, existe um lugar onde os desajustados podem chamar de lar.
Um mundo mágico, onde o distinto se torna comum, onde o impossível se torna possível.
Em meio ao caos de profecias e guerras, o coração sempre...
Eu não consegui dormir mais e desisti de tentar quando o sol começou a aparecer por trás da colina meio sangue e a entrar pela janela.
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Nesse momento estou sentada na mesa do chalé 4, no pavilhão de refeições, olhando pro meu prato praticamente intocado.
- Você precisa comer.
- Não estou com fome.
- Maxine Lewis.
- Katie Gardner. - A olhei em desafio e ela suspirou, balançando a cabeça em negação.
- Quer me contar por que está assim?
- Não tenho nada pra contar, eu estou bem.
- Dá pra parar de ser cabeça dura e aceitar ajuda? - Continuei olhando pra ela do mesmo jeito. - Beleza, então não fala, mas você vai comer. - Ela mexeu a mão e uma vinha surgiu em cima da mesa, prendendo meu braço e fazendo eu pegar o garfo e comer.
- Dá pra soltar o meu braço?
- Não. - Cerrei os olhos e convoquei um espinho, que cortou a vinha, liberando o meu braço.
Eu sei que a Katie se preocupa comigo. Na verdade, ela sempre se preocupou mais comigo do que com os outros campistas.
Não sei exatamente por que, mas ela sempre me protegeu de uma forma quase excessiva, me dava mais broncas do que na maioria dos campistas e sempre estava de olho em mim.
Eu achava que era porque ela era a conselheira chefe e eu era a garota que recebeu uma das armas mais perigosas da história, mas quando eu virei conselheira chefe, ela continuou do mesmo jeito.
- Eu sei como você é teimosa, mas eu também sei ser. Então você vai comer, nem que eu tenha que te dar comida na boca.
- Por favor, não faz isso.
- Então come.
- Eu já disse, Não. Estou. Com. Fome.
- Maxine eu te conheço melhor do que ninguém, pra saber que você não dormiu a noite inteira e que está com fome, mas não quer comer. - Fechei a cara e ela continuou falando, ignorando totalmente a minha expressão. - Eu sou sua irmã e você sabe que eu não vou te deixar em paz até você comer. Então, Você. Vai. Comer. Sim.
Revirei os olhos e antes que eu pudesse falar alguma coisa, aquela voz irritante chamou a minha atenção.
A Calypso tinha acabado de chegar ao pavilhão de refeições e ria com algumas garotas do chalé 10.
Minha cara fechou mais ainda e Katie falou, fazendo eu voltar a minha atenção a ela.
- Ela é o motivo de tudo isso?
- Não.
- Tem certeza?
- Tenho. Eu nem lembrava que ela estava aqui. - Menti na cara dura.