Capítulo 3

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E neste exato momento estou aqui, abrindo o site com o coração acelerado de excitação, medo, curiosidade e culpa. Deixa pra lá! Fecho a aba do site e desligo o computador.
Isso é muita loucura! Com quem vou falar? Isso é idiotice de Carla.
O mundo real é mais firme, sólido e... cansativo. O meu mundo, pelo menos. Sem muitas emoções, algumas decepções que machucam a alma.
Tenho me sentido tão só. Sem companhia. Aliás, a minha companhia tem sido os livros que leio. Sonho, me iludo. Acredito que é só uma fase ruim que logo vai passar. Mas não passa...
Então, resolvo fazer o que deveria ter feito há muito tempo: conversar com o Marcos.


Marcos chega do trabalho e o ritual é o mesmo: o jantar já está pronto, eu já estou arrumada junto às meninas, esperando por ele. Ele chega, toma o seu banho e nos encontra na mesa de jantar.
A ideia é seduzi-lo e provar para mim mesma que não há nada demais. E que eu posso apimentar a relação sim. E, depois, conversarmos como um casal de apaixonados, um nos braços do outro.
Fiz seu prato predileto, caprichei na arrumação da mesa. As meninas e eu já estávamos aguardando sua chegada à mesa, até que ele veio sorridente:
—Como foi o dia da minha rainha e das minhas princesas? —Ele é fofo assim mesmo. Só precisa melhorar em outros ângulos.
—Pai, ganhei cinco estrelinhas na atividade de matemática. —Diz Isabela, a caçula de 7 anos.
—Temos aqui nesta mesa uma fera em matemática. Parabéns, filhote! —Marcos diz, super orgulhoso da filha. —E você, Ingrid? Como foi o seu dia? —Agora ele se direciona à mais velha, de 15 anos.
—Tudo na mesma. Nada demais.
—Hum... que emoção, filha. —É a minha vez de falar. — Nenhum gatinho? —Pergunto e pisco pra ela.
—Nem me fale, mãe. Eles são uns chatos!
—São mesmo, filha. Não dê atenção a nenhum deles. —Essa é a posição de um pai ciumento. —E você, amor? Como foi o seu dia?
—Foi tranquilo, amor. Sem novidades. Mas pode melhorar muito. —Pisquei pra ele e dei um sorriso de canto, sensual.
—Pode? —Ele me pergunta.
—Você sabe que pode. — E pra despistar a nossa conversa das meninas, pergunto: —E como foi o seu dia?
—Foi agitado. Muito trabalho e muito cansaço. —E, com isso, fico um pouco desanimada, mas não entregarei os pontos.
Após o jantar, Marcos gosta de sentar na sala e ver o noticiário. De vez em quando o acompanho, mas geralmente estou corrigindo atividades, montando minha aula para o dia seguinte ou lendo meus livros preferidos. Hoje adiantei tudo, depois do jantar tomei um outro banho e agora estou aqui com uma calcinha vermelha minúscula que quase não esconde nada, toda enfiada na bunda (gosto do que vejo), um soutien da mesma cor rendado e um hobby floral por cima.
Saio para dar boa noite às meninas e passo rebolando na frente dele. Vejo pelo canto dos olhos quando ele desvia o olhar da televisão e fica olhando pra minha bunda quase hipnotizado. Acho que está dando certo.
A verdade é que estamos mais de 15 dias sem transar, estamos atingindo o prazo. Acredito que hoje ele me procurará.
Entro no quarto e ouço quando a televisão é desligada. Corro pra cama com meu hidratante corporal e, quando ele chega, eu estou com um pé em cima da cama passando hidratante nas pernas.  Levo minhas mãos até a minha bunda e fico olhando pra ele quando inclina sua cabeça pra ver até onde vão as minhas mãos. Passo o hidratante em toda a perna, olhando pra ele, vendo-o chegar mais perto.
—Você é gostosa, hein! Quer me provocar? — Fala no meu ouvido, apertando a minha bunda.
—Quero... — Já estou gemendo, me derretendo toda.
—Cheirosa...
—Tô com saudades. —Digo pra ele, enlaçando o seu pescoço com os braços enquanto ele tira o hobby.
—Amor, nos vemos todos os dias. —Ele diz. —Saudades do quê?
—De sexo. Você sabe o quanto sou sexual. —Ponho sua mão na minha calcinha por fora pra ele ver o quanto estou molhada.
—Isso tudo é pra mim? —Ele olha meu conjunto de lingerie.
—É, amor. Todos os dias que você quiser.
—Vem cá.
Me leva pra cama, me atiça de todas as formas, me provoca, me lambe e eu fico louca. Mama nos meus seios enquanto coloca dois dedos dentro de mim e vê o quanto estou melada. Ele vai à loucura, faz um oral em mim mas não demora muito e logo desliza pra dentro de mim.
—Porra, você tá gostosa demais. Deixe-me abrir bem essas pernas que eu vou te comer gostoso agora.
—Vem, amor...bem gostoso. Ãh...Delícia...Marcos... — Estava tão bom, tão gostoso.
O que não foi surpresa pra mim foi o fato de que ele gozou e eu fique na mão. Oh, Senhor! Estava muito bom pra ser verdade. Vou ficar chupando dedo. Quando acabou, ele me colocou de costas pra ele e deitamos de conchinha. Beijou o meu ombro, mas eu estava arrasada. E, se eu demorasse mais um pouco a chamá-lo, ele dormiria.
—Marcos!
—Oi, amor, fala. —Sua voz sonolenta me dava mais raiva ainda. Me virei pra ele e, com olhos marejados, eu perguntei:
—Você acha isso justo?
—O quê?
—Marcos, nós estávamos indo muito bem, estava tão gostoso, até que você gozou e eu não.
—Amor, você estava gostosa demais. Não deu pra segurar.
—E o que você vai poder fazer por mim?
—Como assim? —Ele pergunta espantado. Eu me levanto furiosa e sento na cama.
—Como assim?! A minha boceta tá pegando fogo.
—Olha a boca...
—Marcos, eu não gozei, aliás, tem muito tempo que eu não sei o que é isso. Você não me espera. Ainda coloca a culpa em mim.
—Lisa, eu estou cansado...amanhã preciso acordar cedo. Por favor, sem dramas.
—Sem dramas?! Eu também trabalho fora e dentro de casa. Você não move um garfo do lugar porque eu te poupo. Eu também me canso, mas estou sempre à disposição de sexo com você.
—Eu sei, Lisa...
—Você sabe, mas não faz nada pra me favorecer. Só pra se favorecer. Eu tô morta de tesão aqui e você dizendo que está cansado. Você já reparou que transamos de 15 em 15 dias e você NÃO ME ESPERA??
—Para de gritar, Lisa!
—NÃO PARO! FODA-SE SE O BAIRRO VAI OUVIR! — E começo a chorar. —Eu não aguento mais! Estou me sentindo usada. Transamos duas vezes no mês e não tenho gozado em nenhuma delas.
—Lisa...
—Deixe-me falar! —Fiz um sinal com a mão pra ele. — Estou assim há muito tempo, mas você não vê ou finge que não vê. Estou explodindo de tesão acumulado e tensão.
—Isso tudo é por causa de sexo, Lisa? Faça-me o favor, né?
—Você está dizendo isso porque está satisfeito, né? Você chega em casa e está tudo ok: casa limpa, roupa limpa, comida pronta e a palhaça aqui cheirosa e gostosa, como você mesmo diz, esperando você estalar os dedos pra eu abrir as pernas e você me usar como DEPÓSITO DE ESPERMA! MAS CHEGA! EU NÃO AGUENTO MAIS!
—LISA, OLHA O VOCABULÁRIO! —Ele também começa a gritar. —O QUE ESTÁ ACONTECENDO, PORRA?
—O QUE ESTÁ ACONTECENDO? Rá, me faça o favor! Você não percebe que tem uma esposa que te ama e faz tudo pra você ficar bem? Que está carente de sexo e de um carinho exclusivo? É tão difícil perceber isso? Eu te dei tempo pra você perceber, mas você se acomodou. Lógico! Pra você é tudo fácil. Só que eu estou em desvantagem aqui.
—Lisa, podemos ter essa conversa amanhã, por favor?
—Você só pode estar de sacanagem. Mas tudo bem. Outro dia voltamos a nos falar. Pra mim chega.
E assim encerramos a nossa noite. Ele demorou um pouco a dormir, consegui perceber isso mesmo de costas pra ele. Pra ele é difícil ser confrontado. E eu só chorei. E chorei calada.
Eu precisava resolver a minha vida. E foi assim que o sono me venceu...



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