Capitulo 14

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  Escutei as botas batendo no piso de madeira escura da livraria. Eu estava à beira do pânico quando me virei, vendo meu pai. Seus passos pesados eram calmos e precisos, o que me deixava mais apreensiva. Sabia que a calma que estava por fora não se comparava a ira que tinha dentro de si.

- Oi, [Nome]. - seu tom era frio. - Você sabe o que é desgosto?

- Não... - Sussurrei.

- Desgosto, e ver fotos de sua filha a companhia de um pirata procurando pela Marinha! - Ele aumentou o tom nas últimas palavras. Ele caminhou para perto de mim, se aproximando e me deixando ainda mais intimidada. - Deixa eu te perguntar. Onde está seus irmãos?

Ele não sabe o paradeiro deles, tenho essa vantagem de proteger o Ky. E isso também significa que nada de mal aconteceu com Oli, se não ele saberia. Que bom.

- Eu não sei. - Menti. - Eu estou procurando por eles...

- Então, vamos. - Ele me puxou pelo braço e o puxei para longe dele.

- Não! - falei relutante. - Não vou!

- Bem, eu sabia que ia falar isso. - Ele colocou a mão por dentro do uniforme. - Por isso mandei meus homens vigiar os piratas Heart, e o submarino. Destruir tudo e os matar se você dissesse não.

- Não! - Gritei. Ky estava no submarino, não podia deixar isso acontecer. Respirei fundo e pensei. - Me de uma semana, pai.

- Você se esqueceu do seu casamento? - Ele falou irônico.

- Não, papai. Eu vou achar meus irmãos e voltarem para casa. Uma semana. - Juntei minhas mãos em frente os meu peito.

- Uma semana. - Ele tirou um mini Den Den Muchi, e colocou na mesa perto do livro. Em uma ação rápida, ele puxou meu cabelo, me puxando para baixo e para perto. - Uma semana, ouviu? E você voltara com ou sem seus irmãos para lá. Eu preciso que esse casamento aconteça.

- S-sim, pai. - Falei com dificuldade por causa da dor. Ele me soltou, me dando um tapa no lado esquerdo do rosto e se afastou. Não dizendo mais nada e saindo na loja, me deixando completamente envergonhada com o que tinha acabado de acontecer.


Voltei para o submarino onde todos me esperavam. Law tinha a expressão de preocupação, além do mais da vermelhidão em meu rosto. Apenas disse havia caído na livraria e pedi para me recolher no quarto do mesmo.

Encolhida na cama, chorei. As lágrimas caiam incessantemente pelo meu rosto, e minha bochecha inchada do tapa de meu pai. Eu ainda sentia a dor, como se ele estivesse acabando de bater em mim. Sentir-me totalmente inútil e sem esperança. A escuridão me abraçou e com isso meu choro diminuiu até sumir.


- Carmim? - sua voz ecoou dentro de mim e me tirou da escuridão.

Abrir meus olhos e vi Law, sentado ao meu lado na cama. Ele tinha a expressão serena e não parecia cansado, como de costume. Mas as olheiras ainda o acompanhavam.

- Que horas são? - O perguntei me sentando na cama.

- Algo como, 7 horas da noite. - ele me olhou e se apaixonou, sua expressão demonstrava preocupação. - Por que você chorou?

- Eu... - botei as duas mãos no olhos, e os senti um pouco inchados.

- Por que está sem seu brinco? - ele colocou uma mecha do meu cabelo atras da orelha.

- Eu dei meus brincos em troca de algo. - respondi timidamente. Eu tinha me esquecido do livro, meu pai me fez me sentir tão mal, que não tinha dado o livro para Law.

- Em troca de algo? O que era? - Eu apenas apontei para a poltrona que algumas noites atrás ele estava sentado. Ele se levantou e caminhou até a cadeira, pegando a sacola e abrindo. Seus olhos quase saltaram para fora quando viram que era o livro que ele tanto queria. Seus olhos brilharam igual de uma criança que acabará de ganhar um brinquedo maneiro. Eu sorrir e as cores no quarto se alegraram também, trazendo alegria e o esquecimento da visita de meu pai mais cedo.

- Eu consegui isso para você. E o par de brincos nem são tão importantes assim. - Law balançou a cabeça e se sentou a minha frente.

- Eu prometo comprar outro para você. - ele deixou o livro de lado e suas mãos veio em minha direção. Law passou um dedo frio por minha clavícula ao se aproximar, deslizando a mão livre por meu pescoço.

O meu coração bateu mais rápido diante da promessa que acabará de fazer, o tato de suas mãos e a lembrança de um beijo, tão perfeito e selvagem, e gostoso. Não sei quem beijou quem primeiro. Tinha o gosto de algo que duraria para sempre, em segundos.

Law me beijava como se jamais tivesse tocado antes em uma mulher, selando a promessa que acabara de fazer ao puxa-me para junto de si, enrolando os dedos nos fios do meu cabelo. Eu ergueu os braços e levei meus dedos aos fios negros de seu cabelo, jogando seu chapéu longe. Eu sentia que tudo poderia ter acabado aqui, em seus braços e lábios, os braços que me acolheram e protegeram sem ao menos pedir algo em troca.







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Todos os caminhos me levam a você -  imagine Trafalgar LawOnde histórias criam vida. Descubra agora