capítulo 15

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- Julian

O som insistente da campainha me arranca do conforto dos sonhos. Com um bocejo que mais parece um rugido de um animal preguiçoso, eu me sento na cama, ainda embaçado pelo sono. A campainha insiste, e eu me levanto, coçando os olhos, desejando que o mundo lá fora tivesse um botão soneca.

- JÁ VOU! - Minha voz é um grunhido enquanto desço as escadas, cada passo um protesto contra a pressa do visitante.

Quando abro a porta, Thomas entra como um furacão de reclamações.

- Finalmente, né? Dez minutos tocando a campainha e nada de abrir - ele resmunga, me avaliando com um olhar crítico.

- Boa tarde, primeiramente - Respondo, fechando a porta, minha voz ainda carregada de sarcasmo sonolento.

- Julian, sem tempo para sarcasmo. E pelo que vejo, nem está pronto, né? - Ele me encara de cima a baixo, sua impaciência quase tangível.

- Pronto pra quê mesmo? - Coço a cabeça, tentando reunir os fragmentos da minha memória ainda adormecida.

- Para fazermos o trabalho na casa da Carol. Já viu que horas são? Já são quase três horas e faltam quinze para as três, e você ainda não está pronto - Ele resmunga, me mostrando o relógio como se fosse uma sentença.

- Thomas, meu querido, relaxa que ainda temos tempo, tá bom? - Sorrio, tentando acalmar a tempestade que é Thomas ansioso.

- Então o que tá esperando para se arrumar, meu anjo? - Ele resmunga, subindo para o meu quarto como se fosse o dono do lugar.

Subo junto, imitando seu tom dramático.

- Por acaso já tem uma roupa em mente que queira usar? - Ele pergunta, sentado, me encarando com expectativa.

- Para sua sorte, eu tenho uma roupa em mente - Respondo, entrando no closet e pegando as peças de roupa escolhidas com um cuidado casual.

- Menos mal, pelo menos assim não vai demorar tanto - Ele responde, enquanto mexe no celular, claramente distraído.

- Agora, se me der licença, vou me arrumar - Falei, fechando a porta do banheiro com um clique decisivo.

- Thomas, a Carol já te passou o endereço da casa dela? - Perguntei, enquanto me troco, a curiosidade pinicando minha mente.

- Já sim, você vai ficar chocado ao saber onde ela mora - Ele responde, sua voz cheia de mistério.

- Como assim? Onde ela mora? - Insisto, minha curiosidade agora totalmente desperta.

- Chegando lá você verá. Quando eu vi o endereço, nem eu quis acreditar - Falou ele, e eu posso ouvir o sorriso em sua voz.

Agora, a curiosidade me morde com força. Quem é essa Carol que vive em um lugar tão surpreendente? Enquanto escovo os dentes, ouço Thomas enviando um áudio, sua voz um murmúrio indecifrável. Terminando a minha higiene matinal, abro a porta e encontro Thomas me avaliando, um julgamento silencioso em seu olhar.

- Que foi? - O encaro, desafiador.

- Sabe que estamos indo fazer um trabalho, né? - Ele me encara, um arco irônico em sua sobrancelha.

proibido se apaixonar (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora