Capitulo 3

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Eu andava pelo QG a procura de Oli. Ela tinha desaparecido, Ky não a encontrará em seu quarto. Era de madrugada e estava tudo coberto por uma neblina, uma fina camada. Usava uma lamparina que me ajudava a ver. Enquanto eu procurava pelos andares inferiores, Ky a buscava pelos andares superiores.

- Olívia!! Oli!! - Gritava com a brisa fria da madrugada lambendo minha pele. Subi as escadas para a muralha, olhei a grande imensidão escura que antes pela manhã era o mar.

Um pouco mais distante pude ver luzes de uma navio ao longe. Ele ainda estava parado no Porto, pessoas subiam nele. Foi aí que eu vi, Oli, ela estava com uma capa que a protegia do frio, mas não impediam de seus cachos azuis se revelarem e voarem com o vento. Em suas mãos tinham duas malas.

- Oli!! Oli!! Não! - Comecei a correr em direção a ela. - Ky! Ky! Achei ela!

Desci as escadas correndo e passei pelos marinheiros. Corri ô máximo que pude, mas não cheguei a tempo. O navio já tinha desatracado e já não estavam perto da beira.

- Cadê ela? - Ky surgiu atrás de mim, com a respiração descompromissada. Ele tinha uma mochila em suas costas e um moletom que o protegia do frio.

- Naquele navio... - murmurei. O que eu faço agora? - Eu não fui rápida o suficiente.

- Bom, tem aquilo navio ali. - Ky andou apontando para um outro navio que estava no Porto. Estava distante, por isso eu não percebi ele. Eu olhei para ele com dúvida. Ele me puxou pela mão. - Vamos. Se quisermos alcançar e trazê-la de volta a tempo, temos que ir!

- Para onde esse navio está indo? - perguntei ao capitão do mesmo.

- Para onde você me pagar. - ele falou sereno.

- Aqui. Acho que é o suficiente para nos levar a Elegia. - Ky falou, mostrando um saco médio cheio de moedas. O capitão riu, com a mão esquerda nos apontou a entrada do navio.

Eu passei a noite toda no convés, olhando para ver se encontrava o navio que Oli tinha entrado. E a levar de volta para casa. Ky dormiu em cima de alguns barris, bem, até em areia movediça ele dormiria. Logo o dia raiou, de longe pude ver uma ilha.

A ilha no horizonte em nada se parecia com Hugrin. Enquanto esta era toda areia marrom, enseadas rochosas e uma muralha gigante feita de pedras frias e doentias, o pedaço de terra visto ao longe era todo vivo e exuberante. A névoa cintilante rodeava um verde vívido, totalmente cobertas por árvores e bolhas, que se erguiam rumo ao céu como esmeraldas gigantescas. Surreal.

Na verdade, nunca estivemos assim tão longe de casa.

Acordei Ky para que ele pudesse ver as grandes árvores de longe, enquanto ainda tinha tempo. Estávamos nos aproximando rápido do Porto. Eu tentei não me deixar entusiasmar, mas a criança dentro de mim se embriagou avidamente desse novo mundo. As cores eram mais densas e afiadas; em comparação, cada tom que eu vi antes parecia amargo e subnutrido.

- Então, isso é Elegia? - Ky perguntou entusiasmo ao capitão. Eu observava a grama verde em baixo de meus pés.

- Não. - ele falou sorridente. Parei, e o olhei com dúvidas. - Aqui é o Arquipélago Sabaody.

- Que? - me aproximei. O puxei pelo colarinho. - Você disse que nos levaria a Elegia!

- É, mas alguém me pagou a mais para o trazer aqui. - ele deu um sorriso lupino.

- Seu canalha! - dei um tapa em seu rosto e andei em passos firme, me afastando do barco. Como eu pude ser tola em acreditar em um comerciante. Idiota!

Ky estava ao meu lado, calado. Ele segurava as duas alças da mochila, enquanto ele olhava em volta. Pude ver pela luz de seus olhos azuis que estava maravilhado com tantas coisas a sua volta.

Todos os caminhos me levam a você -  imagine Trafalgar LawOnde histórias criam vida. Descubra agora