- Julian
Já sabia que era o Thomas quando a campainha tocou, e meu coração acelerou. Corri para abrir a porta, e ele me fitou com um olhar carregado de ódio. Senti um arrepio percorrer minha espinha. Sem dizer uma palavra, ele passou por mim e entrou. Tratei de trancar a porta atrás dele.
- Obrigado por ter vindo - Falei, observando-o se acomodar no sofá.
- Obrigado? Você sempre se mete em confusões e ainda me arranja uma desculpa para acompanhá-lo - Ele resmungou, dando-me uma lição de moral.
Não pude evitar rir.
- Fica tranquilo, desta vez garanto que não haverá confusão - Respondi com um sorriso.
- É bom que seja assim, porque não abro mão do meu sábado de descanso para me envolver em encrencas - Retrucou.
- Encerrou a lição de moral? - Provoquei, olhando-o nos olhos.
Ele assentiu com a cabeça, ainda carrancudo. Eu havia convidado Thomas para ir comigo à comunidade. Carol me contou que hoje haveria uma celebração para os moradores de lá. Tarde com doces e jogos para as crianças, e à noite, dança e música para animar a galera. Não podia recusar o convite de Carol, e Henrique também me chamou ontem à noite quando me deixou em casa.
Fui para o quarto, e Thomas me seguiu. Bastavam cinco minutos para me arrumar.
- Acho que está na hora de me contar para onde vamos - Ele diz, jogando a mochila na cama. - No telefone, você só soltou: "Bora numa festa amanhã?"
- Vamos para a comunidade - Falei, percebendo sua expressão de desagrado.
- Eu tinha certeza de que era furada. Meu sexto sentido não erra - Ele resmungou, e eu revirei os olhos diante de sua reclamação.
- Antes de reclamar, poderia ao menos ouvir? - Falei, e ele cruzou os braços, atento. - Hoje, na comunidade, teremos uma festa preparada para os moradores. Carol me chamou, e eu convidei você.
- Foi para isso que me arrancou de casa? - Questionou, e minha paciência se esgotou.
- Thomas, se não quiser ir, pode voltar. Eu vou sozinho - Falei sério. - Te convidei para nos divertirmos juntos com a Carol.
- Tudo bem, você levou a melhor, eu vou, mas apenas por você e pela Carol - Ele falou se entregando
Comemoro pulando nele e ele já ameaça em desisti se não saísse de cima dele.
- Vou te contar uma coisa que vai te impressionar - Falei e Thomas me incentivou a contar - Sabe quem mais me chamou para o evento que vai rolar na comunidade - Falei e ele me olhou pensativo
- Meu deus, foi o Henrique, né? - Perguntou e eu confirmei com a cabeça, sorrindo feliz - Conta como foi que aconteceu? - Pediu
- Fiquei até mais tarde na casa da Carol ontem e jantei lá. Ele me ofereceu carona e me chamou para o evento social no meio da conversa - Thomas ficou surpreso quando eu falei.
Thomas quis saber se teve beijo, observando minha reação. Eu dei um leve sorriso.
- Não, não chegou a rolar beijo, foi apenas um conversar normal - Falei e Thomas enlouquece
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proibido se apaixonar (romance gay)
Roman pour AdolescentsJulian Albuquerque é um garoto marcado por cicatrizes emocionais profundas. A dor de traições passadas o levou a construir muros ao redor de seu coração, protegendo-se de futuras decepções. Ele vive em um mundo onde a bondade parece inexistente e o...