Após a morte de seus pais, Elisa foi obrigada a se casar para pagar uma dívida com os Valença. O então marido, Manuel, não consegue disfarçar nem um pouco seu asco por ela e nem por qualquer outra mulher, tratando-a mal, de forma violenta e agressi...
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— O que você achou? — Daniel perguntou para Manuel enquanto ele analisava o desenho.
Daniel era um amante da arte e da pintura, o desenho da figura humana era sua maior habilidade, entretanto, não se dedicava à sua paixão, pois precisava administrar a fortuna e os negócios da família. Às vezes, principalmente à noite, se reunia com alguns amigos em uma casa noturna, inspirada em conceitos de liberdade, como na Europa. Passava bastante tempo com Manuel. Ambos eram frequentadores assíduos do local. Ali eram livres para práticas que, para a sociedade atual, seriam consideradas absurdas, escandalosas ou inapropriadas. Naquela noite, uma cantora de ópera nua se apresentava no salão, enquanto um grupo de bêbados se divertia entre si em trocas sexuais das mais diversas.
— Ficou muito bom, você é ótimo com desenho — Manuel falou, levando um copo de bebida aos lábios.
— Me sinto lisonjeado. Conseguir um elogio do Valença mais durão de Serrana não é algo fácil.
Manuel bufou, ele se virou, analisando a orgia ao redor. Estava acostumado com aquilo, entretanto, ultimamente, não estava com cabeça para nada, sabia que seu plano de usar Valentina para separar Elisa e Fernando havia sido um erro. Agora, aquele maldito casamento poderia colocar em risco seus planos, seu irmão iria reivindicar a qualquer hora seu lugar, e isso estava lhe tirando o sossego.
Daniel falou algo e notou pela terceira vez que não era ouvido.
— Está tudo bem, Manuel? Você parece estranho.
Manuel, se aproximou visivelmente irritado.
— Não, você sabe que não está nada bem!
Daniel sabia o motivo e estava farto daquilo. Precisou pressionar sua irmã. em aceitar cumprir o plano para ajudá-lo, e agora Manuel estava irritado porque o casamento de Valentina atrapalharia seus planos. Ele mesmo já tinha proposto que Manuel largasse tudo e fossem embora daquele país. Na Europa, poderiam ter uma vida tranquila, mas para ele aquilo era considerado uma loucura.
Então, Daniel parou seu trabalho, limpou a sujeira de suas mãos em uma flanela e se aproximou de Manuel.
— Eu já fiz o que pude para ajudá-lo. Pressionei minha irmã para se casar. E agora não há como voltar atrás.
Daniel sabia que sua irmã não desejava se casar, então seria fácil desfazer o plano. Entretanto, aquela era sua única chance de fazer com que Manuel desistisse da herança e fosse embora como ele desejava. Por isso, insistia naquilo.
— Estou ciente disso! — gritou irritado.
— Então, pare com isso tudo. Você não deseja essa vida, não leva jeito como administrador, já perdeu muita grana desde que assumiu os negócios. Só está empenhado para desafiar seu irmão, tudo sempre se tratou de uma maldita competição influenciada por sua mãe.
— Você sempre repete a mesma coisa! Inferno! Me acha tão incompetente assim para os negócios?— falou, se virando de costas.
Daniel respirou fundo e tocou o ombro de forma íntima.
