IX - Plutão era pequeno demais para ser considerado um planeta

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"Mais que a luz da estrelas, uma galáxia inteira por trás dos seus olhos."
》◆15/09◆《

Os dias se passavam e Ango continuava ao meu lado. Era aliviante, mas, ao mesmo tempo, tudo parecia passar rápido demais.

Nós nos beijamos... várias vezes...! Dançamos juntos, trabalhamos juntos...

Eu queria que continuasse assim para sempre.

Finalmente o dia 15 chegou, aniversário de Sakura! A missão seria executada no dia 25, que parecia cada vez mais próximo. Independente de tudo, eu conseguiria manter sigilo, sem preocupar ninguém.

Saí do banheiro com a toalha amarrada na cintura. Passei a colônia que Ango tinha elogiado e apliquei algum gel no meu cabelo. Usei as roupas que sempre usava, colocando um casaco mais formal por cima da roupa.

Ango entrou no quarto assim que eu abri a porta, batendo de frente comigo no caminho.

— Perdão — ele pediu, distraidamente, mas se virou para mim ao sentir meu cheiro. Seus olhos se arregalaram ao me olhar.

Eu tô tão estranho assim? — Lamentei, tentando ajeitar meu cabelo. Ele riu da minha expressão.

— Não, não... só não estou acostumado com todo esse gel — ele riu, tirando alguns dos fios do meu cabelo do caminho e os posicionando no lugar certo.

Eu vou tirar isso daqui a pouco — ri com ele. — Você já está Pronto?

— Sim, sim, só preciso amarrar minha gravata! — Ele contou, mostrando o tecido que envolvia seu pescoço.

Não precisa ser tão formal... — Eu sorri, bobo por ver Ango se esforçando.

— Você também está usando uma! — Ele retrucou, indo até o espelho e dando um nó de gravata em tempo recorde, ainda conseguindo executar com perfeição.

Percebi o tecido em volta do meu pescoço, que eu tinha esquecido de amarrar.

Eu não vou usar — eu contei, enquanto ele desviava de mim.

— Vai sim! — Ele responde, dando a volta e segurando as extremidades da minha roupa. — Sakura vai ficar feliz em ver você se arrumando para o aniversário dela!

Por mais que Ango tivesse dado o nó em sua gravata com rapidez, ele parecia demorar propositalmente para atar a minha. Observei suas mãos por todo o tempo, prestando atenção em seus movimentos.

Ele terminou o nó e ficou na ponta dos pés, puxando minha gravata para baixo com o intuito de me curvar. Ele selou seus lábios aos meus e logo se afastou, desviando de mim e pegando sua bolsa.

— Vem, já vamos perder o horário!

Ainda estava processando o que tinha acontecido, mas não deixei de o seguir.

》◇《

Assim que chegamos a festa, fui atacado por cinco crianças de uma vez, cada uma delas segurando uma parte do meu corpo. Acabei caindo para frente pelo impulso, mas me segurei a tempo, não deixando Sakura – que segurava meu tronco – cair de costas para o chão.

—Você veio! — Ela comemorou, me abraçando.

Claro que vim... — me deixei rir junto.

Me virei para Ango, pedindo socorro com os olhos, mas o agente continuou a rir.

— Ei! O senhor Oda não é um cabideiro, não! Soltem ele! — A voz conhecida soou. — Patrão! Que bom que você veio! Eu já não estava mais dando conta de tanta criança... — O dono da loja de curry lamentou.

Tudo Que Deixei De Dizer [ODANGO]Onde histórias criam vida. Descubra agora