Sinto minha pulsação em cada parte de mim. Aperto meus dedos, enquanto caminho até o carro, sinto meu coração bater tão forte que dói, só agora me dando conta do que fiz.
O beijei, assim, do nada. Não pensei muito e só fiz no impulso, meu deus. Eu nem mesmo o questionei sobre isso, combinamos que a partir de agora vamos a encontros por termos interesse romântico um no outro, mas não foi dito que eu posso beijá-lo.
E fiz isso na frente dos amigos dele, por puro ciúme.
Esfrego os dedos sobre os olhos e respiro fundo. Ele não disse nada, poderia ter me parado e dito algo, mas me deixou sair. Talvez ele não tenha se incomodado com o selinho, ou talvez não quisesse me envergonhar ao me repreender na frente deles.
Mal chego perto do carro e ouço o barulho comum de quando ele é destravado. Abro a porta antes que ele chegue perto o suficiente, ponho o cinto de segurança e, de forma automática, levo o dedo até a boca, mordendo a ponta até sentir doer.
Louis se senta ao meu lado, percebo que ele me olha, mas não diz nada, apenas liga o carro e dirige para casa. Quero me afundar no encosto do banco, quero cavar um buraco, me enterrar e sumir.
Quero abrir a boca e despejar mil pedidos de desculpas, mas se ele não disse nada, então aquilo não o chateou. Minha cabeça martela e me sinto um idiota. Sei que Louis quer me beijar, ele disse isso, ele demonstrou isso, mas... a coisa é totalmente diferente ao ser beijado do nada, ainda não tivemos encontros e ele mesmo disse que não quer que as coisas aconteçam do jeito errado.
Droga.
— A temperatura está boa para você? — sua voz rouca preenche o ambiente, vejo sua mão regular a temperatura, para que o carro fique bem aquecido. Apenas aceno, e ele parece não gostar do meu silêncio. — Tudo bem?
— Me desculpa, Louis. — começo, em um tom baixo e envergonhado. — Eu não devia ter... — interrompo minha fala, balanço a cabeça, me repreendendo mentalmente. — Foi impulso, desculpa.
Devido ao horário, não tem trânsito e rapidamente vejo o caminho que conheço tão bem e logo vejo a rua onde moramos. Vejo que já estamos perto de casa, e suspiro, querendo minha cama, para amanhã me esconder de todos até engolir a vergonha de hoje.
— Nunca peça desculpas por me beijar. Foi inesperado, confesso. — vejo o rastro de um sorriso e o encaro um pouco confuso. — E isso não quer dizer que foi ruim. Não tem que se desculpar por nada, ok?
Abro a boca para retrucar e dizer que preciso sim, mas sua mão vem de encontro com a minha perna. Louis aperta minha coxa e deixa a mão ali, até parar na sua casa e manobrar para estacionar.
— O que acha de tomar um vinho comigo? Acompanho você até sua casa depois.
Penso em negar, sair do carro e correr para casa, mas isso não vai me ajudar e vai ser uma atitude muito infantil, então respiro fundo e decido aceitar.
— Tudo bem. — concordo, mesmo ainda me sentindo envergonhado.
Faço menção de abrir a porta, e em instantes sua mão saí da minha coxa, segurando a porta e a mantendo fechada, ele murmura um "fique aí" e sai. Rapidamente minha porta é aberta por ele, ouço o baque quando Louis fecha e liga o alarme do carro, mas só consigo olhar para ele.
A rua não está tão iluminada, e mesmo com a pouca luz, consigo ver seus olhos focados apenas em mim. Sua mão segura minha cintura, me puxando para mais perto, até que seu peito esteja pressionado contra o meu.
— Está arrependido?
— Não exatamente.
— Por ter beijado ou por ter feito no impulso?
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Change || Larry Stylinson
FanficLouis sempre foi um lobo solitário, um alfa no auge dos seus trinta e cinco anos que nunca cogitou a possibilidade de se prender a um ômega. Carregando a fama de um homem arrogante por sua posição no exército britânico, Louis Tomlinson se encontra e...